Continuando a série de entrevistas com os candidatos a Prefeitura de Feira de Santana, nesta terça-feira (7), o entrevistado foi o deputado estadual Zé Neto (PT), da Coligação Um novo caminho para Feira, composta pelos partidos PT, PP, PSB e PC do B. Em, aproximadamente, uma hora de entrevista, Zé Neto falou dos seus planos para governar o município, caso seja eleito em outubro.
Acorda Cidade: Quais as suas propostas de governo para Feira de Santana?
Zé Neto: Feira de Santana vive um momento de extrema importância e essa é a oportunidade de mudarmos para melhor a história, modernizando o município.
Centro da cidade – O centro da cidade precisa de uma arrumação, mas com respeito aos comerciantes e ambulantes que ali trabalham. Não se pode pensar isoladamente um setor, é preciso pensar toda a conjuntura que causa o problema do centro.
Centro de Abastecimento – Irei refundar o Centro de Abastecimento, começar do zero. Transformá-lo em uma Ceasa (Centro de Abastecimento da Bahia). Não vamos fazer relocação. Ele vai funcionar para o varejo e faremos um grande centro distribuidor fora do núcleo do centro da cidade. Essa será a primeira intervenção do meu governo, pois o Centro de Abastecimento é o umbigo da cidade.
Trânsito – Nós iremos duplicar o Anel de Contorno de Feira de Santana, um investimento de R$156 milhões. Anuncio para vocês a construção da Perimetral Norte, que vai sair do lado da Nestlé, encontrar o Novo Horizonte e a BR 116 Norte. Já estamos com o projeto executivo, porque sem projeto não tem como conseguir recursos. Feira de Santana não tem plano diretor, zoneamento urbano, temos que construir saídas para a cidade. Não podemos encontrar a solução para o trânsito sem encontrar saídas laterais.
Transporte Coletivo – O transporte coletivo é o maior engodo do município. Não estou dizendo que os terminais de Transbordo não prestam. Mas, diminuíram o número de ônibus. Aracaju tem o dobro de veículos que Feira de Santana. Acabaram com o Sistema Alternativo de Transporte (SIT), que era competitivo e diminuíram o número de empregos.
Mototaxistas – Precisam ser redimensionados e legitimados. Temos 500, vamos colocar 1500, fazer uma licitação, arurmar tudo e depois fazer a fiscalização. O sistema está funcionando inadequadamente para todos. O Conselho de Transporte só se reúne para discutir o valor da tarifa, vamos nos reunir também para discutir a situação do trânsito na cidade. O transporte deve ser discutido com quem realmente interessa. Hoje, quem manda na cidade são os donos de ônibus. O governo atual herdou muitas coisas que não pôde modificar. Praticamente todos os secretários do governo anterior estavam até três meses atrás no governo atual.
Distritos – É impossível admitir que os distritos estejam na situação que se encontram hoje, abandonados. Vou transformar os distritos de Feira de Santana em cidades satélites, com sub-prefeituras, para que todos os serviços funcionem da mesma forma que na cidade.
Educação – O Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) em Feira de Santana está com mais de 90% do pagamento de pessoal comprometido. Vamos trazer mais recursos para o Fundeb e reformar as escolas. Quero 20 escolas funcionando em tempo integral na cidade. Eu fiquei envergonhado quando fui no colégio CAIC, fiquei mais de 6 anos para conseguir um terreno e construir uma escola no bairro Viveiros. É preciso mudar Feira de Santana, não porque estamos do mesmo lado, mas porque temos como pensar melhor a cidade e melhorá-la em todos os aspectos.
AC: De onde vem o desejo de ser prefeito de Feira de Santana?
ZN: Eu nasci e me criei em Feira de Santana. Sempre tive um amor muito grande por essa terra e lutei pelos interesses da cidade. Quero ser prefeito, acho que estou preparado. Fui vereador, sou deputado, ajudei o prefeito atual no que pude. O prefeito anterior não permitia que o governo do estado ajudasse o município, achava que tinha que conduzir sozinho. O interesse na política atrasa muito as coisas na cidade, temos que colocar as pessoas acima dos interesses, sentar e resolver os problemas. Feira é uma cidade sem projetos e temos que mudar isso. Sou do time que mudou o Brasil, a Bahia e vai mudar Feira de Santana.
AC: Para o senhor, quais os principais problemas enfrentados pelo município?
ZN: Feira de Santana é pobre. Temos menos de 12 milhões de reais para investimentos. Os viadutos que tanto se vangloriam, estão sendo pagos agora. Em termos de recursos, você pode entender a dimensão desse valor, quando citamos que o governo estadual e federal, investiram no município 1 bilhão e 800 milhões de reais em recursos para Feira de Santana. Só o Centro de Convenções custa 12 milhões de reais.
Saúde – Temos que refundar o SUS (Sistema Único de Saúde), reestruturá-lo. Feira não tem atenção básica, os agentes comunitários de saúde ganham o pior salário da Bahia. Vou melhorar os salários dos agentes comunitários e de endemias.
AC: O senhor tem algum projeto para diminuir os impostos pagos pelos micro e pequenos empresários?
ZN: Sim e tenho apoio de grande parte dos comerciantes da cidade, como os do Feiraguai, que sempre respeitei e faço parte da luta deles. O Aeroporto de Feira não tinha nem muro. Muramos, reconstruímos e, em breve, ele irá funcionar. Encontramos uma cidade com 30% de cobertura de esgoto. Hoje temos 80% e quero chegar a 100%. Quero desenvolver a cidade, tem gente querendo ajudar Feira de Santana a melhorar.