Laiane Cruz
A família do técnico em refrigeração e motorista de aplicativo Jefferson Bento Santana, que está preso há sete meses acusado de participar de uma série de assaltos em Feira de Santana, tenta provar na Justiça a inocência dele.
De acordo com a esposa do investigado, Raquel Bartira Santana, o marido é inocente e foi preso injustamente. Ela relatou que ele trabalhava em um hospital, e ao deixar o serviço, aceitou fazer uma corrida por meio de aplicativo. O serviço teria sido solicitado por dois homens, que no meio do percurso, anunciaram o assalto, fazendo o motorista refém e obrigando-o a dirigir enquanto praticavam outros crimes.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“No dia 23 de setembro de 2021, meu esposo saiu do trabalho, que ele trabalha em um hospital, e aceitou uma corrida pelo aplicativo, uma corrida da Upa da Queimadinha para a Upa da Mangabeira. No meio do caminho, os dois meliantes anunciaram o assalto e pediram para que meu esposo dirigisse, enquanto eles faziam os assaltos. Meu esposo foi rendido, na mira de uma arma de fogo, e os meliantes saíram fazendo assaltos nas regiões do bairro Mangabeira e Fraga Maia”, afirmou Raquel Santana.
Segundo a esposa, as vítimas denunciaram os crimes para a Polícia Militar, que perseguiu o veículo de Jefferson.
“Meu esposo se jogou do carro em movimento, e o veículo chegou a colidir em um poste de iluminação da Fraga Maia. Os policiais prenderam ele e os meliantes. Levaram todos para a delegacia, foram ouvidos, e os meliantes assumiram que meu esposo não tinha nada a ver, que ele era apenas o motorista, que solicitaram a corrida por aplicativo, e meu esposo também, a todo momento falou que tinha aceitado uma corrida e que ele poderia provar através do aplicativo, que eles olhassem, mas infelizmente isso não foi feito. Até hoje não foram observados esses fatos, que poderiam ter sido levados em consideração. Eu acredito que esse caso dele poderia ter sido resolvido em delegacia e tomou essa proporção toda”, lamentou a mulher.
Jefferson Santana está preso preventivamente no Conjunto Penal de Feira de Santana e passará por uma audiência no dia 29 de abril. Segundo Raquel Santana, a expectativa da família é que haja um resultado positivo.
“Mesmo com todas as provas evidentes de que ele era apenas o motorista, e as vítimas reconheceram ele como a pessoa que conduzia o veículo, ele está no presídio, um lugar horrível, com o psicológico abalado. A gente tem um filho, que todo dia pergunta pelo pai e eu falo que está viajando. A família toda está desesperada, a família toda sofrendo com ele”, completou.
A Presidente do Sindicato dos Condutotes Autônomos em Aplicativo (Sincaap-BA), Viviã Santos, destacou que a entidade está mobilizada para auxiliar a família de Jefferson a provar que o técnico de refrigeração é inocente.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
“Juridicamente, no momento, a gente não tem como tomar providência, porque já vai ter a audiência, então a família optou por aguardar, para gente não fazer mudança nenhuma no momento, a advogada já está a par do caso e vai ter essa audiência dia 29. Nós como instituição vamos mobilizar os motoristas, fazer essa movimentação dia 26. A gente vai fazer uma manifestação dia 26 de abril saindo do Ministério Público da Presidente Dutra, em direção à praça do Fórum. A gente vai se concentrar lá para chamar a atenção da sociedade para esse caso, que está ganhando uma repercussão muito grande e as pessoas que estão de fora estão entendendo a sensibilidade do caso, mas quando Jefferson foi preso, isso não foi entendido. Ele estava trabalhando, tinha acabado de sair do seu emprego, foi tentar fazer um extra e foi vítima, mas está como acusado e não tem condições disso permanecer. Nós, enquanto instituição, estamos dando todo o apoio à família”, afirmou Viviã Santos.
A advogada Camila Santa Bárbara, que acompanha o caso de Jefferson, explicou que a defesa do motorista já ingressou com pedido de relaxamento de prisão, revogação de prisão e alguns habeas corpus, sendo um direcionado ao STJ, mas todos foram negados, mantendo Jefferson na prisão.
“Aconteceu uma audiência de instrução, onde por erro da Vara, as vítimas não foram citadas para comparecerem e prestarem seus esclarecimentos. Com isso a audiência teve que ser remarcada para o dia 29 de abril e foi prorrogada por mais um tempo a prisão do Jefferson, e com isso, apesar de todos os esforços ainda não conseguimos a liberação dele”, disse.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.
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