Gabriel Gonçalves
É muito comum ver as pessoas utilizando anéis como forma de acessório nos dedos ou até mesmo alianças, para simbolizar um ato de matrimônio. Mas algo tão pequeno, pode gerar certos incômodos e talvez transtornos quando estes, ficam presos nos dedos.
Apenas no mês de setembro, o 2º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Feira de Santana, atendeu cerca de 10 ocorrências, de pessoas que foram até a sede do quartel que fica no bairro do CIS, para solicitar apoio.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o capitão Edson Dantas, do Planejamento Operacional do 2º GBM, explicou que esse tipo de ocorrência acontece com uma certa frequência, independente do perfil da pessoa, sejam homens, mulheres e até crianças.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Diferente das outras ocorrências que nós recebemos através da central telefônica que é o Cicom, estes usuários comparecem diretamente aqui em nosso quartel pedindo ajuda para que seja feita a retirada do anel. É uma ocorrência que acontece com frequência, e para que as pessoas tenham noção, nós tivemos aproximadamente a retirada de 10 anéis. O perfil sempre varia da pessoa e quando o anel entala, o termo que nós utilizamos, as pessoas tentam das mais formas possíveis retirar em casa mesmo, e quando apresenta o inchaço e ver que não consegue mais remover, recorrem ao Corpo de Bombeiros. Então são adultos, mulheres, homens, crianças também que testam o anel e conseguem empurrar, mas na hora da remoção, não consegue, e desta forma temos um perfil de modo geral", afirmou.
A recomendação feita pelo Corpo de Bombeiros, é que no momento de tentar colocar o objeto no dedo, ao perceber que está entrando com incômodo, não forçar.
"As nossas orientações, é que as pessoas possam se prevenir. Os anéis por exemplo, se estão apertados, evitar usar e caso já estejam nos dedos, mas está apresentando algum incômodo, o mais rápido é fazer a remoção antes de chegar em uma situação mais delicada impossibilitando a retirada. Outra dica é não utilizar anéis de terceiros, se a pessoa não conhece, possa ser que não entre com facilidade e não deve insistir, já que pode ter dificuldade para sair depois", disse.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Quais procedimentos podem ser feitos ainda em casa para remoção do anel?
Segundo o capitão Edson Dantas, quanto mais ficar mexendo no dedo na tentativa de remover o anel, a temperatura irá aumentar, por conta da agitação que está se fazendo no local, promovendo também o inchaço do dedo.
"O que pode levar a inflamação deste dedo que no termo popular é o inchaço, é o calor. Quando a pessoa realiza as tentativas, acaba agitando a região que começa a ficar inchada, então a indicação é fazer o processo do deslizamento, como molhar o dedo, se possível com água gelada porque provoca o desinchaço, facilitando a saída do objeto, assim como também deixar o dedo na posição para cima, para aliviar a corrente sanguínea. É importante também evitar algum equipamento, porque muitas pessoas acabam conflitando o anel preso no dedo, porque na tentativa desesperada, acabam colocando algum objeto entre o dedo e o anel, vindo a ferir o dedo, fazendo com que tenha o inchaço mais rápido, dificultando a retirada", informou.
Não conseguiu remover o anel em casa? Veja o que fazer.
Em casos extremos, onde há o inchaço do dedo, o capitão Edson Dantas explicou ao Acorda Cidade que geralmente os anéis precisam ser cortados.
"Quanto mais cedo a pessoa procurar apoio, mais fácil será possível fazer a retirada do anel, inclusive quando a pessoa chega aqui no estado mais crítico quando o dedo já está inflamado e a pessoa já fez de tudo em casa, mas acabou inflamando o dedo. Nesse momento na maioria dos casos, nem sempre, infelizmente, nós conseguimos salvar o anel, a gente vai fazer a retirada do anel através de um corte com uma técnica que nós temos aqui. A gente sabe que é um objeto simbólico, as pessoas desenvolvem um sentimento, então sempre que possível o Corpo de Bombeiros vai tentar salvar o anel, quando não é possível, fazemos o corte com uma pequena retífica, no qual utilizamos um disco para que aos poucos o anel seja serrado, até ter a abertura possível para fazer a remoção", explicou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Ainda de acordo com o capitão, alguns casos precisam ser encaminhados para uma unidade de saúde, para que a pessoa possa tomar uma anestesia e minimizar a dor.
"Muitas ocorrências que chegam até nossa equipe, já é um pedido do próprio serviço de saúde que foi encaminhado para nossa sede, porém nem sempre, o Corpo de Bombeiros consegue fazer a remoção por conta das dificuldades. Então nesses casos mais críticos, nós acompanhamos esta vítima até uma unidade para dar uma pequena anestesia como forma de minimizar a dor e fazer a retirada com um nível maior de conforto. Na maioria das vezes, não há nenhuma consequência para esta pessoa, porque temos uma proteção para que seja feito o corte do anel. É preciso ter técnica, segurança de modo a não causar nenhum ferimento a esta pessoa", concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade