Feira de Santana

Familiares de jovem morto no bairro Estação Nova fazem protesto em frente ao Complexo de Delegacias e pedem justiça

Bruno Felipe foi morto no dia 9 de fevereiro enquanto estava almoçando.

Gabriel Gonçalves

Familiares e amigos do jovem Bruno Felipe Santos Pereira, 20 anos, morto no dia 9 de fevereiro enquanto estava almoçando na área externa de um Hortifruti, localizado na rua Jordânia, bairro Estação Nova, em Feira de Santana, realizaram uma manifestação no final da manhã desta quarta-feira (16) em frente ao Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho.

Ao Acorda Cidade, a mãe do jovem, Jaciana da Silva Santos, explicou a manifestação teve como objetivo solicitar a justiça e que as investigações sejam concluídas para identificar quem foi que matou o filho.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Meu filho foi mais um inocente que não devia nada, não fazia parte de facções. Por isso que estamos aqui para que a justiça seja feita. Nós temos o direito de ir e vir e colocamos os nossos filhos no mundo, criamos como cidadãos e acontece isso. E pelo que eu fiquei sabendo, isso tem coisa com facção porque não pode um morador de um bairro, circular me outro. Isso é uma vergonha para Feira de Santana, meu filho foi mais uma vítima inocente e os nossos direitos de ir e vir, ficam onde? Quem está falando aqui, é mais uma mãe que perde seu filho, por isso queremos que a justiça seja feita", disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ainda de acordo com Jaciana da Silva, o outro homem que estava com Bruno Felipe ainda não se pronunciou sobre o assunto.

"O patrão dele foi pegar meu filho, olha que nem pegou na porta de casa, pegou em uma esquina. Me disseram que ele iria receber um dinheiro e levou meu filho junto, mas até hoje meu filho nunca voltou para casa, eu só quero que todos os fatos sejam apurados, porque até o momento, ele não se pronunciou, não sei de nada, falei com ele por telefone, mas ele não me dá uma explicação, disse que não viu no momento, que estava do outro lado da rua. Não iremos fazer justiça com nossas próprias mãos, por isso que estamos aqui, pedindo a justiça, meu filho morreu inocente", concluiu.

Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade

O comerciante Ronaldo de Araújo Junior, com quem Bruno estava trabalhou por dois dias, antes de ser assassinado, relatou, em entrevista ao Acorda Cidade, que no dia do crime, o ajudante trabalhou normalmente e quando se dirigiram ao bairro Caseb, em visita a um cliente, eles pararam para almoçar.

“Eu trabalho pela madrugada no Centro de Abastecimento e aí a gente fez as vendas, que são feitas toda segunda, quarta e sexta, quando chegam as mercadorias, e a gente saiu para pegar os caixotes e mandar para Juazeiro, para vir outra mercadoria na feira seguinte. A gente saiu pelos bairros e pelos clientes, e quando chegamos ao Caseb, o cliente me ofereceu um cozido e disse ‘senta um pouquinho para a gente comer’, assim eu fiz, sentei com o Bruno na mesma mesa aguardando. O cozido chegou, todos nós sentamos para comer, e meu cliente até pegou meu veículo para pegar uma mercadoria no Centro de Abastecimento, coisa rápida, e depois a gente sentou para comer todos juntos: eu, Bruno, meu cliente, o funcionário dele e a moça que trouxe a comida para a gente, quando fomos surpreendidos por esse elemento, que tirou a vida do rapaz”, contou Ronaldo de Araújo.

Ele disse que tudo aconteceu de forma rápida, enquanto ele almoçava, e quando viu os tiros sendo deflagrados pelo autor, correu.

“Foi uma coisa muito rápida, eu estava de cabeça baixa, pois estava comendo no momento, quando me deparei com a situação dos tiros. Eu corri. Bruno, oficialmente, estava trabalhando comigo pelo segundo dia. Eu o conheci por indicação. Um amigo do Centro de Abastecimento falou que ele estava precisando de uma oportunidade. Eu dei, mas até então eu não o conhecia, não sabia onde morava, até porque foi por isso que o peguei na esquina, porque na segunda-feira quando eu fui deixá-lo, ele pediu para eu deixar na praça, em frente à Base, que foi onde eu o peguei na quarta-feira”, informou o comerciante.

Ronaldo de Araújo disse que, como testemunha dos fatos, cumpriu todo o protocolo da Polícia Civil, informando dados pessoais e auxiliando nas investigações.

“Eu fiz todo o protocolo, esperei os investigadores fazerem a perícia, prestei o depoimento, e no momento que eu cheguei lá com a investigadora, tinha algumas pessoas na esquina me olhando, então eu me senti coagido e constrangido naquela situação. Depois de eu deixar meu endereço, meus dados, meu número, e prestar meus esclarecimentos, um rapaz que se identificou como pai dele ou padrasto, não sei bem, ele me abraçou, viu que eu estava conversando com a investigadora policial, eu falei que estava me sentindo constrangido, chocado com a situação, ele mesmo me orientou que fosse para casa que naquele momento era com a polícia”, disse.
  

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários