Feira de Santana

8 dias após morte do filho por engasgo, mãe fala sobre a perda e cobra aplicação da Lei Lucas nas escolas

A mãe da criança, Ana Clara Trindade, de 24 anos, que reside no bairro SIM e trabalha em um supermercado, relatou em entrevista ao Acorda Cidade sobre a tragédia que acometeu a família e falou sobre a dor da perda do seu filho.

Laiane Cruz

Atualizada às 21:27

Nesta sexta-feira (25) completaram-se 8 dias que o pequeno Derick Trindade Guerrieri, de apenas 2 anos, perdeu a vida após engasgar com um pedaço de pão, enquanto estava em uma creche localizada no bairro Santo Antônio dos Prazeres, em Feira de Santana.

O fato ocorreu por volta das 18h do dia 19 de março. O garoto foi levado às pressas a um posto policial do bairro, e em seguida encaminhado ao Hospital Estadual da Criança (HEC), onde chegou com parada cardiorrespiratório e chegou a ser entubado, mas não resistiu.

A mãe da criança, Ana Clara Trindade, de 24 anos, que reside no bairro SIM e trabalha em um supermercado, relatou em entrevista ao Acorda Cidade sobre a tragédia que acometeu a família e falou sobre a dor da perda do seu filho.

Segundo Ana Clara, no dia da morte de Derick, ela estava trabalhando, quando uma das funcionárias da creche chegou em um carro, gritando que o filho tinha sofrido um engasgo.

“Eu saí com ela, que me levou até a creche. Chegando lá, tinha muita gente na rua, e me falaram que ele tinha saído com um motoboy e uma mulher. O motoboy voltou e disse que deixou a mulher e o menino num posto policial, e o pessoal do posto policial entrou em contato comigo depois, informando que tentaram fazer os procedimentos, até que conseguiram e ele vomitou um pouco, mas quando chegou ao Hospital da Criança já era um pouco tarde. Ele já estava sem ar, tentaram reanimar ele por cerca de 20 minutos e acabou que ele voltou, foi entubado, só que como ele era muito pequeno e ficou muito tempo sem respirar, ele não resistiu a todos os procedimentos”, contou a mãe.

De acordo com a jovem, a perda de um filho é uma sensação horrível, que não tem explicação. Ela chama a atenção para que as escolas e creches mantenham em seus quadros de funcionários pessoas preparadas para situações como essa.

“Estou muito mal, tentando fazer terapia. Eu o amo demais, não acredito que estou passando por isso. A Lei Lucas é muito importante para creches e colégios, porque é preciso dar os primeiros-socorros. É importante que cada pessoa que trabalha com crianças tenha esse preparo, pois eu sei que se meu filho tivesse recebido os primeiros-socorros na creche, ele estaria aqui comigo. É preciso que as pessoas verifiquem nas creches e escolas se tem pessoas preparadas. Eu quero justiça, mas que traga um retorno, que as escolas tenham pessoas preparadas, quero Justiça com isso, porque a gente não precisa mais perder criança nenhum. A vida do meu filho não foi em vão.”

A Lei Lucas, a que Ana Clara se refere, é Lei nº 13.722, de 4 de outubro de 2018, que torna obrigatória a capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil.

A lei nasceu após o garoto Lucas Begalli, sair para um passeio escolar, na cidade de Campinas, em São Paulo, e morrer engasgado com um cachorro-quente, pois nenhum dos professores tinha noções de primeiros-socorros.

 

Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade.

 

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