Daniela Cardoso
Mais de três mil pessoas ocuparam um conjunto residencial em fase de construção pela Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia) no bairro Mangabeira, vizinho ao residencial Santa Bárbara, na manhã de domingo (25). A ocupação, que foi feita de maneira irregular, não teve a aprovação dos líderes de movimentos que lutam pela moradia em Feira de Santana.
A líder do movimento dos sem-terra, Solange Guerra, esteve no programa Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (26) acompanhada de um grupo de pessoas que luta por moradia. Ela disse não concordar com esse tipo de ocupação, pois, segundo ela, as casas já têm donos.
“Estivemos lá na tarde de ontem e disseram que foram vereadores que organizaram com algumas lideranças a ocupação daquelas moradias. Não concordamos com essa iniciativa, porque os programas habitacionais são fruto de conquistas dos nossos movimentos”, disse Solange.
Ela informou que sexta-feira (23) houve uma reunião no Conselho Estadual das Cidades e que uma resolução será publicada nesta segunda ou na terça, sobre as ameaças de ocupação nos empreendimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida, por conta dos atrasos nas obras.
Solange Guerra cobrou providências da Conder. “É preciso abrir uma sindicância e avaliar os fatos. Existe uma diferença de alguns grupos no quesito econômico. Nós vimos muitas pessoas com carros novos. Lutamos por moradia, mas aquelas casas tinham seu destino certo para pessoas que realmente precisam”, afirmou.
O vereador Marialvo Barreto também cobrou investigação e afirmou acreditar que houve articulação política. “Na minha concepção essa ocupação não foi feita de forma correta. Eu passei lá ontem e vi que tinham carros que dá para comprar um apartamento. Teve uma articulação política e precisa haver investigação”, disse.