Orisa Gomes
Quarto candidato a prefeito de Feira de Santana a ser entrevistado pelo Acorda Cidade, o empresário Carlos Medeiros, do partido Novo, se apresentou como um cidadão comum, insatisfeito com a representatividade dos políticos. Segundo ele, a indignação é um dos grandes motivos que o fez participar do processo eleitoral, “dando para a população do município uma opção totalmente diferente das que têm”.
Questionado sobre como vai enfrentar os outros 8 candidatos (já que Rei Nelsinho desistiu), enfatizou que em termos de viabilidade de projetos, só existem três, que são os dois preferenciais nas pesquisas de intenções de voto, o prefeito Colbert Martins (MDB) e o deputado federal Zé Neto (PT), além dele. Acrescentou ainda que os opositores representam a mesmice e ele a alternativa de mudança.
Com 46 anos, Carlos Medeiros informou que começou a trabalhar muito cedo, há 30 anos, vendendo cosméticos de porta em porta. Conta que com esforços principalmente da avó, conseguiu fazer o ensino médio numa boa escola e se formou em Ciências Contábeis, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Trabalhou no Bom Preço como gerente, depois na Brahma, que estava em um processo de recuperação. “Comecei de baixo, como supervisor de vendas, fui crescendo, virei gerente e me tornei sócio”, relatou. Em 2008, a empresa tinha cerca de 35 mil funcionários e 240 sócios.
“Aprendi muito, transformamos em Ambev. Quando a gente falava que ia ser a maior empresa do mundo, que iria comprar a Budweiser, as pessoas falavam: ‘Eita, empresa brasileira, tupiniquim, vai comprar o maior ícone do mundo das cervejarias?’ E compramos! Hoje, a Ambev é a maior empresa de bebidas do mundo e uma das melhores no que diz respeito a gestão”, frisou.
Na empresa, Medeiros afirma que pode fazer vários cursos de graduação, especialização e MBA corporativo, em São Paulo, em parceria com a Universidade de Colombo em Nova York.
O empresário deixou a Ambev em 2018 e fez alguns investimentos em Feira de Santana. É empreendedor no ramo de alimentação. Conta que ainda em 2018, encontrou o Partido Novo, buscando um candidato a presidente da República e se encantou com os princípios da sigla. Leia abaixo a entrevista dele na íntegra:
Eu tinha acabado de sair da iniciativa privada. A Ambev é um negócio de cultura, de gente, de premissa, de valor e política. Para mim, era uma coisa oposta à isso. A política partidária nunca teve princípios e valores, cada um faz o que quiser, cada cacique de cada partido, na sua cidade, faz exatamente o que quer e, quando eu vi tudo o que tinha no Estatuto do Partido Novo, um partido que para você entrar precisa ser ficha limpa (…), não é só o cara querer, ele precisa provar que pode, é um negócio totalmente diferente. Me vi quatro meses no partido fazendo processo seletivo para ser contratado a candidato a prefeito, é um negócio totalmente inovador e que funciona na prática. Tinham 20 pessoas no processo na Bahia, só eu passei. Feira de Santana tinham dois e Salvador, a maior cidade do Nordeste, não tem candidato do Novo, porque ninguém passou no processo seletivo.
Além disso, o Novo é um partido que não usa dinheiro público, e isso é uma coisa impressionante. Acho que me sentiria mal em qualquer partido se tivéssemos usando o dinheiro público. Essa campanha agora, por exemplo, não aceitamos do governo R$ 36 milhões de reais, que a gente teria direito. O partido devolveu, deixou lá para não fazer campanha, comprar santinho, pagar advogado, pagar contador com o dinheiro do cidadão, aquele cidadão onde o político vai pedir um voto e o cara, às vezes, não tem o que comer, a água é gato, a luz é gato, o gás ele não tem e o cara tá lá entregando santinho com o dinheiro dele. Entregando santinho, levando seus assessores, pagando alimentação dos seus assessores, tudo isso com o dinheiro do cidadão. Isso, para mim, apesar de ser legal, é imoral, é vergonhoso e nós não podemos nos acostumar com uma situação dessas e é por isso que estou aqui.
Acorda Cidade – Quais são os planos de governo do senhor para Feira de Santana?
Carlos Medeiros – É importante e eu venho batendo nessa tecla, que o eleitor, antes de olhar as propostas, ele entenda como o candidato vai fazer. Eu fico horrorizado com o programa eleitoral e com os debates que eu participei até agora, as as propostas são sempre as mesmas. A cada dois ou quatro anos, no caso do pleito municipal, é sempre a mesma coisa. A mesma proposta e a educação e a saúde continuam ruim, a segurança continua ruim. Então cidadão, eleitor como eu, procure saber como o seu candidato vai fazer aquilo, se as propostas são realmente tão ruins assim que eles não conseguem executar ou eles são tão ruins que não conseguem fazer as propostas.
Eu vou dizer como a gente vai fazer e porque os outros não fazem. Primeiro, para melhorar a cidade, é preciso ter gente boa, gente competente. Quando você tem um problema em casa de energia, você chama o eletricista, você não chama o encanador. Então, em um ano como esse de pandemia, de cenário crítico na economia, a gente tem que eleger quem sabe administrar e não um médico, que respeito muito; não advogado, que também respeito; não radialista, que também respeito. Cada um naquilo que faz, mas para administrar a cidade hoje, precisamos de um executivo, de um administrador, de alguém que tenha competência para administrar um orçamento de R$ 1,5 bilhão e fazer o que tem que ser feito.
Nós podemos fazer, porque não temos coligação, não prometemos empregos para ninguém. Vamos chegar ao poder, sem dever nada para partidos políticos, porque não temos coligações. Também sem dever nada para empresários, porque não temos grandes doadores. Sem dever nada para ninguém.
As pessoas que estão com a gente, estão porque acreditam que somos uma solução viável. Somos uma solução viável para Feira de Santana. Não vamos estar presos e amarrados a cacique, coronel e ninguém. Não temos padrinhos, nossos padrinhos não querem mandar na gente, eles querem nos ajudar. No Novo, um ajuda o outro e só a gente consegue quebrar esses sistema do toma lá dá cá, esse sistema do cabide de emprego e, aí sim, você vai ter uma máquina pública eficiente, entregando um serviço melhor, com um custo menor e dinheiro suficiente para investir em educação, saúde e segurança, que são os principais pontos.
Em um plano de governo, você não consegue discutir nem em cinco, nem em quinze, nem em meia hora. Convido à todos para acessar o nosso site carlosnovofsa.com.br e olhar o nosso plano de governo com detalhes e a gente ter discussões maiores.
O que vamos fazer na linha da saúde que é o primeiro ponto. Saúde não espera. As pessoas estão morrendo na fila da morte e a nossa saúde está na UTI. Primeiro choque que vamos dar é trazer um modelo de mutirão, que foi implementado em São Paulo, onde se usou toda a capacidade ociosa da iniciativa privada. Nós vamos fazer convênio com a rede privada de saúde, para trazer todo aquele atendimento que hoje está na fila de espera da nossa saúde municipal, vamos resolver.
Vamos dar a oportunidade do cidadão de chegar e fazer esse exame que está há quatro, seis meses pendente e fazer no horário da madrugada que foi feito em São Paulo e a gente acaba imediatamente com essa fila. Como a gente vai fazer isso? Com o dinheiro que economizamos da máquina pública do corte de privilégio, do corte de cabide de emprego. Isso é totalmente possível.
Os equipamentos médicos ficam funcionando a grande maioria 24 horas, o custo já está lá, então vamos fazer como São Paulo, que foi um grande sucesso. O segundo ponto é a questão da digitalização da saúde. Assim como é a marcação de uma segunda via de identidade, para você fazer uma CHN, esse serviço de saúde nosso vai ser todo digitalizado. Vamos digitalizar de ponta a ponta a marcação da consulta, o prontuário médico, todo o histórico do nosso cidadão vai estar digitalizado e qualquer médico vai ter acesso e, no final, a gente não precisa dizer se o médico está trabalhando, se o médico ficou no posto e atende. O próprio paciente vai avaliar ele, como é nos nossos aplicativos de transporte. Vai ter a nota e o cara vai dar lá, se o cara que está atendendo, está entregando, ele está muito bem, se ele não está, vai ter que passar pelo trabalho junto à secretaria de saúde.
Na educação, vamos investir em dobrar a quantidade de creches. Essa vai ser a nossa meta, a quantidade de creches é muito pequena. Temos dois caminhos. Ou a gente pode construir novas creches, onde for necessário, e onde não for, onde a demanda é pequena, temos que utilizar parcerias público-privadas, dando ao cidadão essa gratuidade através do acesso de qualidade da iniciativa privada.
Vamos mais do que nunca valorizar o professor. A gente sempre fala: “precisamos valorizar o professor”. A primeira coisa para valorizar o professor, na minha opinião, é não enganá-lo. Por mais que eu gostaria que o professor tivesse o salário, o dobro do que tem hoje, isso não é possível fazer no orçamento de quatro anos, mas temos que, aos poucos, na medida do que for possível, dar uma melhoria real para o professor e dar a ele também toda a condição de que ele desenvolva novos métodos pedagógicos, que podem ser aplicados. A gente viu agora, na pandemia, a necessidade de você ter uma diferença na nossa educação e o professor precisa participar dessa capacitação.
Sobre segurança, é importantíssimo, apesar da gestão municipal atual achar que segurança é única e exclusivamente papel do governo do estado, eu não concordo. O cidadão mora na cidade e a segurança também tem que ser preocupação da prefeitura. Não quer dizer que ela tenha competência sobre os órgãos policiais, mas é preciso ajudar aquela inteligência que a polícia tem e aquilo que o governo municipal pode fazer, esse é nossos papel, melhorar e investir no monitoramento da cidade, melhorar a iluminação onde a polícia entende que são os principais pontos, acabar com terrenos baldios e revitalizar lagoas, onde hoje vivem alguns problemas, inclusive no bairro da Queimadinha.
AC – O que leva um empresário bem sucedido como o senhor a entrar na política partidária?
CM – Muita vontade de mudar. Muita indignação, muita coisa errada. Só tinha dois caminhos na minha vida: ou abandoná-la, porque hoje tenho plena condição de, mesmo com o efeito desastroso que os nossos políticos nos traz, poderia estar fora dela, tocar minha vida financeira, que é organizada pela vida que eu levei na iniciativa privada… mas a segunda opção me pareceu melhor. Por que não ajudar a melhorar? Por que não ajudar a melhorar a sociedade de Feira de Santana como ajudei todo lugar por onde passei? Sempre tive um prazer imenso em ver pessoas como eu terem uma oportunidade, crescer e se desenvolver.
Quando eu conheci um ambiente que me deu essa tranquilidade de fazer dentro dos meus princípios e valores, eu pensei: “Poxa, imagine o que a gente pode fazer por Feira de Santana”.
A gente precisa quebrar esse conceito que para trazer igualdade para as pessoas, temos que tirar de quem está em cima, para dar para quem está embaixo. Não. Quem está em cima e chegou lá através de corrupção, a gente tem que tirar tudo mesmo. Agora, quem chegou em cima, que veio como eu, de uma história, isso tem que ser reconhecido e valorizado e nós queremos pegar quem está embaixo e ajudá-lo a crescer, esse é o objetivo e isso dá um prazer imenso. Nunca imaginei que ia ter prazer na política e estou tendo, porque a gente vai fazer coisa boa para as pessoas terem a oportunidade de crescerem assim como eu cresci.
AC – O Partido novo tem propagado a ideia de ser diferente, não usa o fundo partidário, também rechaça o modelo viciado que está hoje no país. O senhor conseguindo eleição, como vai quebrar esses paradigmas?
