Andréa Trindade
O problema da falta de intérpretes de libras nas escolas públicas de Feira de Santana é uma realidade que tem prejudicado muitos estudantes com deficiência auditiva.
Com a finalidade resolver essa situação de maneira emergencial o secretário municipal da Educação, José Raimundo Azevedo, está convocando todos os estudantes e professores que conheçam a linguagem dos sinais para fazer parte do quadro de profissionais da educação.
“Estamos convocando intérpretes de libras para se apresentar na Secretaria Municipal da Educação e fechar um contrato emergencial, uma vez que as crianças não podem ficar sem aula”, explica.
O secretário disse que desde o ano passado a prefeitura estar tentando solucionar essa situação, mas existe uma grande dificuldade em encontrar profissionais nesta área.
“No ano passado contratamos alguns estagiários. O colégio Municipal tem alguns intérpretes e eu sugeri pagar gratificações para que eles pudessem assumir mais dez horas, mas infelizmente não temos ninguém para esse papel”, informou.
José Raimundo disse também que propôs a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) a realização de um curso de especialização nesta área e abriu a vagas no concurso público da Prefeitura Municipal para intérpretes.
Para o contrato emergencial o pagamento é um pouco mais que um salário mínimo para professores e R$ 400 para estagiários.
Protesto
Preocupados com o baixo desempenho dos filhos nas escolas, pais de alunos com deficiência auditiva realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira (6) na Secretaria Municipal da Educação. Eles reivindicaram mais intérpretes de libras para as escolas municipais e alegam que as crianças estão perdendo o ano letivo por falta destes profissionais.
A mãe de aluno, Deusa Barbosa Santos, disse que cerca de 200 alunos na rede municipal têm problemas de audição e que 70% deles foram reprovados no ano passado.
“Nossos filhos estão perdendo de ano por falta de intérprete. Por isso nos mobilizamos para resolver essa situação. O secretário disse que vai se posicionar para trazer essa solução para gente” declarou.
Outra mãe, identificada como Rosa, também falou das dificuldades que o filho dela está passando na sala de aula.
“Meu filho está sendo prejudicado. Ele foi reprovado no ano passado e neste ano está muito difícil para ele de novo. Estamos reivindicando nossos direitos como mães de ter intérprete na sala de aula para nossos filhos”, ressaltou.
Outra mãe disse que já recebeu várias visitas do Conselho Tutelar, que a questionou sobre as faltas do filho. “Meu filho está em casa e não quer ir para o colégio, porque diz que não entende nada”, relatou.
Fotos e informações do repórter Paulo José do programa Acorda Cidade