Feira de Santana

'O comércio não é o culpado pelo aumento de casos de covid-19 em Feira de Santana', diz presidente da CDL

Luiz Mercês destacou que as lojas têm seguido à risca os protocolos de higienização com o objetivo de oferecer segurança aos clientes e deu o exemplo do Shopping Boulevard.

Rachel Pinto

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Luiz Mercês, disse em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (6), que não acredita que o aumento do número de infectados pela covid-19 na cidade esteja diretamente relacionado com o comércio. Ele comentou também sobre o novo decreto do prefeito Colbert Martins da Silva anunciado ontem (5), que determina o fechamento do comércio a partir de amanhã (7) até o dia 14 de julho.

Luiz Mercês relatou que está muito preocupado com a situação da economia e na opinião dele é preciso cuidar da saúde e cuidar também da economia. Segundo ele, o fechamento do comércio impacta na geração de empregos e na sustentabilidade das famílias dos trabalhadores.

“O prefeito está tomando todos os cuidados para que o vírus não se propague e ele está fazendo na realidade o papel dele. Só que eu acho que hoje a gente tem que entender que essa doença é uma doença grave, séria, e onde todos nós temos que ter todos os cuidados, tomar todas as precauções. Ele chamou todos os órgãos, a CDL, Associação Comercial e todos os comerciantes de modo geral a tomar todo tido de precaução com os EPIS. Todas as lojas estão tomando todas as precauções e não temos históricos de infecções em farmácias, supermercados, porque as pessoas estão se precavendo. Mas, as pessoas que não estão trabalhando, estão em babas de futebol, aglomeração em diversos lugares, andando em diversos lugares, fazendo festas em diversos lugares e a atividade comercial fechada ela só serve para dizimar empregos. Acho que o prefeito está fazendo a coisa certa, porque ele é médico, mas ele precisa olhar para a economia, porque nós vamos ter o amanhã e esse amanhã sem empregos, sem renda é muito triste”, observou.

Para o empresário é preciso que se encontre uma forma equilibrada para lidar com a situação, sem a necessidade de fechar o comércio e de comprometer os empregos. Ele relatou que teme que a situação de crise de assemelhe com a crise vivida pela Venezuela e destacou que é preciso que a população faça a sua parte, só vá até o comércio se houver necessidade e procure se proteger, usando máscaras e cuidando da higienização.

Luiz Mercês destacou que as lojas têm seguido à risca os protocolos de higienização com o objetivo de oferecer segurança aos clientes e deu o exemplo do Shopping Boulevard, que de acordo com ele, buscou seguir protocolos científicos como o do Hospital Sírio Libanês, para reabrir e evitar a contaminação pela covid-19.

“Não está certo colocar a culpa no comércio e fechá-lo. Pois estamos tomando todas as precauções. A minha preocupação é com o dia de amanhã e não estou com isso deixando de me preocupar com a saúde. Mas, a gente se preocupa com o todo e nós não podemos esquecer a economia. O avanço dos números não está no comércio e isso é uma prova grande. Você vai a uma farmácia e parece que está em um lugar de ‘guerra’. O local está todo paramentado e esse local não está propagando o vírus. Você entra em qualquer loja e existem todos os cuidados. No shopping tem medição de temperatura, não tem aglomeração e tem regras. Agora nos bairros, ônibus, tudo isso tem aglomeração. Mas, não é no comércio e hoje o comércio está funcionando com 20% da sua capacidade. O movimento está muito baixo, ninguém está fazendo campanha de vendas, de promoção, que pode levar aglomeração. As lojas acima de 200 metros estão fechadas. As pessoas estão olhando o hoje e esquecem do amanhã. A gente tem que ficar vivo, mas para a gente ficar vivo tem que tomar cuidado”, pontuou.

O presidente da CDL observou que o fechamento do comércio reflete no fechamento das indústrias, fechamento dos fornecedores da indústria e consequentemente há a diminuição dos impostos, da arrecadação do governo e sem arrecadação não há como manter os leitos de hospital, o pagamento dos salários dos aposentados e outros serviços públicos.

“A gente tem que chamar a atenção, mas quando chamamos atenção, a sociedade coloca nos como se fossemos inimigos da saúde. Isso está errado, eu acho que que defender emprego é ser amigo da população, é ser amigo do todo. As pessoas estão colocando como se abrir o comércio fosse o problema. Mas não é. A solução é manter emprego e renda e ambientes higienizados. As pessoas que estão cobrando do prefeito o fechamento do comércio, não estão pensando no dia de amanhã, porque quando a pessoa precisa do emprego a gente sente a necessidade”, afirmou.

Segundo Luiz Mercês, o ano de 2020 indicava um crescimento da economia, após quase cinco anos de crise econômica. Ele disse que muitos comerciantes vinham sobrevivendo com muita dificuldade e o início de 2020 trazia a esperança de melhora. No entanto, com a pandemia do coronavírus, a situação inverteu-se e instalou-se um novo cenário de crise. Ele declarou que muitas empresas de Feira de Santana já fecharam as portas e a perspectiva é que outras também encerram as atividades. Talvez reabram em um novo decreto de reabertura apenas para vender os estoques e há também comerciantes que segundo ele, não suportam nem os próximos dez dias.

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