O milagre de Angelo

Deputado consegue a reeleição faltando 0,8% das urnas serem apuradas: "Muita emoção"

Angelo contou que a esperança se renovou lá pra 1h da madrugada depois de conversar com prefeitos de algumas cidades por telefone.

Deputado Ângelo Almeida
Foto: Divulgação

99 não é 100. E apesar de muito difícil, 1% pode transformar uma perda em vitória. Foi assim com o deputado reeleito Angelo Almeida (PSB), nas Eleições 2022. Ele perdia para a candidata Fabíola Mansur, com 99% das urnas apuradas e amargava uma diferença de 1.700 votos de desvantagem, quando conseguiu virar o jogo, já na madrugada de segunda-feira (3) no momento em que a apuração das últimas urnas do estado da Bahia estavam praticamente sendo finalizadas.

Ele chegou a se preparar para confortar seus companheiros de campanha pelo trabalho feito até ali, e lamentar por não ter se mantido na Assembleia Legislativa (o partido tinha apenas duas vagas), mas logo se encheu de esperança e acreditou que em com 0,8% de urnas a serem apuradas conseguiria vencer, disputando voto a voto e conseguiu.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o deputado disse que foi um milagre porque das 417 cidades da Bahia, apenas seis ainda não tinham concluído a votação e em três delas, ele tinha os votos que precisava para passar da adversária e vencer.

“Foi muita emoção. Finalizando 99,2%das urnas apuradas ainda faltavam cerca de 400 votos para conseguir passar Fabíola. Isso depois de a gente ter ficado 1.700 votos atrás dela, com 90% das urnas apuradas, então, foi um milagre. Estávamos reunidos em casa, eu, meus irmãos, minha mulher, minhas filhas , quando ela nos passou com essa vantagem e meu irmão disse: agora só um milagre”,

Angelo contou que neste momento resolveu tomar um banho para esfriar um pouco a cabeça e comunicou que estava indo ao comitê.

“Mas nesta hora graças a Deus, o milagre veio. Uma coisa difícil de acontecer, acabou praticamente acontecendo na minha vida”, disse.

Angelo contou que a esperança se renovou lá pra 1h da madrugada depois de conversar com prefeitos de algumas cidades por telefone.

“De 417 municípios seis estavam com urnas empacadas e desses seis, três eu tinha votação e Fabíola nenhum. Isso fez com que a gente renovasse a esperança e a fé de que ainda dava. E foi aí por volta de 1h da manhã depois de ter conversado com o prefeito de Caém, que assegurou que eu não teria 700 votos, mas sim 1.500, e o meu companheiro vereador do PSD em Curaçá, disse que eu estava com 98 votos e disse: ‘fique sossegado, as urnas saíram daqui agora e ainda vão passar pelas fazendas e distritos, por volta de 1h essas urnas vão chegar lá em Curaçá’. Ele me disse aproximadamente o número de votos que eu tinha e que teria mais de 400 votos e realmente aconteceu. Com essa surpresa eu tive três mil votos entrando nas urnas, a partir de 99,2% das urnas apuradas pelo TSE. Se isso não é milagre, eu tenho a agradecer muito a Deus porque essa eleição aumentou muito a minha fé e minha esperança”, declarou.

Dos 59.841 que obteve no estado, apenas 8.281 votos foram de sua cidade, Feira de Santana, e explicou que precisou voltar seu mandato para outras cidades, por falta de estrutura política em Feira de Santana.

“Feira é minha cidade, fui vereador em Feira, e isso me deu segurança e fortalecimento na minha construção política. Aqui na cidade temos dois grupos fortes que eu acredito que é o grupo liderado pelo deputado Zé Neto (PT) e o liderado por José Ronaldo (DEM) com o Prefeito Colbert Filho (MDB) que é a máquina municipal. São duas máquinas poderosas e eu não faço parte de nenhuma delas, e a gente fica espremido entre o mar e o rochedo, então, eu tenho que construir uma estratégia de eleição, de continuar produzindo o que eu gosto que é política para servir as pessoas. Eu tive que adotar essa estratégia de colocar meu mandato para servir ao povo da Bahia como um todo e eu não tive a estrutura, a máquina”, explicou.

Angelo disse ainda que teve apoio de prefeitos de outras cidades e que não teve recursos, além do fundo eleitoral, para fazer uma campanha mais forte.

“Derivaldo é um excelente prefeito e tem uma estrutura em Irará e me deu 3.600 votos lá. Zé Luís também é um excelente prefeito e me deu 2.400 votos, em Feira eu não tenho praticamente nada. Então, quem usa a máquina e sabe usar o voto saí. É simples, não dá pra ficar enganando o povo, tem que ser transparente. Eu não tenho essas oportunidades, portanto, também não tenho dinheiro, recursos fáceis. O recurso que eu tive foi do fundo eleitoral que eu usei para fazer material e colocar na Bahia inteira, gasolina para andar de carro e só tenho a agradecer a quem me deu a oportunidade de voto. E quero dizer aos meus conterrâneos de Feira que eu tive votos muitos preciosos. Eu caminhei pela cidade no domingo, e as pessoas que disseram que votaram em minha só me fortaleceram de que eu estava no caminho certo”, concluiu.

Com 100% das urnas apuradas, Fabíola Mansur ficou 58.064 votos após disputa acirrada com Angelo no finalzinho da apuração.

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