Laiane Cruz
Atualiza às 14:31 para acréscimo de informações
Com a forte chuva que incidiu sobre a cidade de Feira de Santana, muitos córregos transbordaram causando transtornos aos moradores em diversos bairros. Um desses locais foi o Conjunto Feira X, em que a parede de um córrego cedeu, trazendo risco de desabamento para o imóvel da moradora Maria de Lourdes Santos, no caminho L 20, além do risco de morte.
De acordo com Milene Santos Souza, filha de Maria de Lourdes, esse é um problema antigo, mas desde o ano passado a mãe passa por esse transtorno. Segundo ela, a prefeitura construiu um alicerce no córrego, que desmoronou no ano passado. Os órgãos municipais estiveram no local, juntamente com o prefeito Colbert Martins, e prometeram resolver a situação, o que não foi feito. Agora, com a queda da única parede de sustentação que havia sobrado, o medo e a preocupação da família aumentaram.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
“Essa casa não é de invasão, foi construída pela Urbs, onde se tem toda a documentação. E houve a queda do paredão que foi construído no córrego do Feira X. Teve o desmoronamento desse córrego no ano passado, e a prefeitura esteve aqui, os órgãos da prefeitura se encontraram aqui, a Defesa Civil, e condenaram o imóvel e pediram a retirada urgente da minha mãe com medo de um acidente fatal. Com isso minha mãe saiu do imóvel e foi para o auxílio aluguel, que inclusive já foi suspenso pela prefeitura há seis meses”, informou Milene Santos.
Com o auxílio suspenso, a filha afirmou que a mãe teve que retornar para o imóvel no Conjunto Feira X. O maior medo das duas é que a casa venha a desabar e aconteça uma tragédia. No entanto, ambas estão desempregadas e não têm como sair da casa.
“Com essa chuva que ocorreu terça-feira, o muro que se encontrava de pé ainda caiu todo. O Feira X já é reincidente disso, já tivemos vários óbitos em decorrência disso. A gente tá pedindo à prefeitura socorro, que olhe para o Feira X. Estamos vivendo em tempo de pandemia, mas outras situações também estão ocorrendo na cidade, e a população está gritando por socorro. E minha mãe tem uma casa que foi comprada com o suor, com muito sacrifício, que a Defesa Civil condenou o imóvel, minha mãe estava num auxílio aluguel que foi suspenso pela prefeitura, e ele (o prefeito) nos deu a palavra de que olharia por nós, que esse alicerce que foi construído, ele voltaria aqui e mandaria uma equipe pra fazer o trabalho. Nisso, prefeito, já temos um ano nesse sofrimento”, desabafou Milene dos Santos.
Foto: Paulo José/ Acorda Cidade
Em entrevista ao Acorda Cidade, o secretário de Desenvolvimento Social, Antônio Carlos Borges Jr., afirmou que está à disposição da moradora do Feira X Maria de Lourdes Santos e sua filha Milene Santos, para auxiliá-las com um novo aluguel social, caso seja necessário.
"Na verdade, esse aluguel social foi do ano passado e essa senhora voltou pra sua residência. Ela saiu desse local em função de ter retornado para sua residência atual. Houve essas ameaças na sua infraestrutura, que é necessário fazer, de alvenaria ou concreto armado. Então é necessário que outros órgãos também participem desse processo. Essa senhora terá, sim, o direito ao auxílio moradia, desde que seja diagnosticado como a alternativa, pra que ela possa ser acolhida nesse momento, e também colocamos todos os abrigos que temos à disposição da Defesa Civil para assim atender não somente ela, mas todos que precisam do nosso apoio."
Ainda segundo Borges Jr., equipes da Sedeso e da Defesa Civil estão em campo para dar andamento às ações relacionados aos estragos causados pelas chuvas.
"Nós estamos acompanhando junto com a Defesa Civil todas as ações das últimas 48 horas, em virtude das últimas chuvas que ocorreram na cidade. Tem uma equipe da secretaria de Desenvolvimento Social, uma equipe de abordagem e também uma equipe da Minha Casa, Minha Vida. Então todas as ações são coordenadas pela Defesa Civil, que definem as ações que a Sedeso e os outros órgãos devem viabilizar para dar andamento na comunidade", informou.
A reportagem do Acorda Cidade entrou em contato com a Defesa Civil e a coordenadora do órgão, Ana Karoline Rebouças, informou que a questão da moradora Maria de Lurdes Santos já foi encaminhada desde o ano passado para a Superintendência de Operações e Manutenção.
De acordo com ela, um novo atendimento foi feito no final do ano de 2020 e o caso da moradora está na pauta da Defesa Civil.
“Vou tratar com o pessoal da superintendência para saber por que ainda não foi atendida. A Defesa Civil já encaminhou para serem feitos os reparos na lateral do canal e a demanda de Maria de Lurdes Santos”, declarou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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