Humorista Renato Piaba abre show extra do espetáculo "Só se vê na Bahia" neste domingo (5) no Amélio Amorim

“Já estamos nos aproximando do verão e escrevi esse show que não será estreado em Salvador, lá vamos fazer no mês de março, mas eu já precisava estrear esse show, pois o verão está chegando e precisava contar a história da Bahia. Nós por exemplo, falamos diferente de quem mora no Rio, em São Paulo, quando vamos chamar alguém. Lá, o pessoal diz: ‘Venha cá, quero falar com você’, mas aqui não, aqui é venha cá véi, oxe oxe, deixe de onda, entre outras coisas que só acontecem na Bahia”, afirmou.

Em tom de brincadeira, Piaba contou que não adianta colocar promoção nas lojas no mês de janeiro, já que é período de alta estação e várias festas estão acontecendo, logo, as pessoas só terão dinheiro para curtir.

Humor X Depressão

Entre todas as brincadeiras, risos e mais risos, Renato Piaba também chamou a atenção para dizer que os humoristas possuem o papel de fazer as pessoas sorrirem, mas também passam por problemas pessoais, e destacou o caso de Rodrigo Amendoim, encontrado morto dentro de um apartamento no último sábado (28).

“Eu era muito amigo de Rodrigo Amendoim, é tanto que eu estava nesse último final de semana fazendo um show na cidade de Itabuna, e como o caso aconteceu no sábado por volta das 20h, nesse horário eu ainda estava no palco, e quando a minha produção me avisou, eu automaticamente cancelei o show de domingo. Eu lembro que há cerca de um mês, eu estava em uma live de Cristian Bell, isso era por volta de 2h da manhã, e ele estava justamente aconselhando Mendo a não fazer nenhuma besteira. Então assim, as depressões estão acontecendo, nós estamos ficando doentes, nós artistas também estamos doentes, a sociedade está doente, principalmente depois da pandemia, e muita gente se espelha em nós. Tem gente que diz que acorda e já vai olhando meu perfil para verificar o que postei, porque precisava rir, mas assim, eu também tenho meus problemas”, pontuou.

Piaba relembrou da época em que teve uma grande virada de chave na carreira, e mesmo tendo dinheiro “no bolso”, o apoio familiar sempre foi necessário.

“Os artistas que não estão se preparando psicologicamente, acontece o que aconteceu com ele [Rodrigo Amendoim]. Eu por exemplo, quando ainda era da Rede Globo, lá do Faustão, eu saí de um cachê que era cobrado no valor de R$ 1 mil e comecei a ganhar muito mais. Então a minha cabeça mudou, minha vida mudou, comprei carro, viajava para a Europa, Estados Unidos, assim como Amendoim, porém eu tinha família que cuidou de mim, então a depressão está acontecendo e o povo está ficando doente. Hoje eu tenho 30 anos de carreira, eu sei muito bem o que era receber apenas R$ 1 mil por cada apresentação e depois começar a receber R$ 15 mil. Então quando o dinheiro entra, o poder também entra. Com isso, começam a surgir os puxas saco, pessoas que precisam arrancar algo de você, é carro, é político, é mulher, tudo vai em cima da pessoa, mas quando você cai, você é esquecido, se você não souber plantar, porque foi metido, foi isso, foi aquilo, você se acaba, por isso muitos artistas tirando a própria vida”, contou.

O Show de Renato Piaba acontece neste sábado (4), em única sessão, a partir das 20h e a apresentação extra será no domingo (5), às 20h no Centro de Cultura Amélio Amorim.

Com lote promocional, os primeiros 100 ingressos, serão vendidos por R$ 50.

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