Covid-19

Contato das crianças com a natureza foi prejudicado durante a pandemia; entenda os riscos

Jardins têm sido opção das famílias para que crianças mantenham contato com natureza no período pandêmico.

Acorda Cidade

A pandemia do Covid-19 impactou de maneira muito expressiva a rotina de todas as pessoas com as restrições sanitárias, mas, sem dúvida alguma, as crianças e os adolescentes foram os mais atingidos, principalmente pelo isolamento social e pelas aulas online.

Dessa forma, as famílias tiveram de resgatar sua própria infância e usar a criatividade para manter as crianças ativas e estabelecer novas rotinas diárias, tema que foi destaque na live do programa Criança e Natureza no último dia 12 de maio, onde o pediatra, docente da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mestre em Saúde Pública pela Fiocruz e palestrante nos temas sobre infância, família, saúde e sociedade Daniel Becker abordou a relação das crianças com a natureza nesse período pandêmico, assim como fez sugestões de como deve ser essa interação, conforme a faixa etária.

Se a criança já estava conectada com as novas tecnologias antes da pandemia, certamente, a permanência em casa proporcionou maior tempo diante do celular, tablet, computador, jogos e a própria aula online. Preocupada com essa situação, a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) lançou um manual abordando a temática, e destaca que os benefícios do contato da criança com a natureza favorecem o seu bem-estar mental, o desenvolvimento neuropsicomotor, um controle melhor das doenças crônicas e mais facilidade de encarar problemas de saúde quando adulto.

Richard Louv, autor estadunidense, escreveu oito livros abordando temas sobre a família, a natureza e a comunidade. Inclusive, cita o déficit de natureza, ou seja, o aumento da mudança residencial dos grandes centros urbanos, como São Paulo, para cidades distantes, a 100 quilômetros – o êxodo urbano –, em busca de maior contato familiar com a natureza.

O escritor comenta que "ironicamente, a pandemia atual, por mais trágica que seja, aumentou o déficit de natureza, mas também fez crescer dramaticamente a consciência pública da profunda necessidade humana de conexão com a natureza".

O importante é fazer com que a criança participe ativamente do cuidado da natureza. Pensando no momento em que o responsável for utilizar as ferramentas, como pás, enxadas, cortador de grama, entre outras, para cuidar de uma área arborizada, a criança pode participar da atividade com todos os cuidados necessários.

E, para aquelas crianças que não têm oportunidade de ter contato constante com a natureza, algumas atitudes podem ser tomadas, como passear em parques e praças e cultivar plantas em vasos em casa, com a responsabilidade de cuidar delas. Seja qual for o espaço, o contato com a natureza contribui significativamente com a saúde física e mental.

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