CM – O mais difícil é quebrar agora, durante a campanha. A gente já faz uma campanha nessa linha. Para você fazer o certo, precisa começar certo. Então, na campanha, nós não temos dinheiro público, vivemos da doação de quem acredita no projeto, que eu acho que tem que ser assim, e lá dentro, vamos fazer da mesma maneira. Não tenho compromisso com ninguém.
O governador Romeu Zema (Minas Gerais), que você teve a oportunidade de entrevistá-lo exclusivamente (no Acorda Cidade), conseguiu aprovar reforma administrativa, conseguiu a reforma da previdência estadual pública de Minas e tem três deputados estaduais na Assembleia Legislativa, num total de 61. A gente vai fazer isso fazendo política, conversando, sentando à mesa com as pessoas.
Converso com todo mundo, não quer dizer que eu não vá fazer as práticas, cada um tem o direito de fazer suas práticas, se forem legais, mas nós vamos ter as nossas e vamos conversar republicanamente, tecnicamente sobre o que é bom para a população.
Se a nossa câmara federal está ali e tem a mesma representatividade de prefeito no executivo e ambos queremos o melhor para a sociedade, vamos estar de ouvidos abertos, de coração abertos para fazer o que é melhor. Não precisa ser a nossa ideia, pode ser a da câmara, contando que seja bom para a população. Não temos o ego de querer ser o pai da criança. Queremos que a criança seja feliz.
AC – Estou percebendo que o senhor está se inspirando no governador de Minas, Romeu Zema. Ele é um empresário bem sucedido, é um homem rico e entrou na política. O senhor acha que isso pode se repetir? A ideia é essa? Ele já se arrependeu?
CM – Totalmente. Tenho plena convicção. Não se arrependeu, de forma alguma. Pelo contrário! Ele fala que as pessoas de bem deveriam estar na política há mais tempo. Essa é a consciência que a gente tem, quando entra no partido.
Eu tenho certeza que enquanto existir o Partido Novo, eu não saio mais da política. Não quer dizer que eu seja candidato sempre. Você participar de um projeto político como esse, não precisa ser candidato. Quero que os milhares de jovens que estão se inspirando na minha candidatura possam, daqui há muitos anos, ser candidatos e eu posso apoiá-los, ajudá-los. Não tenho aquela vontade de ser somente eu. Meu papel, como líder, é formar novos líderes, ter novas pessoas melhores do que eu na política. Quero que meu filho seja melhor do que eu, quero que as pessoas que veem para a política e acompanham o Novo sejam líderes melhores do que eu, sejam mais competentes do que eu e o meu papel é incentivá-los e treiná-los.
Acho inaceitável você ter um grande partido político que há cinco anos tenha sempre o mesmo candidato. Quer dizer, cadê a liderança? Cadê as pessoas, as oportunidades para os jovens? No Partido Novo, damos a oportunidade para quem quer. Vivo rodeado de pessoas que querem e, a medida que eles querem, eu dou a eles aquilo que eu tenho, aquilo que eu posso dar de um conhecimento e recebo deles a mesma coisa. É uma troca e eu quero muitos jovens líderes daqui para a frente e nunca mais saio da política, só se o Partido Novo acabar.
AC – O senhor não vem pontuando bem nas pesquisas. Acredita que ainda há tempo para reverter isso?
CM – Se você pegar a história de Minas Gerais, o Romeu Zema tinha uma semana antes da eleição, dez dias, ele tinha 7%. Três dias antes da eleição, ele tinha 15% era o terceiro colocado. Dois dias antes, tinha 19% e era o terceiro colocado. Ele desmontou o comitê no primeiro turno, porque ele achava que não tinha nenhuma chance e amanheceu no primeiro turno como primeiro colocado.
A pesquisa eu respeito, porque elas refletem no complemento. Ela tem aquele momento da população, a população não consegue ainda. Quantas pessoas estão conhecendo Carlos Medeiros hoje, através do Acorda Cidade? Muitas! A verdade é essa, a pesquisa só não dá certeza, que não são 100%, mas mostra claramente que vai ter segundo turno e isso é bom, porque a população começa a ter tranquilidade de ter o voto consciente e na hora que ela conhecer Carlos Medeiros e o projeto do Partido Novo, ela vai falar: “No primeiro turno eu vou com esse cara, no segundo vamos ver o que é que dá, aí vamos no menos pior, mas no primeiro, vamos com ele”.
Se você olhar em qualquer pesquisa, a quantidade de pessoas indecisas, branco ou nulo é muito grande. Mesmo nessa última pesquisa, que deu 60%, a última que fizemos deu 65%. Semana que vem vamos ter outra e vamos ter realmente a noção do que é. Não sou contra a pesquisa, acho que é um instrumento importante, mas não reflete o que a população vai fazer daqui há 30 dias, quando ela for votar. Ela reflete o momento pontual.
AC – Caso eleito, tem alguma proposta para a implementação de creches, escolas e postos de saúde nos bairros periféricos e nos distritos?
CM – Com certeza. A gente vai entender qual é a demanda de cada bairro e, dentro daquela demanda, vamos ver qual é o melhor modelo para ser aplicado. No caso das creches, se a gente vai fazer uma nova creche, o que a gente precisa dobrar são as vagas. Existe um número de referência nacional e nós estamos a 50% desse número de referência do que o MEC indica. Nós queremos dobrar. Onde tiver a viabilidade, vamos construir, mas às vezes tem locais que não têm condição de fazer, porque a demanda é pequena e a gente vai buscar parceria público-privada, para oferecer essas vagas de creches para o nosso cidadão. É importante que essa creche esteja localizada no bairro, do lado da casa dele, não pode ser uma creche a 5 km de distância que ele não vai conseguir levar o filho, não vai adiantar nada. Esse é o foco.
AC – Haverá reforma na previdência municipal, que tem um modelo considerado ultrapassado e deficitário?
CM – Acho que temos que rever. Não conheço o detalhe da nossa previdência municipal, não sei se ela está hoje como a grande melhoria, se é deficitária. Vamos verificar. Esse é o grande problema da política atual, as pessoas prometem as coisas sem conhecer e parece que temos que ter a obrigação e conhecer tudo. Não conheço o detalhe da nossa reforma da nossa previdência municipal, mas sim, aquilo que for necessário fazer, vamos revisar, para modernizar, para que o cidadão tenha a garantia de seus direitos. Daqui a 5, 10, 15, 20 anos, é importante isso.
AC – Na opinião do senhor, a Guarda pode ser utilizada de que forma na segurança pública?
CM – A lei municipal já permite que ela seja armada e a partir do momento que ela é armada, ela tem uma competência maior. Acho que ela é um importante equipamento de segurança pública, inclusive acredito que é subdimensionada. A gente precisa melhorar e aumentar o efetivo da Guarda Municipal, para que em parceria com as intuições policiais, faça um trabalho principalmente preventivo de monitoramento digital e complemente o trabalho de segurança pública das forças policiais, que existem na cidade.
A Guarda Municipal é responsabilidade nossa, acho que vi aqui no seu programa uma reportagem que falava da questão dos coletes, que estavam vencidos há 20 dias e, na hora, eu vi o gestor municipal rebatendo a questão e falando sobre o auxílio emergencial, que alguns guardas teriam recebido. Uma coisa, não tem nada a ver com a outra. A Guarda Municipal é de responsabilidade do prefeito e roupa suja lava em casa, não é um papel que deveria ter sido feito com a Guarda Municipal.
AC – Se o senhor não for para o segundo turno, o senhor deve seguir qual candidato?
CM – Eu acredito que é impossível, porque vamos para o segundo turno, não tenho a menor dúvida. Nem parei para pensar, porque são 25 anos da minha vida que eu escolho o menos pior para votar e esse ano eu tenho a plena convicção que a gente vai ter uma opção do melhor para votar e não parei para pensar, isso não passa nem um segundo do meu tempo na minha cabeça. Temos um foco único, desde o primeiro momento que eu entrei nessa campanha. A cada momento, tenho a certeza de que hoje estamos mais fortes do que ontem e amanhã estaremos mais fortes do que hoje. Pode esperar que estamos no segundo turno.
AC – Como é para o senhor enfrentar 8 candidatos? Feira de Santana estava com 10, mas Nelson Roberto desistiu da candidatura.
CM – Eu acredito que em termos de viabilidade de projetos, só existem três candidatos: eu e os dois principais. Porque você tem todos os outros, eles representam a mesmice e na hora que você vai ver a mesmice, você vai votar naquele que você já conhece. A única opção do cara não votar hoje na mesmice, que são os dois principais candidatos, o do PT e o prefeito atual, é votar naquele que é diferente e diferente somos nós. Para mim, só tenho dois concorrentes, o restante na hora H do voto, o cidadão vai falar: “Se eu quero a mesmice, se eu não quero a mudança, eu vou votar em um dos dois principais”. A mudança é Carlos Medeiros, é uma visão técnica, é um cara competente, profissional, vamos dar a vez a quem não é político, aí a gente tem chance.
AC – Quais são as considerações finais do senhor?
CM – A vocês que ficaram curiosos, que gostaram do nosso bate-papo, faço um convite para me acompanhar nas redes sociais: @carlosnovofsa, vai lá e participa desse projeto de mudança. A minha vida toda eu escutei sempre: “isso é impossível”, “aquilo é impossível” e impossível para mim é algo que ainda não foi realizado e é nisso que eu acreditei e foi assim que conquistei meus sonhos.
Quando eu converso com um político tradicional, ele geralmente fala: “Essa sua política é utópica” ou “ingênua” ou “você é maluco” e eu não sou nenhuma das três coisas, simplesmente acredito que fazer o certo é sempre o melhor caminho. Não sou um sonhador, sou um realizador de sonhos. Gosto de realizar sonhos e confesso que a maioria dos meus sonhos foi coletiva, porque me dá mais prazer.
O sonho individual é bom? Claro que é! Mas quando ele é coletivo e você leva com você uma turma imensa para participar daquela vitória, o trabalho é duro, então a tempestade ela sempre vem primeiro, mas depois, o prazer de conquistar aquilo é muito bom e na política não é diferente.
O nosso projeto é extremamente audacioso, trabalhoso, mas temos uma ação que precisamos fazer para ganhar essa política e transformar Feira de Santana num outro patamar de cidade. Não vamos resolver todos os problemas de Feira em quatro anos, mas vamos melhorar muito a nossa cidade. Vamos começar um projeto de mudança, de reviravoltas total no que diz respeito a melhoria, porque há oportunidade de melhorar em tudo. É o que chamamos, na iniciativa privada, de mato alto. É muito mato alto para cortar, é muita coisa errada, é muita gente ruim há muito tempo na administração pública e o funcionário público tem um papel fundamental nisso. Hoje ele olha para cima e vê os seus gestores fazendo política em vez de fazer gestão, trabalho, de dar oportunidade a quem merece.
Eu faço e aceno para a toda a população. Qual é a nossa grande ação? É chegar lá no dia 15 de novembro e votar. É muito simples. Agora, eu tenho certeza que para que a gente chegue lá com a quantidade suficiente para nos levar ao primeiro turno, precisamos ser conhecidos. Esse é o nosso grande desafio e você, venha conhecer a gente. Venha participar desse processo.
Eu não peço, sou um político diferente, não tenho nem pedido voto, eu peço conhecimento. Pesquise, veja o nosso projeto, compare com os outros projetos e vamos fazer de Feira de Santana aquilo que ela merece, uma cidade realmente que nos dê cada dia mais orgulho de viver e que traga para todo nosso cidadão, conforto de um atendimento de saúde, segurança e educação, que é o que a gente precisa, porque o povo sabe trabalhar e, se tiver a oportunidade, vai trabalhar.
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Colaborou a estagiária Maylla Nunes.