Educação

Professores da rede municipal cobram votação de projeto na Câmara que permite antecipação dos recursos do Fundef

A manifestação aconteceu em frente a TV Subaé, localizada na Avenida Presidente Dutra, na manhã desta segunda-feira (27).

Professores Rede Municipal de Ensino
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Mais de cem servidores da rede municipal de educação realizaram na manhã desta segunda-feira (27), uma manifestação, em frente a TV Subaé, localizada na Avenida Presidente Dutra em Feira de Santana, a fim de cobrar da Câmara Municipal, a votação do projeto de lei referente aos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).

Conforme a categoria, a votação do projeto de lei permitirá aos professores do município, que mais de R$300 milhões do recurso possam ser antecipados através de um banco. O Acorda Cidade acompanhou a manifestação e conversou com alguns servidores sobre o pedido.

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Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Segundo Elaine Ferreira, a antecipação dos precatórios é um direito dos professores que atuaram no período de 1997 e 2006 no município e para que seja executado, é necessária a votação na Câmara de Vereadores.

“Os professores que aqui estão são os que realmente têm direito, que são da época, são os professores que trabalharam de 1997 a 2006 e hoje, infelizmente tem um sindicato que está indo contra os professores que é o que Marlede está fazendo porque assim como ela recebeu em vida as três parcelas, todo mundo aqui também quer gozar desse direito em vida, nós trabalhamos, merecemos e temos total direito. Não queremos tirar nada de ninguém, mas também não queremos que tire nada que é nosso”, disse.

A professora Maria Josenilda também aproveitou para solicitar a votação do projeto que segue na Casa Legislativa.

“Precisamos da votação dos precatórios que é um direito nosso. Desde o dia 15 de abril que está na Câmara aguardando Eremita colocar em pauta. Por favor, presidente, coloque na pauta”.

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Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Guanaíra Almeida acompanhou a movimentação e pediu para que o projeto fosse aprovado, já que a categoria anseia pelo pagamento dos precatórios de direito. Segundo ela, a movimentação dos profissionais está acontecendo de forma tranquila.

“Estamos reivindicando nossos direitos pacificamente, não queremos bate-boca com ninguém e nem com o sindicato, até porque o primeiro sindicato criado em Feira de Santana foi o dos servidores públicos. Estou no município desde 1973, é muita luta e por isso queremos que a presidente vote no projeto. Somos educadoras, é lei”, comentou.

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Foto: Paulo José/ Acorda Cidade

Danilo Freitas é advogado dos professores da rede municipal. Ao Acorda Cidade, ele também explicou como a votação do projeto de lei beneficiaria a categoria que possui parte dos recursos do Fundef.

“Os professores que estão aqui hoje são os professores que têm direito a receber os recursos dos precatórios do Fundef. A reivindicação aqui é porque o governo municipal apresentou uma possibilidade de antecipação do pagamento desse recurso que vai chegar entre junho e dezembro de 2026. No Estado da Bahia, os precatórios do Fundef foram antecipados na terceira parcela através de um banco privado que comprou esse recurso e antecipou. Quem é servidor do estado já recebeu porque quis antecipar. No município de Feira vai ser feito um chamamento público e serão apresentadas propostas desses bancos para a compra do recurso dos precatórios e os professores através de uma assembleia vão decidir se querem antecipar com o deságio ou não”.

O advogado completou ainda que um abaixo-assinado contendo cerca de 600 assinaturas já foi preenchido com a aprovação da antecipação do recurso. O que resta, conforme Danilo Freitas, é a aprovação do projeto na Câmara para que seja realizada a assembleia de definição do pagamento.

“Temos um abaixo-assinado que já possui quase 600 assinaturas onde os professores querem sim antecipar, mas para isso é preciso que uma lei seja aprovada na Câmara Municipal para que o governo possa apresentar a proposta dos bancos e os professores decidam”, concluiu.

A reportagem do Acorda Cidade entrou em contato com a APLB para um posicionamento sobre o assunto e o sindicato enviou a seguinte nota:

Nota de Esclarecimento – Sobre antecipação e venda aos bancos dos Precatórios do Fundef

A APLB de Feira de Santana, legítima representante dos trabalhadores em educação vem a público esclarecer questões apontadas na manifestação realizada na manhã desta segunda-feira, dia 27, em frente à TV Subaé, referente ao Projeto de Lei sobre os Precatórios do Fundef.

A proposta do projeto em questão visa a antecipação dos recursos da segunda parcela dos Precatórios, vendendo mais de R$ 300 milhões aos bancos. A APLB Feira, embora não seja contrária a antecipação do pagamento, defende que seja realizada de forma opcional e individual. Isso significa que cada professor teria a liberdade de decidir se deseja vender seu Precatório ao banco, arcando com um deságio que pode variar em descontos de 30% e 70% do valor, ou esperar pelo recebimento integral do valor sem perdas e com juros.

A posição do Governo Municipal, que propõe a venda total dos precatórios a um banco, obriga todos os professores a aceitar o deságio, o que consideramos injusto. A diretora da APLB Feira, Marlede Oliveira, destaca que a luta pelo pagamento de 60% dos Precatórios à categoria sempre foi encabeçada pela APLB Sindicato. Em 2018, a Prefeitura recebeu a primeira parcela dos Precatórios, mas não fez o repasse devido. Apenas após a intervenção do Ministério Público Federal, através da ação da APLB Feira, os recursos foram bloqueados na fonte.

Diante disso, alertamos para a tentativa do Governo Municipal de se apresentar como “salvador da pátria” ao propor a venda total e antecipação dos recursos dos Precatórios em um ano eleitoral, o que pode resultar em perdas significativas para à categoria. Reafirmamos nosso compromisso com a defesa dos direitos dos trabalhadores em educação e a transparência na utilização dos Precatórios Fundef.

Seguimos firmes na luta para garantir que todos os profissionais da educação recebam o que lhes é de direito, sem prejuízos decorrentes de deságios forçados.

O Acorda Cidade entrou em contato com a Câmara Municipal e aguarda o retorno.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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