Shopping Popular

Empresário que administra Shopping Popular fala sobre situação econômica do local e anuncia novos espaços para feira livre

Elias Tergilene voltou a falar sobre a abertura de mil espaços no estacionamento do Shopping, para a instalação de uma feira aos sábados e domingos no local.

Laiane Cruz

O presidente do Consórcio que administra o Shopping Popular Cidade das Compras, o empresário Elias Tergilene, usou a tribuna da Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira (6), para se pronunciar sobre a situação econômica do empreendimento.

“O objetivo foi esclarecer a Câmara toda a realidade que hoje ocorre no Shopping Popular. Foi muito produtivo, pudemos debater sugestões, como a instalação de vans, de órgãos públicos, de uma associação de lojistas para a gente acompanhar os custos e tudo aquilo que é feito no Shopping Popular. Também, solicitamos a presença nessa comissão de um representante da Câmara, um representante do Ministério Público e um da prefeitura, para que agora por diante, o empreendimento possa cumprir o seu papel social, que é de emancipação de renda e empreendedorismo a todos os comerciantes de Feira de Santana”, afirmou o empresário.

Elias Tergilene voltou a falar sobre a abertura de mil espaços no estacionamento do Shopping, para a instalação de uma feira aos sábados e domingos no local.

“Vamos lançar a Feira de Santa Ana. Nós precisamos fazer muita propaganda de agora em diante, pra chamar toda a região da agricultura familiar, artesanato, food truck pra feira de Santa Ana. Aos sábados e domingos, vamos estar criando mil espaços pra feira, que vai ocorrer no estacionamento do Shopping Popular, com a permissão da prefeitura, no momento que puder fazer essa feira. Vamos começar o cadastro, são mil espaços e nós vamos dar três meses de carência, beneficiando assim mais mil empreendedores. Já está combinado com a prefeitura, não foi feito antes por conta da pandemia”, disse ao Acorda Cidade.

De acordo com ele, também serão disponibilizados os boxes que estão vazios e alguns boxes que, segundo Elias Tergilene, estão sublocados por mais de 1.800 reais. “Vamos retomar esses boxes e vamos direcionar aos empreendedores de Feira de Santana que estão pagando aluguel aos especuladores que estão lá hoje”, afirmou.

O empresário falou também sobre uma auditoria que está sendo realizada pelo Ministério Público junto à administração do empreendimento.

“O Ministério Público faz um contínuo monitoramento da Fundação Doimo, e está sendo auditado se a concessão está sendo cumprida, os preços que estão sendo pagos, a forma que está sendo administrada. Tudo cabe ao Ministério Público pela tutela de fundações auditar e verificar a gestão do Shopping Popular como um todo”, explicou.

Acerca dos investimentos feitos no local, o empresário contou que a prefeitura investiu 13 milhões de reais no Shopping Popular e por parte da concessionária foram investidos R$ 80 milhões. Conforme Tergilene, a prefeitura solicitou um reequilíbrio do contrato.

“Estamos dando mais alguns meses de carência, porque esse momento é difícil e o prefeito me solicitou para estender a carência. Vamos fazer um reequilíbrio de contrato, e não podemos deixar esse momento de pandemia massacrar os empreendedores de Feira de Santana. Vamos avaliar mês a mês a evolução da covid e vamos dar a carência de acordo com o comércio da cidade", disse.

Infraestrutura

Segundo o presidente do consórcio, alguns problemas apontados pelos comerciantes com relação à infraestrutura, são provocados por construções antigas do Centro de Abastecimento.

“Algumas goteiras que hoje ocorrem no Shopping Popular são pelo mercado da farinha e o mercado da carne, que têm mais de 20 anos construídos, nunca tiveram manutenção, as calhas estão furadas, e quando chove a água vai para o Shopping Popular. Precisamos fazer um trabalho conjunto em toda central de abastecimento. Teve uma última chuva, a água da rua molhou o piso, entrou de um lado e saiu na central de abastecimento”, afirmou.

A vice-presidente da Associação em Defesa dos Camelôs e Empreendedores do Shopping Popular Cidade das Compras, Paula Araújo, se posicionou sobre as declarações do administrador Elias Tergilene. Segundo ela, o empresário não respondeu aos questionamentos que foram feitos pelos presentes na Casa Legislativa.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Notei que ele fugiu das perguntas que foram feitas, porque as perguntas não foram respondidas. O empresário sempre coloca outros argumentos em cima e não deixou claro quantos camelôs já estão dentro do shopping. Muitos colegas nossos não receberam ainda o box, estão ainda nas ruas, e o camelô que está lá dentro está sofrendo uma pressão muito grande. A situação de não ter vendas, de não ter fluxo nenhum, chegando boleto, tendo a mercadoria retirada, o lacre do box, isso é uma coisa complicada. Quando tiraram o camelô da rua, prometeram que seria um local digno e justo para o trabalhador e vem uma pandemia que está com tanto desemprego e está também se tirando o único meio que o camelô tem de sobrevivência”, citou.

A vice-presidente da associação relatou que mesmo sem ter vendas, muitos comerciantes estão pagando de R$ 189 a R$ 215 pelo valor do condomínio e alguns já estão pagando o aluguel incluso. Ela diz que foi prometida a prorrogação dos aluguéis, mas que os camelôs não sabem por quanto tempo isso irá durar.

“Ele diz que há a possibilidade, mas também não falou o tempo de ter uma prorrogação, devido à pandemia, e ele está vendo lá que não tem movimento nenhum, porém, tem que se haver o contrato, tem que se ter uma olhada nesse contrato, que o camelô não vai suportar esse contrato. Já entramos em um momento difícil e estamos vendo que nem o valor da taxa de condomínio temos para pagar, e como pagaremos o aluguel?”, questionou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade 

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários