Polícia

Ex-companheiro de mulher encontrada morta às margens da BR-116 deve ser ouvido pela polícia, em outro estado

A vítima estava desaparecida desde o dia 22 de agosto, e foi vista pela última vez em companhia do ex-companheiro, que atuava como médico na cidade.

Laiane Cruz

A Polícia Civil continua com as investigações para elucidar a autoria e a motivação da morte de Gabriela Jardim Peixoto, 35 anos, que foi encontrada morta em um matagal às margens da BR-116 Norte, próximo à entrada do distrito de Matinha, em Feira de Santana. A vítima estava desaparecida desde o dia 22 de agosto, e foi vista pela última vez em companhia do ex-companheiro, que atuava como médico na cidade.

De acordo com a delegada Klaudine Passos Silva, titular da 1ª Delegacia Territorial, que conduz as investigações, desde que a queixa do desaparecimento foi registrada pelo ex-marido da vítima e pai da filha dela de 12 anos, que reside em Salvador, foi traçado um roteiro dos últimos passos de Gabriela ao lado do ex-companheiro.

Foto: Aldo Matos/ Acorda Cidade

“Nós tínhamos uma ocorrência policial registrada na segunda-feira, na terça iniciamos as investigações, roteirizamos toda a trajetória da Gabriela, de que ela parou em um posto de combustível, estacionou o veículo de maneira errada e foi advertida pelo frentista. Desembarcou do veículo e abraçou o motorista de um veículo Frontier, que já estava no posto e falava muito alto, segundo o frentista. Após se abraçarem, eles conversam pouco e eles saem do posto e vão para o outro lado da cidade, na Avenida Fraga Maia, onde ficaram lá em um estabelecimento comercial. Posteriormente, eles saem junto à bordo dessa Frontier e as investigações apontam que esse carro passou pela BR-116 Norte, sentido Santa Bárbara, por volta de 1h, retornando por volta das 2h. Isso nos deu um alerta muito grande. O casal teria ido a algum lugar, teria desistido, aconteceu alguma coisa”, relatou a delegada.

Segundo Klaudine Passos, nenhum familiar da vítima ou do ex-companheiro haviam se dirigido à delegacia até o último sábado para prestar qualquer depoimento. Apenas o ex-marido, que desde a terça-feira, teria colaborado com as investigações, traçando um perfil de Gabriela para a polícia.

“A dificuldade da investigação até o sábado era que nenhum familiar da senhora Gabriela e do ex-companheiro compareceram à unidade policial. Nós tínhamos apenas uma ocorrência policial registrada pelo ex-marido, que desde terça-feira deu um norte sobre quem seria a senhora Gabriela e os relacionamentos que ela tecia na cidade, de maneira precária, porque ele mora em Salvador. Mas as investigações de maneira muito salutar e muito rápida conseguiram trazer aos autos que na verdade esse desaparecimento ia se desencadear sim num homicídio, que a gente não descarta a possibilidade de ser um feminicídio”, afirmou.

A delegada disse ainda que com relação ao ex-companheiro da vítima, as investigações apontam que ele já não estava na cidade quando houve o registro da ocorrência. “Ele já teria saído inclusive do estado. Foi tentado o contato por telefone com ele, que informou de maneira tranquila que não estava na cidade. Dissemos sobre a necessidade da sua oitiva e ele se pôs à disposição para ser ouvido no local onde está.”

Klaudine Passos destacou que as investigações já estão sendo finalizadas e ela partirá agora para as medidas cautelares.

“As medidas cautelares agora são necessárias para melhor elucidação desse fato, não se está aqui apontando a autoria, até porque não é o momento. Mas informo que a situação já está bem avançada e em pouco tempo a gente vai ter uma resposta, e vamos tentar demonstrar a autoria e a motivação. Não descartamos nenhuma possibilidade. Prisões preventivas ou temporárias podem ser representadas a qualquer momento. Trata-se de uma pessoa que estudou na Bolívia e atuava aqui em Feira de Santana. Estamos ouvindo pessoas que estavam próximas à senhora Gabriela, pois agora que ela apareceu morta, as pessoas passaram a procurar para fazer o que ela fazia, quem era ela”, informou.

 

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

 

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