Laiane Cruz
A Fundação Hospitalar Inácia Pinto dos Santos, que administra o Hospital da Mulher, em Feira de Santana, irá suspender os investimentos para ampliação de cirurgias ginecológicas e de retirada de nódulos de mama. Também estão suspensas, por enquanto, as licitações para compras de equipamentos e ampliação de setores da unidade.
De acordo com a presidente da Fundação Hospitalar, Gilbert Lucas, a suspensão de novos investimentos para o Hospital da Mulher e o Centro Municipal de Prevenção ao Câncer neste mês de janeiro ocorre em virtude da não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), cujo projeto foi devolvido ao poder executivo pela Câmara de Vereadores, para correções de inconsistências.
Segundo ela, a falta de aprovação do orçamento municipal trava as ações de ampliação em diversas áreas do hospital, o que traz impactos também para a população, que necessita dessa assistência.
“Os impactos são importantes porque quando a gente prevê um orçamento, a gente faz um planejamento para melhorias na unidade. Como o orçamento não foi até o momento aprovado, isso impacta totalmente na assistência. A Fundação Hospitalar em 2021, segundo os nossos dados estatísticos, realizou mais de 620 mil consultas e exames. Então quando a gente faz uma projeção para 2022 é com base nesses dados, colocando uma proporção de aumento nos atendimentos”, exemplificou.
Gilbert Lucas informou que também existe um projeto para o ambulatório de pré-natal do alto risco e a locação de um imóvel agora em janeiro, que precisaram ser suspensos.
“Existe um valor na conta da Fundação hoje de mais de R$ 1 milhão, de recurso federal, para projetos de investimentos em equipamentos, com um valor específico para o Banco de Leite, o centro cirúrgico, vigilância epidemiológica hospitalar. Todos esses recursos já estavam previstos para agora em 2022, de abertura de licitações, que entram como investimentos e nesse momento terão que ser suspensos.”
Outro impacto do orçamento travado, segundo ela, é com relação às cirurgias ginecológicas, que seriam ampliadas a partir deste mês, como também de nódulos da mama e retirada de útero guiada por ultrassom.
“Todo o planejamento de aumento dessas cirurgias não vai poder ser realizado, porque não vamos poder abrir a licitação da nova mesa cirúrgica e do aparelho para histeroscopia, como também das pinças específicas para esse tipo de serviço. Então vamos continuar realizando as cirurgias que já estavam marcadas, de outubro de 2021, que são só quatro cirurgias por semana. Mas o nosso projeto era de ampliação para o dobro dessas cirurgias a partir de janeiro e já tínhamos contratado um cirurgião para cirurgia de retirada de nódulo mamário.”
Havia previsão ainda, conforme a diretora da Fundação, de ampliação do lactário e do berçário, que pela mesma razão precisaram ser adiadas.
“Tudo o que é investimento a gente tem que suspender e trabalhar com os contratos que estão em andamento, que são apenas aqueles de medicação, manutenção, contratos contínuos, mas que também estão limitados ao orçamento do mês, atendendo ao artigo 67. Tudo isso impacta na assistência, e a gente tem serviços como o Centro Municipal de Prevenção ao Câncer onde existe uma necessidade de ampliação. Além de uma grande demanda na estrutura da unidade para aumento de pediatras e de especialidades como urogineco, planejamento familiar e pré-natal de alto risco. Esses médicos não poderão ser contratados agora”, finalizou.
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Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade