Saúde

Bullying: prática requer atenção dentro do contexto social

De acordo com a psicóloga do Hapvida Saúde, Marta Érica Souza, o bullying é qualquer comportamento que venha a intimidar, maltratar, oprimir.

Acorda Cidade

O mês de fevereiro é marcado pela volta às aulas. Alunos de escola das redes pública e privada ficam atônitos com a expectativa de retornar ao convívio com os colegas de classe. Mas, os pais, que muitas vezes ficam preocupados, têm outra questão para estarem atentos além da adaptação ao ambiente escolar: o bullying.

De acordo com a psicóloga do Hapvida Saúde, Marta Érica Souza, o bullying é qualquer comportamento que venha a intimidar, maltratar, oprimir e, desta forma, causar dor e angústia à criança ou adolescente que está sofrendo as agressões. Dentro do ambiente escolar, os professores, a diretoria, a coordenação pedagógica, o apoio psicossocial e todos os integrantes da escola devem estar atentos para a possibilidade de alguma criança está sofrendo ou praticando tais atos.

“Existem alguns comportamentos apresentados com maior frequência por quem está sofrendo bullying, mas vale lembrar que cada criança e adolescente vai se comportar de uma forma distinta dos demais, até porque são seres individualizados e com singularidades. Comumente recebo no consultório pais ou cuidadores relatando que a criança/adolescente repentinamente alterou seu padrão comportamental e apresenta uma timidez exacerbada, redução do contato social com os coleguinhas, além de demonstrar comportamentos destrutivos, como voltar da escola com mau-humor e irritação querendo se isolar”, elucida.

Família

Uma das principais esferas de acolhimento para a criança durante esses casos é a família. A especialista destaca a necessidade de haver um ambiente de diálogo aberto à fala dos anseios e dúvidas da criança/adolescente. “Temos hoje uma demanda de familiares que, apesar da ampla divulgação sobre o assunto, não concordam ou ainda não aceitam que seus filhos estão envolvidos em qualquer prática de bullying, seja sofrer ou ainda praticá-lo. Permiti-los expressar-se sem julgamento é um dos pontos essenciais para entender possíveis mudanças comportamentais e poder realizar intervenções”, pontua.

Para os docentes, Marta recomenda estarem sempre prontos a trabalharem com a diversidade, além de trazer valores humanos para o dia-a-dia da sala de aula. “É de grande importância, nesse início de ano letivo, que os educadores iniciem preventivamente o ensino do respeito ao próximo, contudo é necessário que os familiares e cuidadores estejam engajados igualmente neste ensino e aprendizado constante sobre a pluralidade das nossas relações e das nossas especificidades enquanto seres individuais. Há de se pensar então em um trabalho conjunto escola, família e sociedade para que a possibilidade de bullying seja reduzida o máximo possível”, finaliza.