Dia Internacional da Mulher

Na linha de frente do combate à covid-19, médica fala sobre a rotina exaustiva como profissional de saúde e mulher

Apesar do tempo reduzido com os filhos, o marido e todas as pessoas que ama, ela busca estar presente sempre que possível.

Laiane Cruz

Há cerca de um ano à frente do combate à Covid-19 em Feira de Santana, em 2020, a infectologista Melissa Falcão, presidente do Comitê Municipal de Combate ao Coronavírus, teve o ano mais difícil da sua vida profissional. Tantos desafios e decisões difíceis, no entanto, não a fizeram desistir de fazer o que mais gosta e o que sempre sonhou em ser: alguém que ama e cuida das pessoas.

A luta ainda não acabou, e para Melissa Falcão, o dia 8 de março, no qual se comemora o Dia Internacional da Mulher, terá um significado diferente em 2021. Continuará sendo um ano de superação e demonstração do poder feminino, diante de um vírus que a cada dia ganha força, mas que ainda poderá ser vencido.

“2020 foi o ano mais difícil da minha vida e de quase todas as pessoas e após completar um ano da pandemia a doença conseguiu ganhar força. Enquanto nós estamos exaustos, o vírus está tendo uma capacidade de mudar e se tornar mais agressivo, e a gente tem que continuar lutando pra achar forças e a mesma garra da fase inicial”, revelou em entrevista ao Acorda Cidade.

À frente do combate à doença e no centro da tomada de decisões no município, Melissa revelou que sua rotina tem sido difícil e em muitos momentos sente falta de estar mais tempo com a família. Apesar disso, compreende que o momento é de lutar pela vida da população feirense.

“Minha rotina tem sido bem difícil. Dormindo pouco, com muita preocupação, e além da parte profissional, nós temos a parte pessoal também. A família continua precisando de atenção, os filhos de carinho, de ajuda, e a gente não pode deixar nem uma parte nem outra sem ser atendida. É uma vida muita exaustiva, mas são vidas que estão em jogo e todas as vidas importam. A gente tem que lutar por cada uma delas.”

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Apesar do tempo reduzido com os filhos, o marido e todas as pessoas que ama, ela busca estar presente sempre que possível. Para a infectologista, cuidar da saúde pública é sua missão de vida e todos que a acompanham compreendem a sua luta diária.

“Desde a saída da faculdade já se passaram 17 anos. Desde que terminei a residência em 2008, iniciei o trabalho na Vigilância Epidemiológica e na saúde pública, que é uma parte apaixonante e emocionante da medicina. Eu amo o que faço e isso é essencial na área de saúde. A gente tem que amar o que faz e amar as pessoas também. Eu acredito que seja a minha missão de vida trabalhar na área da saúde e cuidar das pessoas. Então nesse momento em que as pessoas estão precisando tanto de ajuda, poder fazer uma diferença na vida de cada paciente e daquela família é muito importante. Vale a pena estar passando por tudo isso, apesar de ser muito sacrificante. Um sacrifício pessoal muito grande”, contou.
Durante a entrevista, Melissa Falcão aproveitou para deixar uma mensagem a todas as mulheres feirenses, que assim com ela enfrentam diversos desafios todos os dias, seja trabalhando fora de casa para garantir o sustento do lar, seja em casa cuidado da família e dos filhos.

“Sou muito feliz por ser mulher, de trabalhar com o que eu gosto, de ser mãe, esposa, filha, pois todas as funções de uma mulher na sociedade são esplêndidas, são gloriosas. Todas as mulheres são importantes, independente da função que exerçam”, ressaltou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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