Acorda Cidade
A gerente de loja Rosilda Vicente da Silva, de 45 anos, faleceu na sexta-feira (12) com suspeita de covid-19, em Feira de Santana. Ela chegou a realizar o exame, mas o resultado ainda não saiu. Rosilda tinha dois filhos e um dele publicou relatos nas redes sociais pedindo justiça e reclamando do atendimento que ela teve nas unidades de saúde do município.
Em um vídeo mostrando atestados de comparecimento, ele informa que Rosilda deu entrada na policlínica da Rua Nova no dia 6 de junho e que após um médico passar medicamento para dor e febre, pediu que ela fosse para casa. No dia 9 ela estava cansando e foi atendida em outra policlínica, desta vez no conjunto Feira X.
O jovem conta que Rosilda ficou um tempo no oxigênio e novamente foi solicitado que ela voltasse para casa por estar com quadro estável e aguardar uma equipe ir até lá para realizar o teste para saber se ela estava ou não com coronavírus.
Na descrição do vídeo o filho, dela informa que eles esperaram o teste até a quinta-feira, dia 11, um dia antes do falecimento. Nesse dia ela foi a uma clínica particular e o médico mandou procurar uma emergência.
“Ela deu entrada na UPA e ao invés de intubar e solicitar logo uma UTI, esperaram piorar. A Central de Regulação estava procurando vaga, mas quando achou já era tarde demais”, relatou o jovem no Instagram.
Ele informou que nem ele e nem a irmã receberam a visita da Secretaria Municipal de Saúde para fazer os exames e que estão isolados em casa.
“Disse que a central iria realizar o teste em casa. Não tem teste não tem nada. O município não dá apoio aos familiares. Desde esse dia estamos esperando testarem eu e minha irmã, que não pode ter contato com ninguém”, disse o jovem, emocionado.
Ao Acorda Cidade, ele disse que no atestado de óbito continha a causa da morte como insuficiência respiratória e suspeita de covid-19.
“No dia 12 por volta das 3h da tarde me deram a notícia de que minha mãe tinha falecido. Foi tudo tão rápido. Destruíram minha família. Até hoje a secretaria nunca nem veio até minha porta, nem quero que venha mais. Estou isolado em minha casa com minha irmã, cada um em um quarto. Isso não pode acontecer. Isso tem que acabar. Até quantas famílias vão deixar morrer para poder ter um atendimento digno?”questionou.
O Acorda Cidade entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, que informou que está apurando o que aconteceu.
Foto: reprodução/Instagram