Por Carlos H. Kruschewsky*
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Esse disco me lembra bastante da minha infância. Lembro de viajar com meu pai, ele perguntar: "Quem tá cantando?" E eu tentar adivinhar o artista sem ver a capa do CD que tocava no som do carro. Posso estar enganado, mas acho que por muito tempo Paulo Diniz e Diana Pequeno foram os artistas favoritos dele (mas sobre ela falaremos num futuro, quando eu mostrar o LP).
Então, vou dedicar esta resenha a Paulo Diniz, um artista pernambucano que fez muito sucesso no finalzinho da década de 60. Ele trabalhou como engraxate, baterista, locutor e ator de rádio. Mudou para o Rio de Janeiro em 1964, trabalhou na Rádio Tupi e, daí em diante, passou a compor para muitos artistas.
Este disco é uma coletânea. Embora prensado em 1985, suas canções são mais antigas que isso. Um dos exemplos é "Quero voltar p'ra Bahia", composta em homenagem a Caetano Veloso, que se encontrava exilado em Londres, no período da Ditadura Militar. Quatro anos depois, musicou o poema de Carlos Drummond de Andrade "E Agora José"; a canção se chama apenas “José”. Em parceria com amigo Odibar (também compositor), como na maioria das vezes, compôs ainda a famosíssima "Pingos de Amor".
Paulo afastou-se das gravações de 1987 até 1996, por conta de graves problemas de saúde. Tentou retornar à carreira em 1997, mas, em 2005, seu quadro de saúde agravou-se e ele ficou paralítico dos membros inferiores. Paulo Diniz segue vivo! Completou 80 anos em 2020 e continua fazendo alguns shows em Recife e outras capitais do Nordeste. Mas me conta aí: você conhecia esse artista ou sou eu que já sou um velho?
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MELHORES FAIXAS:
•Pingos de Amor
•Como?
•Quero Voltar p'ra Bahia
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*Carlos H. Kruschewsky é psicólogo, psicanalista, presidente do Dragornia Moto Club, BeerSommelier, Homebrewer, sócio da Dragornia Cervejaria e Colecionador de Discos. Instagram: @sr.ck @dragornia
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