Coronavírus

Boulevard Shopping perde 100 milhões de reais em vendas com o fechamento

O coordenador regional da Bahia da Associação Brasileira de Shopping Center (Abrasce), Edson Piaggio, falou ao Acorda Cidade sobre as perdas financeiras enfrentadas por este segmento.

Daniela Cardoso

Os shoppings centers de Feira de Santana estão fechados desde o dia 21 de março, completando dois meses. O coordenador regional da Bahia da Associação Brasileira de Shopping Center (Abrasce), Edson Piaggio, falou ao Acorda Cidade sobre as perdas financeiras enfrentadas por este segmento. Segundo ele, somente o Boulevard shopping, em Feira de Santana, já acumula cerca de 100 milhões de reais em perda de vendas.

Ele defende que a abertura do shopping não contribui para o avanço do coronavírus, já que todos os shoppings que estão em funcionamento no Brasil seguem regras rígidas de limpeza e prevenção. Ele informou que já entregou um documento ao prefeito Colbert Martins da Silva Filho solicitando a liberação para a abertura do shopping.

“No Brasil já tem aberto e tendo o funcionamento mais de 90 shoppings centers, inclusive um na Bahia, na cidade de Teixeira de Freitas. Para abrir, a Associação de Shoppings Centers já contratou sanitaristas, médicos, especialistas e elaborou um protocolo muito rígido de como deve fazer para essa reabertura, preocupado muito com a vida dos funcionários, dos lojistas, dos vendedores e das pessoas que ali frequentam, então esse protocolo tem uma série de regras, como o número de pessoas que podem circular, pessoas dentro da loja, espaçamento por metro quadrado por cada pessoa, o uso do álcool em gel, medição das temperaturas das pessoas que ficam por muito tempo lá dentro, como os funcionários e lojistas”, afirmou.

Segundo ele, todas as cidades que os shoppings foram abertos, foram do interior dos estados e afirmou que a Abrasce está levando em consideração para a abertura o número de infectados, o número de internamentos, número de óbitos. Piaggio defende que Feira de Santana é uma das cidades que tem melhores condições e diz também que o shopping não depende da abertura do comércio para funcionar, considerando que é um ambiente que tem capacidade para cumprir todos os protocolos demandados pelas autoridades.

“Pela estrutura gerencial, pela relação contratual que ele tem entre shopping e lojista. Se o lojista não cumprir o que está inscrito como capacidade máxima, número de pessoas, o que seja permitida dentro da loja, o shopping denuncia às autoridades que podem fechar aquela loja, por essa razão. É como se todos os lojistas estivessem preocupados com o que seu colega cumpra. Nesses municípios em que os shoppings abriram, não houve nenhuma contribuição para o aumento do coronavírus. Existem as regras: só pode entrar quem estiver com máscara, em torno de seu interior utiliza-se cartazes chamando atenção, sistema de áudio com informação de distanciamento, uma frequência de 50% do estacionamento, 50% das cadeiras na praça de alimentação para dar o espaçamento exigido pela lei, então temos todos esses cuidados para não dizer que o shopping contribuiu com o aumento que ocorreu”, disse.

O coordenador da Abrasce afirmou ainda que as cidades pequenas estão permitido a abertura de shopping já que os índices de contaminação são pequenos. Ele comparou Feira com Salvador e disse que enquanto na capital foi atingido 0,19% da população, aqui em Feira o índice de contágio do coronavírus não chegou a 0,04%. Por esse motivo Piaggio ressalta que a Abrasce está tranquila em solicitar que o shopping volte a funcionar.

“Apresentamos ao prefeito um protocolo de reabertura, os lojistas assumem as responsabilidades já sabendo qual é a posição. Esse protocolo já existe em outras cidades e fazemos as adaptações em cada município. Fizemos esse documento depois que começou a reabrir os shoppings em outros lugares, tenho um relatório que é produzido pela Abrasce, não só com números do Brasil, mas do mundo. Por exemplo, o número de pessoas circulando dentro de um shopping que tem mais tempo aberto aqui no Brasil, chegou ao máximo de 40% da frequência no dia das mães. Abriu o shopping, não quer dizer que as pessoas têm que sair de casa”, disse.

Edson Piaggio afirmou que em Teixeira de Freitas, por exemplo, as pessoas que trabalham ou frequentam o shopping continuam cuidadosas e não teve nenhuma contribuição negativa para o aumento de casos da covi-19. Ele defende ainda que as contribuições são positivas, pois gera esperança para os lojistas, que começam a sentir que o negócio vai sobreviver, especialmente os comerciantes menores.

Fechamento definitivo de lojas no Boulevard

Segundo Piaggio, já existem algumas lojas que não vão retomar as atividades no Boulevard Shopping, mas não especificou a quantidade. Ele afirmou que a cada dia que passa fechado, a tendência é que mais lojistas não tenham condições de reabrir. De acordo com ele, em todo mundo a média de tempo em que os shoppings ficaram fechados foi de 50 dias e aqui no Brasil já passa de 60.

“Tem lojista que a única fonte de renda dele é lá, que emprega três funcionários, será que ele tem condições de reabrir? Nós estamos fazendo a nossa parte. Nenhum funcionário, lojista vai receber pra pagar aluguel com o shopping fechado, estamos no mesmo barco. Já temos informações de que alguns lojistas não vão reabrir, mas vamos esperar. Têm alguns que vão conseguir abrir, outros vão reabrir depois e outros não vão conseguir”. 

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