Ney Silva
O grupo de índios venezuelanos que está abrigado em um galpão desde o último sábado (8) no bairro Rua Nova, em Feira de Santana, recebeu assistência médica e social na manhã desta segunda-feira (10). O grupo é formado por seis adultos e 10 crianças.
A enfermeira Darlene Santos, que é referência do programa Consultório na Rua, explica como foi o apoio aos índios. “Estamos avaliando as questões de saúde, esse público é novo na nossa cidade, então viemos com uma equipe completa para avaliar as vacinas entre outras questões. Todos passaram por atendimento médico, foram solicitados os exames necessários, prescrita e liberada as medicações. Também aplicamos vacinas e vamos dá orientações e os cuidados necessários”.
Segundo ela, foi constatado em alguns índios algumas dermatites de contato, provavelmente pela situação em que vivem. “Eles nos relataram que vem passando de cidade em cidade e apresentaram essas dermatites de contato. Alguns também apresentaram quadro de infecção intestinal, tanto em crianças, como em adultos. Mas a medicação já foi liberada”, informou.
O chefe de gabinete da secretaria de Desenvolvimento Social, Pedro Américo Lopes, disse que a assistência ao grupo de índios vem sendo oferecida desde o último final de semana. “De imediato a gente já vem tentando um benefício eventual, como cesta básica, para poder auxiliar. A gente identificou que muitos moradores do bairro acolheram esses venezuelanos, foi identificado que as famílias foram encontradas no Centro de Abastecimento e hoje as equipes vieram com o objetivo de verificar a situação real deles”, disse.
De acordo com Pedro Américo, eles já estão no Brasil desde 2018, já passaram por vários estados. Ele destacou que a prefeitura vai cumprir a legislação. “Essa questão de imigração é própria do governo federal, a gente já fez a comunicação com o Ministério da Justiça e com a Polícia Federal para verificar a questão de documentação e da parte da assistência social, estamos fazendo todo o acolhimento”, informou.
O estudante de direito, Niwer Tavares, foi ao galpão para ajudar as equipes da prefeitura na conversação com os índios. Niwer explica o que eles disseram sobre a vinda para o Brasil. “Eles saíram de lá por causa do governo e entraram aqui a procura de condições de vida melhores. Eles já passaram por Belém, João Pessoa, Recife e de Caruaru vieram pra cá. Esse tempo todo eles estão sobrevivendo através de doações. Eles têm uma placa pedindo ajuda nos sinais de trânsito. Eles não entendem muito espanhol e nem português, pois falam o dialeto próprio da tribo deles”, informou.
A equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Rua Nova vacinou todos do grupo, em especial as crianças. A previsão é que os índios da Venezuela sejam transferidos para um abrigo mais seguro no final da tarde desta segunda-feira.