8 de Março

Dia da Mulher: 3 lideranças femininas que se destacam em Feira de Santana

Seja no futebol, na educação, ou na religião, essas três lideranças representam as mulheres em toda a sua essência força, capacidade, autonomia e resistência. Parabéns a todas as mulheres!

Rachel Pinto

Hoje, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, é uma data marcada historicamente pelas lutas e conquistas das mulheres, e também um momento para refletir seu papel e sua contribuição para a sociedade não apenas em um dia, mas no dia a dia. A importância da mulher em todas as funções que ocupa e principalmente a liberdade de ser o que ela quiser.

O Acorda Cidade, como forma de homenagear neste dia todas as mulheres, escolheu a história de três lideranças femininas que com suas particularidades se destacam e fazem a diferença em Feira de Santana. São elas: a vice-presidente do Bahia de Feira, Mayara Correia; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB), Marlede Oliveira, e a missionária católica, Tamy Leal. Seja no futebol, na educação, ou na religião, essas três lideranças representam as mulheres em toda a sua essência, força, capacidade, autonomia e resistência. Parabéns a todas as mulheres!

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Mulher no futebol

Um esporte que historicamente foi protagonizado por homens, o futebol já vem há algum tempo mudando essa característica e ver mulheres em gramados e em estádios de futebol, desempenhando as mais variadas funções é algo que não é mais novidade. As mulheres estão definitivamente em campo, tanto em jogos, arbitragem, torcida, como também na parte administrativa.

Mayara Correira, vice-presidente do Bahia de Feira, é um exemplo de mulheres atuando na administração de times de futebol. Há sete anos no cargo, ela contou que embora goste muito de futebol, nunca imaginou que um dia pudesse estar na comissão de frente de um grande time. Ela foi convidada pelo professor Jodilton Souza e por Thiago Souza, donos do time, para assumir o posto e marcar presença feminina no futebol feirense.
 

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Já trabalho no Bahia de Feira há 11 anos. Estou como presidente há sete anos e para mim no início foi um pouco difícil porque eu não conhecia a parte administrativa, os trâmites do futebol, apesar de gostar muito de futebol. Fiquei muito feliz com o convite, mas não conhecia essa parte. Mas aos poucos fui trabalhando, conhecendo o trabalho e aqui no Bahia de Feira existe um respeito muito recíproco com todos que trabalham. Eu penso que todas as mulheres são capazes de serem aquilo que elas querem e se têm um sonho, trabalhem em cima daquilo, busquem que vocês vão realizar”, frisou.

A vice-presidente contou ainda que em dias de jogos do Bahia de Feira o coração fica a mil por hora. Além de toda a organização para preparar tudo para o jogo, existe muita expectativa em torno da partida e da busca pela vitória. Segundo ela, surgem vários tipos de sentimentos e uma data que foi muito marcante em sua trajetória no time foi o Campeonato Baiano de 2011, quando o Bahia de Feira levou o título inédito de campeão baiano.

Paixão por cavalos

Mayara disse que quando não está trabalhando no Bahia de Feira, gosta também de participar de cavalgadas. Natural do município de Anguera, ela participa do grupo de cavalgada Amigos para Sempre e se diverte entre amigos e conterrâneos.

“Eu sou de Anguera, conhecida como a terra das cavalgadas. Já participo desse grupo faz alguns anos. Penso que há espaço para as mulheres em todas as áreas que elas quiserem”, ressaltou.

Discriminação

Mayara relatou ainda que mesmo tendo um trabalho consolidado no futebol, já passou por situações de discriminação racial e também por ser mulher. De acordo com ela, não no Bahia de Feira, mas em outros lugares, em jogos fora da cidade e também por pessoas que vieram à Feira de Santana. Firme e focada nos seus objetivos, ela frisou que lida bem com essas situações e que segue em seu propósito de trabalhar e ser cada vez melhor.

Militante pela educação

Se tem alguma manifestação de professores na cidade, reclamações relacionadas a atuação do governo na educação ou qualquer outro movimento que apoie a garantia de direitos dos trabalhadores, lá está ela, a professora Marlede Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB). Com sua camisa amarela do sindicato e seu inseparável óculos escuros, ela é considerada uma figura popular da cidade e é respeitada pelos seus mais de 30 anos como sindicalista.

