Gabriel Gonçalves
Um grupo de moradores do bairro Queimadinha, em Feira de Santana, interditou a Avenida José Falcão da Silva, na tarde desta terça-feira (22), para reivindicar contra a forma que são feitas as ações da Polícia Militar.
De acordo com eles, as guarnições chegam ao bairro deflagrando tiros, correndo o risco de atingir alguém.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
Sem querer ser identificada, uma moradora alegou que é mãe de dois filhos com necessidades especiais, e não tem o direito de poder sair com eles no próprio bairro, devido a forma que são realizadas as ações de segurança.
"Eu sou mãe de família, tenho dois filhos especiais, meus filhos precisam tomar remédio controlado e eu não tenho a liberdade de poder sair com eles pelo próprio bairro, porque a Polícia Militar já chega atirando e corremos o risco de receber uma bala perdida, porque para eles todos os moradores possuem algum vínculo com o tráfico de drogas", alegou.
Outra moradora, declarou que as ações para combater o crime na localidade podem feitas com mais educação e criticou a falta de projetos sociais no bairro.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
"Estamos aguardando órgãos competentes para combater o crime no bairro da Queimadinha, que não é dando tiro que resolve. A gente entende a profissão da Polícia Militar, eles estão aqui para defender a sociedade, mas não colocando nossas vidas em risco, porque o bairro da Queimadinha está esquecido. Não existem projetos voltados para os jovens, até tinha, mas não existem mais, não tem um futebol, não tem uma educação, e dando tiro só prejudica quem é pai, quem é mãe, os idosos, por exemplo, que ficam vulneráveis com essa situação. A gente espera que o Governo possa olhar por nossa sociedade e aqui nós estamos pedindo paz, pois nem sentar na porta de casa, podemos sentar", lamentou.
Ao Acorda Cidade, o tenente Léo Cerqueira, da Rondesp Leste, informou que o trânsito foi liberado, assim que as guarnições chegaram ao local e explicou sobre as operações que são realizadas nos bairros de Feira de Santana.
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Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
"A gente recebeu informações do Centro Integrado da Polícia Militar (Cicom), que estava ocorrendo uma manifestação que impedia a ida e vinda de veículos nesta avenida. Rapidamente a gente conversou com as lideranças e elas cederam à nossa solicitação sem maiores problemas. E foi orientado que elas poderiam continuar com manifestação desde que não interferissem no direito alheio. A Polícia Militar é um dos poucos órgãos ou a única instituição que tem acesso a todos os lugares. Não tem um lugar nessa Bahia que a Polícia Militar não faça seu policiamento, e o que acontece com a Queimadinha é que na maioria das vezes que a gente adentra à comunidade, os policiais são recebidos com disparos de arma de fogo e revidam a injusta agressão. Isso acaba provocando a questão do tiroteio, e infelizmente a gente não tem como combater esse tipo de prática de uma outra maneira", destacou.
Ainda segundo o tenente, muitos homens que atiram, se escondem nas chamadas taboas do bairro.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
"Pelo conhecimento que a gente tem em algumas rondas que a gente faz, os meliantes atiram contra a guarnição e vão se esconder dentro das taboas. A Polícia Militar se faz presente em todo lugar de Feira de Santana com suas quatro unidades operacionais mais a Rondesp Leste, mais as tropas que têm de apoio e essa é uma premissa que é pregada pelo nosso comandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), Coronel Piton, o Major PM Cardoso, então a gente sempre está fazendo policiamento em todos os lugares de Feira de Santana", concluiu.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
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