Páscoa Solidária

Campanha 'Páscoa Solidária' arrecada alimentos para músicos de Feira de Santana

O diretor da clínica, Moisés Suzarte, explicou que toda iniciativa da campanha partiu da busca de grupos que estivessem passando por certas dificuldades e sem vínculo com outras instituições.

Gabriel Gonçalves

Com o objetivo de amenizar as dificuldades que muitos artistas musicais e feirenses estão passando neste período de pandemia sem poder trabalhar, a Odontoclinic S.A, em parceria com a Associação dos Músicos de Feira de Santana (Amfs), está realizando a campanha "Páscoa Solidária", onde serão instalados na cidade, pontos de coleta para a arrecadação de alimentos.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o diretor da clínica e odontólogo, Moisés Suzarte, explicou que toda iniciativa da campanha partiu da busca de grupos que estivessem passando por certas dificuldades e sem vínculo com outras instituições.

"Nós buscamos um grupo de pessoas que realmente estivesse precisando dessa ajuda, mas que não estivesse tendo nenhum apoio de outra instituição. Encontramos o grupos de artistas aqui da cidade, um grupo de profissionais que está dentro dessa realidade de pandemia e por isso achamos importante, estender a mão, dando esse apoio a este grupo", disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Os principais produtos para arrecadação desta campanha são materiais não perecíveis. De acordo com o diretor, o principal ponto de coleta será na própria unidade da Odontoclinic.

"Nesta campanha, iremos fazer a coleta de produtos não perecíveis e o principal ponto será aqui em nossa unidade. Estamos presentes na rua Barão de Cotegipe, nº 913 e vamos também estipular outros pontos parceiros, para facilitar essa arrecadação. Essa campanha segue até o final do mês de abril e nossa meta é arrecadar pelo menos meia tonelada para ser doada e a partir do momento que atingirmos essa meta, iniciamos a distribuição. Iremos entregar todos os produtos para a associação, onde ela tem o cadastro dos músicos e em torno de 200 artistas serão beneficiados com esta campanha", explicou o diretor da clínica, Moisés Suzarte.

O músico Adilson José Santos, conhecido como 'Billy Som', destacou que a categoria dos artistas feirenses, está esquecida pelo poder público e muitos músicos estão comercializando os instrumentos de trabalho para sustentarem as despesas de casa.

"Em primeiro lugar eu quero agradecer este espaço da mídia feirense que vem trabalhando há muito tempo e sempre acompanhando nossas manifestações em prol das nossas ações para ajudar nossa classe que está sofrida nesse momento e esquecida. Precisamos que a iniciativa pública e privada abracem nossas causas, pois temos famílias necessitadas, músicos vendendo seus instrumentos de trabalho para sustentar a família. Famílias em estado de calamidade, crianças que necessitam se alimentar pelo menos duas refeições no dia e só encontram uma. Hoje junto com a nossa Associação, não buscamos dinheiro, buscamos doações, alimentos, buscamos ajuda com o poder público e tudo isso temos através dos esforços do nosso presidente Francishow", destacou.

Sem trabalhar, Billy informou a reportagem do Acorda Cidade que atualmente está trabalhando como motorista de aplicativo, mas explicou que muitos músicos não conseguem essa oportunidade.

"Atualmente eu estou fazendo bico como motorista de aplicativo, as vezes como caminhoneiro, é o que estou tentando fazer, tenho essa sorte, tenho essa condição, essa capacidade de trabalhar como motorista, mas existem muitos colegas que não possuem habilitação, não têm uma preparação acadêmica, então entendemos que essas pessoas precisam ser assistidas e por isso estamos correndo atrás dessas parcerias. Desde o início da pandemia, conseguimos realizar a distribuição de 600 cestas básicas se não me falha a memória, mas ainda sim, é pouco", relatou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo Billy, no último censo realizado em Feira de Santana, contabilizou cerca de 1.500 músicos. Para ele, é necessário que a cultura no município, seja mais valorizada.

"No último censo que realizamos, o levantamento feito indicou que temos em torno de 1.500 músicos conhecidos aqui em nossa cidade de Feira de Santana. Músicos que na verdade, possuem sua identidade anônima e mais conhecida pela própria classe. Eu acho que na verdade, é preciso trazer um universo musical para a cultura de Feira, porque música é arte, é educação e por isso existe essa luta para Feira, luta pelos músicos da nossa cidade", concluiu.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Leia também: Para driblar as dificuldades geradas pela pandemia, músicos vendem seus instrumentos e se reinventam

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