Marlede relatou ao Acorda Cidade que tem uma longa história com o movimento sindical e se orgulha de estar na luta pelos direitos dos trabalhadores desde meados de 1980.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Organizei vários planos de carreira, e eu tenho uma história de luta pelos trabalhadores, como também na defesa da escola pública gratuita de qualidade. Passei 31 anos na sala de aula e militando na sala de aula e no sindicato. Tenho dedicação e compromisso com o meu trabalho e digo as mulheres que se preocupem em estudar. Só vamos ter emancipação com o conhecimento. Ter as condições necessárias para disputar com os homens e as mulheres o espaço de trabalho e garantia de sobrevivência para as coisas principais da nossa vida”, afirmou.

Pedal para manter o pique

Quem pensa que a vida da professora se resume apenas à militância e a efervescência das manifestações, se engana. Para manter o pique do dia a dia e de liderar um sindicato forte como o dos professores, ela recorre ao hábito de pedalar. Ciclista há muitos anos, a professora conta que busca cuidar da saúde e fazer atividade física para ela é um remédio e tanto para o bem estar, do corpo, da mente e manutenção do condicionamento físico. Marlede participa do grupo de ciclistas 'Boca da Onça' e semanalmente pedala com amigos, faz trilhas de até 40 km.

“Pedal é bom para a saúde, para o coração para continuarmos vivos. Estamos na pandemia e agora não pode, mas antes disso eu estava sempre recebendo amigos e familiares em minha casa. Também ia muito à Cidade da Cultura, bar de Asa Filho”, relatou.

Para a sindicalista, ir à praia, tomar banho de cachoeira e celebrar a vida com os amigos, filhos e netos é o combustível para a vida. Em época de Micareta, as portas para os convidados da sua tradicional feijoada na área verde da sua casa, que é repleta de plantas e flores.

8 de março: dia de Luta

Marlede ressalta ainda que apesar de todas as comemorações e homenagens o Dia 8 de março significa um dia de luta para as mulheres. É um dia de comemorar a vida e o espaço das mulheres.

“Nós somos no sistema capitalista muito discriminadas. As primeiras a sentirem todas as amarguras são as mulheres. Temos toda a tarefa de cuidar dos filhos, da família. É importante conscientizar toda a sociedade, homens e mulheres para que a gente diga que esse é um dia para entender que a luta continua. A vida  é uma constante luta”, opinou.

Missão de fé

Como o próprio nome diz, missionário é aquele que tem uma missão, que recebeu uma incumbência de realizar determinada coisa. A vida de Tamy Leal é formada por muitas missões. Além de mulher, é mãe, jornalista, professora, cantora e uma missionária da fé e de levar a mensagem de Cristo para a sociedade.

Ela afirma que o segredo em conciliar cada uma dessas atividades está no amor ao que faz e busca transmitir a presença de Deus em cada atitude

“A gente vai fazendo com que o outro sinta a presença de Deus através das nossas atitudes, das nossas palavras e vivências. Só tenho que agradecer e dizer obrigada a Deus por me permitir viver todas essas experiências. Tenho Enzo de seis anos de idade e Bernardo de seis meses e acabo tendo que me dividir bastante durante o dia. Nas aulas online de Enzo todas as manhãs, tenho que sentar junto e organizar. Nos intervalos tenho que dar conta de Bernardo que ainda é um bebezinho e ainda estou amamentando. Além de cuidar e organizar as coisas da casa, do marido, da missão. Então é uma rotina corrida, mas também gratificante com a certeza que a gente está fazendo com amor”, frisou.

Foto: Arquivo Pessoal.

Evangelizando através da música

Tamy é cantora da Banda Recomeçar e junto com o marido Sadat está há 16 anos neste trabalho de evangelização através da música. Para ela, é uma alegria levar o amor através das músicas de Deus e uma felicidade realizar esta missão familiar.

“Eu sempre gostei de cantar. Na minha família tem um ambiente musical e meu pai gosta muito de música, já teve banda e eu cresci inserida nesse ambiente. Eu estou nessa missão junto com o meu esposo. Vamos por muitos lugares para anunciar, evangelizar e anunciar a palavra de Deus através da música de as oração”, finalizou.

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