Diagnosticada com pneumonia bacteriana, paciente aguarda regulação para iniciar tratamento

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
 

"Rosângela deu entrada aqui na Policlínica por volta de 1h de terça-feira apresentando cansaço, tirou o raio-x e foi constatado uma bactéria no pulmão, que é um tipo de pneumonia bacteriana e desse dia para cá, ela está dando crises e fica apenas no balão de oxigênio. Só de ontem para hoje, ela teve cinco crises, sendo que quando fomos olhar a situação da regulação, informava que o quadro dela estava estável, mas hoje na crise que ela teve, a médica já mudou este relatório e informou que ela precisa ser encaminhada para uma UTI o mais rápido possível, mas até o momento estamos aqui aguardando", relatou.

De acordo com Adriana, Rosângela já apresentava problemas de asma, mas esta foi a primeira vez que o quadro evoluiu.

"Essa é a primeira vez que acontece, porque ela já tem problema de asma, mas nunca foi dessa forma. Nessa última crise que ela deu mesmo ela chegou a desmaiar e as médicas colocaram ela no balão de oxigênio. Os médicos clínicos estavam falando que o quadro dela era estável, mas a gente sabia que não era, então a equipe aqui diz que não é de competência deles fazerem a transferência, que depende de vaga no hospital para ela ser transferida. Rosângela já estava sentindo fortes dores nas costas, está tossindo muito, falta de ar, se tirar o oxigênio, não consegue respirar, tem que ficar desse jeito", lamentou.

O Acorda Cidade entrou em contato com a Central de Regulação da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), e a seguinte nota foi enviada:

A Central Estadual de Regulação atende todos os 417 municípios da Bahia e o seu papel é buscar os recursos necessários para os pacientes na própria região e, caso inexistam, eles são transferidos de região. As demandas contemplam avaliações com especialistas, exames, procedimentos cirúrgicos e vagas em unidades com maior complexidade, como UTI. Por dia, a Central Estadual de Regulação recebe, em média, 150 pedidos de solicitações para UTI adulto, 30 para UTI pediátrica, 25 para UTI neonatal e cinco liminares, isso sem contar as demais solicitações para exames, avaliações e internações de outros tipos.

A transferência de um paciente depende, basicamente, da qualidade do relatório médico que a unidade coloca no sistema, a disponibilidade de leito/recurso para o perfil do paciente e, é claro, a gravidade do mesmo. Estes elementos são analisados pelos médicos reguladores e hierarquizados, o que popularmente se chama de “fila da regulação”, mas ela é dinâmica e atualizada, pelo menos, duas vezes ao dia. No caso de UTIs, a captação de vagas é realizada a cada 6 horas.

Para avaliar o paciente, as unidades realizam a classificação de risco. É uma ferramenta utilizada nos serviços de urgência e emergência, voltada para avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. As unidades seguem protocolos internacionais, como o Protocolo de Manchester, no qual classifica o paciente como Emergência (Vermelho), Muito Urgente (Laranja), Urgente (Amarelo), Pouco Urgente (Verde) e Não Urgente (Azul).

Há um esforço contínuo para reduzir o tempo médio de atendimento, sobretudo, com a abertura de novos leitos e serviços. O tempo médio de atendimento para as solicitações diversas (exames, avaliações com especialistas, internação clínica e procedimento cirúrgico) é de dois dias.

No caso da paciente em específico, a Central Estadual de Regulação está em busca de uma unidade que possa atender o perfil dela.

Outro paciente que também está no aguardo de uma regulação, é o idoso Emerson Trabuco de Lázaro, 74 anos de idade, que está internado na policlínica do bairro Rua Nova.

De acordo com familiares, o paciente deu entrada na unidade por volta das 15h30 de ontem (2) apresentando um princípio de infarto.

"Nós estamos precisando desse apoio, o senhor Emerson já foi transferido para uma semi-UTI, mas ainda aguarda a regulação. Sabemos que infelizmente esse sistema de regulação demora, mas aqui estamos pedindo este apoio, porque a situação dele não está muito boa lá na Policlínica. Os batimentos cardíacos do coração estão ficando cada vez mais fracos, por isso que pedimos com urgência essa regulação para transferir o paciente para outro hospital", concluiu Joel Conceição.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade