Andrea Trindade
A Prefeitura Municipal de Feira de Santana iniciou na manhã desta quarta-feira, 30 de setembro, a remoção das barracas da Rua Sales Barbosa. Segundo levantamento da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Feira de Santana (Settdec), o local tem cerca de 800 barracas. Os camelôs estão sendo transferidos para o Shopping Popular Cidade das Compras, localizado em frente ao Terminal de Central.
Ao Acorda Cidade, o secretário Municipal de Prevenção a Violência, Major Moacir Lima, informou que a previsão é de que até o próximo sábado o trabalho, tanto na Sales Barbosa quanto em outras ruas, seja finalizado.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
A operação na Sales Barbosa começou pelo final da rua, com cerca de 150 homens e o uso de guinchos, guindastes, gerador e retroescavadeira.
“Será um trabalho árduo, mas vamos vencer, há muito lixo. Vamos remover as barracas para dar uma nova cara ao centro da cidade, e para que as pessoas possam se alegrar a cada vez que vir aqui fazer suas compras, com segurança. Estamos com todo o aparato suficiente para realizar essa operação, com apoio logístico e participação de 150 homens. A operação ocorre de forma ordeira, tranquila e esperamos concluir sem nenhum problema”, afirmou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Alguns barraqueiros ainda estavam com suas mercadorias guardadas nas barracas, porém a equipe aguardou a chegada dos proprietários para fazer a retirada e iniciar a remoção.
“Não tem como negar que não sabiam da remoção porque foi amplamente divulgado. Todos estão cansados de saber que terão que sair, mesmo assim avisamos, e nos grupos deles foram avisados também. Algumas barracas ainda estão com mercadoria, a gente aguarda a pessoa chegar, e damos o apoio que precisa para retirar as mercadorias”, destacou.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Reclamações
Marinalva Correia, vendedora de bolsas na Rua Marechal há 17 anos, acompanhou a remoção das barracas na Sales Barbosa e reclamou da ação. Ela disse ao Acorda Cidade que está preocupada com as dívidas que tem para pagar e que os oito meses de carência no Shopping Popular é apenas para os boxes, não foi suspensa a taxa de condomínio, 28 reais o metro quadrado. “Eu não tenho condições de pagar”, disse.
Proprietária de uma barraca na Sales Barbosa, Cláudia de Jesus, disse em tom de desabafo que discorda da transferência para o Shopping Popular, neste momento.
“Eu não estou injuriada, mas estou decepcionada porque o shopping popular não está pronto. É mentira dele (proprietário do Shopping Popular) quando ele disse que a gente compra peça de roupa por 16 reais e vende por 45 reais”, afirmou se referindo às declarações do empresário responsável pelo empreendimento, Elias Tergilene, sobre as condições de efetuar o pagamento dos boxes pelo valor que está sendo cobrado.
Vendedora de confecções há 15 anos no local, Ana Cristina declarou que nunca foi contra a mudança, mas que ela deveria ser feita quando o shopping estivesse 100% concluído.
“É uma situação difícil porque o shopping não está totalmente pronto. Eu nunca fui contra a saída, mas sair da maneira que está sendo feita eu sou totalmente contra. Falta muita coisa e aquele shopping não chama a atenção de ninguém para entrar. Praticamente 30%, que é a parte do acabamento, não está pronta e a gente não sabe se vai ficar. Teria que terminar a obra, as escadas rolantes, deixar tudo bonitinho para a gente ir. Da forma como está sendo feito, nós estamos sendo obrigados a ir sem falar nada”, disse.
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Fotos: Paulo José/Acorda Cidade
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade