Andrea Trindade
Atualizada em 06.01.2022 às 09h35
Moradores da Rua Finlândia no bairro Estação Nova, em Feira de Santana, convivem com um problema antigo. Apesar de a Secretaria Municipal de Serviços Públicos estar ciente da situação, nada foi de fato resolvido.
Milhares de cocos da feirinha são jogados em um terreno baldio. Além dos cocos, também há muito lixo, animais mortos e um forte mau cheiro.
"O incômodo é tão grande que a gente evita passar por aqui. Tem que dar uma volta no quarteirão. Como é que você mora numa rua e essa rua está repleta de lixo? Sem contar com o mau cheiro dos peixes da feirinha todos os domingos, o local não é lavado. É um problema pra ser resolvido também. Quem mora aqui sofre, aplicativo de transporte não quer vim, o nosso ponto de referência é o lixão. E esse é o cartão de visita da cidade”, reclamou a moradora Maria de Lourdes ao Acorda Cidade.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
A moradora, que colocou a casa onde mora à venda por causa do problema, sugeriu fiscalizar a área e determinar a construção do muro, conforme determina a lei municipal. Maria de Lourdes disse também que esteve com um grupo de moradores ontem (4) na secretaria e conversou com o secretário Eli Ribeiro, que, segundo ela, garantiu que resolverá a situação neste mês.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
“Estou vendendo a casa porque ninguém aqui tá suportando mais. Ninguém consegue fazer uma refeição por causa do mau cheiro, está insuportável. Aos domingos não podemos receber visitas porque a feirinha está praticamente na nossa porta, a gente nem pode sair na frente da casa. Aqui é uma área central da cidade e precisa ser resolvido. Vai deixar o lixão passar na frente do Samu? Na frente da Justiça Federal?”, questionou.
Júlio César mora há 48 anos no local e destacou que o que mais prejudica os moradores são os cocos. Ele contou que até foi ameaçado por ter reclamado.
"Os proprietários já cercaram o terreno duas vezes e os carroceiros derrubaram a cerca porque eles jogam o lixo por cima da cerca e a patrol quando vem limpar termina de derrubar”, informou.
Ao Acorda Cidade, o diretor de limpeza pública da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), João Marcelo, informou que o órgão possui conhecimento da situação.
Ainda de acordo com ele, mesmo com tratativas com os proprietários dos estabelecimentos comerciais, a insistência pelo descarte incorreto continua.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
"A nossa secretaria de Serviços Públicos já tomou conhecimento sobre estes descartes, mas a gente sabe que não é um problema novo, é um problema antigo e já tentamos várias soluções, várias reuniões, mas ainda é possível identificar a insistência dos donos dos estabelecimentos de vendas de cocos ao fazer esse tipo de descarte. Já foi solicitado também à Vigilância Sanitária, para que a equipe entre em campo junto com a gente, para que possamos identificar o tipo de vazamento do líquido do coco que também não é permitido no solo, e isso pode ser prejudicial para a comunidade", informou.
Segundo João Marcelo, a equipe da secretaria realiza a coleta do lixo, quatro vezes na semana, e salientou que o material sempre é jogado durante a noite.
"A nossa equipe da prefeitura, realiza a coleta do lixo quatro vezes na semana, mas a gente percebeu nessa última vez, que o descarte foi feito na segunda-feira durante a noite, porque o pessoal não tem coragem de descartar durante o dia. Descartam no local, deixam lá, mas depois o problema cai em nossas mãos. O proprietário do terreno, já está com processo de desapropriação, porque apenas de IPTU, esse proprietário está com o débito em mais de R$ 200 mil. Esse processo de desapropriação é lento, tem um prazo para ser executado, de pelo menos quatro anos, mas a prefeitura está em andamento com esta situação", concluiu.
Fotos: Paulo José/Acorda Cidade
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade