Gabriel Gonçalves
Por conta dos altos números registrados para a Covid-19 em Feira de Santana, além do surto de gripe H3N2, cerca de 10% dos agentes comunitários de saúde, foram afastados das atividades laborais.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Feira de Santana, Everaldo Pereira, esse número é equivalente a cerca de 80 servidores.
"O agente comunitário é uma pessoa como qualquer outra e muitos dos nossos servidores foram acometidos pela Covid-19 e agora com a gripe H3N2. Infelizmente tivemos o registro de dois óbitos por conta do coronavírus. Então a partir do momento em que este servidor tem o teste positivo, ele é afastado das atividades, ficando no período de 10 até 14 dias em casa para retornar ao trabalho", explicou.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
Além dos afastamentos causados pelas doenças, Everaldo informou à reportagem do Acorda Cidade, que a quantidade de servidores para atuar no município de Feira de Santana, é insuficiente.
Segundo ele, a categoria tinha que ser composta com pelo menos 1.600 servidores, mas atualmente tem apenas 860 agentes.
"Hoje nós temos em média de 860 agentes comunitários, porém seria necessário cerca de 1.600 servidores para que todas as áreas da cidade, fossem cobertas de forma 100%. Como isso não acontece, nós precisamos realizar mutirões em determinados locais, justamente onde não há a atuação do agente comunitário, como forma de suprir a necessidade da comunidade, porque hoje temos aí, uma defasagem de quase 50% de servidores que deveriam atuar no município", disse.
Ainda segundo Everaldo, todos os anos, são feitos ofícios à Secretaria Municipal de Saúde, para que novos concursos sejam realizados no sentido de reforçar a categoria.
"Nós somos servidores do município, temos essa média de 800 agentes na cidade, no estado da Bahia, são mais de 3 mil servidores e em todo o Brasil, são mais de 250 mil agentes. Todos os anos, enviamos ofícios à prefeitura solicitando concursos para que novas pessoas possam integrar a nossa equipe", concluiu.
Ao Acorda Cidade, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Britto, explicou que a defasagem do número de agentes comunitários, é decorrente da falta de orçamentos que o município não tem.
"Nós temos ainda uma defasagem no número de agentes comunitários, mas isso tudo decorre de dificuldades de orçamento. Desejamos sim, que a gente venha ao máximo, aquele que é recomendado, mas entre o recomendado e o possível, a gente tem uma diferença aí importante. Não podemos descuidar também das outras áreas, por isso fica o registro, nós admitimos o fato, mas tudo vai depender também de recursos", afirmou.
Com relação ao número de agentes comunitários afastados, o secretário destacou o uso da vacina contra a Covid-19, como forma de minimizar os danos causados pela doença.
"A gente sabe que o agente de saúde está muito exposto, porque eles realizam visitas frequentes e qualquer um está sujeito com relação à isso, seja pela Covid-19, seja pela gripe. Mas é importante também destacar que não atinge apenas a categoria dos agentes, atinge também os médicos, enfermeiros e até o pessoal do administrativo da Secretaria de Saúde. Queremos aqui reiterar a necessidade da vacina, enaltecer os cuidados e principalmente pelos agentes, estes que são responsáveis em fazer a ponte da informação da saúde até à comunidade", concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade