Gabriel Gonçalves
Algumas ruas do bairro Rocinha, em Feira de Santana, estão praticamente inacessíveis, devido às obras realizadas pelo Governo do Estado, que ainda não foram concluídas, e em períodos de chuva, as dificuldades enfrentadas pelos moradores só aumentam.
Em entrevista ao acorda cidade, o eletricista aposentado Antônio Ferreira informou que a rua São José, na qual mora, está interditada desde o dia 9 de outubro do ano passado e explicou que as obras não atingiram nem 50%.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
"Essa obra teve início e não terminou e ficamos nessa situação com as ruas interditadas, como a minha, a rua São José, que foi interditada desde o dia 9 de outubro. Nós não temos acesso à Joaquim Nabuco já tem uns 30 dias, que também foi interditada e ficamos com todas essas dificuldades de chegar em casa. A gente estava conversando aqui, batendo o papo com os vizinhos e constatamos que essa obra só foi feita 25% de tudo que tem que fazer", disse.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
De acordo com Antônio, as obras se arrastam por 12 anos, trazendo apenas prejuízos para os moradores do bairro.
"Na realidade, essa obra já possui uns 12 anos e só tem esses 25% dos esgotos concluídos. Ainda não instalaram as máquinas que faz todo o processo para a casa das bombas e ficamos aqui com a rua toda interditada. Cavam as ruas e não concluem, quem tem carro não pode entrar nem sair e por isso que pedimos ao Governo do Estado ou alguém da prefeitura que possa interferir e que isso logo seja resolvido", afirmou.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Ainda segundo Antônio Ferreira, até os serviços de carros por aplicativos não podem ter acesso às residências, por conta das interdições que foram feitas.
"Os carros, os próprios moradores não estão tendo acesso a estas ruas, os ônibus estão passando a cinco quarteirões, isso dificulta porque se tornou mais longe, seja para pegar ou descer do ônibus. E os carros de aplicativo estão parando praticamente lá na rótula da Lagoa Grande porque não entram aqui", afirmou o aposentado ao Acorda Cidade.
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade
Proprietário de um mercado na rua Joaquim Nabuco, Jailton Ferreira explicou que está sendo prejudicado desde o início das obras. Segundo ele, os caminhões que realizam as entregas das mercadorias não estão conseguindo ter acesso ao caminho.
"O pessoal iniciou as obras, mas infelizmente não tem nenhum tipo de fiscalização para ver como está o andamento. Então estamos ao chamado 'Deus dará', e o pessoal não faz nada para no ajudar, só nos atrapalha, e eu, que sou comerciante, também fico no prejuízo porque os caminhões não estão tendo acesso aqui à rua, porque está interditada. Quando não é isso, é em períodos de chuva, que o pessoal fica com receio de sair de casa devido a essas lamas", concluiu.
O Acorda Cidade entrou em contato com a Conder e mesma enviou a seguinte nota:
A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) esclarece que realiza a última etapa das obras de requalificação urbana da região da Lagoa Grande, que corresponde aos serviços de implantação do sistema de esgotamento sanitário. Devido ao grande volume de chuva nos últimos dias, os serviços foram adiados.
Na Rua São José, as obras foram divididas em três trechos, sendo dois já concluídos. Nesta terça-feira (4), o acesso será liberado com a finalização da obra no último trecho da rua. Os serviços também serão retomados na Rua Joaquim Nabuco, onde está sendo implantada a rede de esgotamento sanitário e será finalizado com a pavimentação da via.
O sistema inclui a construção de duas estações elevatórias e a execução de uma rede de recalque com uma extensão de aproximadamente 3 km ao longo da via de contorno (Avenida Eduardo Froes da Motta) até a estação de tratamento – Subaé, operada pela Embasa.
Serviços concluídos
Como parte do projeto de requalificação urbana e ambiental, a CONDER já concluiu a construção de unidades habitacionais para quase 700 famílias que viviam em condições precárias em áreas com risco de alagamentos; a urbanização do entorno da Lagoa Grande; a implantação de infraestrutura com equipamentos esportivos e comunitários e ainda a drenagem pluvial de ruas adjacentes. O investimento total da intervenção do Governo do Estado é da ordem de 70 milhões.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade