Polícia

Advogado do acusado de matar médico de Araci diz que mensagens em celular da vítima geraram discussão e tiro acidental

Questionado sobre o motivo de ter amarrado o corpo a uma corda presa a uma âncora, o advogado disse que o equipamento teria sido comprado dias antes para ser utilizado na moto aquática, e que portanto, o crime não foi premeditado.

Acorda Cidade

O advogado Guga Leal informou, na tarde desta segunda-feira (7), que o celular do médico psiquiatra Andrade Santana Lopes, morto com um tiro na nuca pelo seu cliente e também médico, Geraldo Freitas Carvalho Júnior, foi encaminhado para a perícia.

De acordo com Guga Leal, Andrade teria trocado mensagens de texto com um desafeto de Geraldo Freitas, o que levou o cliente a desconfiar e se envolver em uma discussão com a vítima, e a atirar de forma acidental. O defensor negou que a motivação do crime tenha sido uma premonição, mas confirmou que o cliente dele revelou que a mãe teria tido um sonho em que Geraldo seria morto por duas pessoas, vestido com a camisa de um time de futebol.

“Eu estive no presídio acompanhado de mais dois colegas no depoimento de Geraldo, que durou em torno seis horas e meia a sete horas. Ele informou que pegou no celular da vítima, conversas com uma terceira pessoa que realmente tem problemas pessoais com ele, e já foram parar na delegacia, ele e essa pessoa, e o Andrade era amigo dos dois. Então ao ver as mensagens e o teor das mensagens, fotos de Geraldo Júnior e onde ele poderia ser encontrado, essa foi a motivação. Inclusive disse que a mãe sonhou que em tal data que ele seria morto com a camisa do Flamengo por duas pessoas. Ele não estava vestido no momento do crime com a camisa do Flamengo e estava acompanhado só com Andrade. Então não tem nada a ver que matou por conta de um sonho, não tem nada a ver premonição. O que motivou o crime foram as mensagens que continha no celular de Andrade. O celular foi achado e vai para a perícia”, afirmou o advogado.

Guga Leal destacou que Geraldo não tinha nenhum problema com a vítima Andrade. “Andavam juntos, ele foi ao aniversário de Andrade, eles criavam cachorros, então eles tinham um vínculo de amizade. Ele deixou muito claro isso a doutor Roberto Leal e claro o arrependimento, a negligência dele de estar com a arma naquele momento, e vai responder agora pelo crime”, destacou.

Questionado sobre o motivo de ter amarrado o corpo a uma corda presa a uma âncora, o advogado disse que o equipamento teria sido comprado dias antes para ser utilizado na moto aquática, e que portanto, o crime não foi premeditado.

“A corda ele já tinha comprado para a moto aquática, então não foi nada premeditado. Até porque ele andou com o veículo no sábado, e a moto aquática foge, se separa, e se não tiver amarrada, ela vai embora. Ele comprou a corda para o veículo para andar com a esposa nesse dia, e quando o tiro ocorreu, que o rapaz caiu na água, ele desceu e amarrou a mão e a âncora foi colocada na escada da moto para puxar, mas a marola levou o equipamento e a vítima veio a afundar. O que ele alegou para mim e para o delegado é que ele não tinha intenção e nem motivo para matar Andrade, e muito menos por premonição”, sustentou.

Prisão temporária

Geraldo Freitas Carvalho Júnior foi preso no dia 28 de maio por policiais civis e encaminhado ao Conjunto Penal de Feira de Santana, pra cumprir prisão temporária, a qual vence no dia 28 de junho. O advogado Guga Leal afirmou que irá pedir a soltura do acusado, pois ele não iria atrapalhar as investigações.

“A prisão dele vence no dia 28, e a defesa vai pedir a liberdade ele, pois entendemos que não tem prejuízo ao processo. Pelo contrário, ele contribuiu. Num primeiro momento, ele ficou em silêncio e depois procurou o delegado através dos advogados pra esclarecer o que de fato ocorreu. Quando a polícia chegou à casa dele, ele entregou as armas que ele tinha, todas registradas, sempre esteve presente, teve a oportunidade de fugir e não fez. Ele disse que por ser amigo foi criado um grupo de WhatsApp pelos amigos para procura, e ele não teria como se furtar a não estar nesse grupo, não teria como ele não participar das buscas e não acompanhar a família, porque se ele se esconde iriam descobrir que tinha sido ele”, disse.

Conforme Guga Leal, o acusado informou ainda em depoimento que, quando Andrade estava pilotando a moto aquática, começou a discussão, e o celular estava no canto esquerdo, entre o corpo e a roupa da vítima. “Ele tentou pegar o celular, e a vítima retrucou. Ele estava armado, sacou a arma, e a moto aquática quando se para de acelerar, ela freia, foi nesse momento que a arma veio a disparar”, disse.

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