Andrea Trindade
Com obras atrasadas, o Shopping Popular Cidades das Compras deve ser inaugurado no final de janeiro de 2020. A previsão é do responsável pelo empreendimento, Elias Tergilene, presidente do Consórcio Shopping Popular. O entreposto comercial fica em frente ao Terminal Central, na Rua Doutor Olímpio Vital, centro de Feira de Santana.
O empresário informou que o atraso ocorreu por conta da mudança no setor de artesanato e porque a obra precisou ser realizada sem interromper o funcionamento de dois mercados do Centro de Abastecimento. Por outro lado, ele afirma que o adiamento resultou em benefícios ao Shopping Popular "porque permitiu mudanças no layout" para melhorias das instalações.
“Foi ótimo postergar essa abertura de portas, porque a cada dia, está vindo mais operações. Clientes importantes estão solicitando algumas mudanças. Nós estamos, por exemplo, com a Caixa Econômica Federal, que está vindo com uma casa lotérica e uma agência. O nosso primeiro atraso foi quanto à transferência do artesanato, que nos tomou seis meses, depois tivemos outro atraso, porque tivemos que fazer a obra com os dois mercados funcionando, ou seja, nós trocamos o pneu do carro com o carro andando. Nós não podíamos parar os dois mercados porque o feirante precisa do dinheiro para manter a família dele”, explicou em entrevista ao Acorda Cidade.
Na oportunidade, Elias Tergilene mencionou alguns dos serviços que serão encontrados no Shopping Popular.
“O Shopping Popular amadureceu. Nós mudamos a área de alimentação, irrigamos o shopping com operações de importantes âncoras, criamos a sede da Casa do Trabalhador, estamos entregando uma creche dentro do shopping popular por nossa conta, porque temos centenas de mulheres empreendedoras, está vindo o posto da Polícia Militar, que tem um papel predominante em nossa cidade. Tudo que a gente precisava fazer, que se a gente tivesse feito na correria não conseguiríamos, está sendo feito agora. Integramos a passarela com o terminal de ônibus central. Estamos fazendo a extensão da passarela para que irrigue mais as áreas comerciais. Abrimos todo o shopping para o Centro de Abastecimentos, então todo mundo que está lá pode entrar no shopping. O shopping virou uma ilha, ele tem frente para a avenida, frente para Praça do Tropeiro e frente para o Centro de Abastecimento.
“Quando a gente abriu para o Centro de Abastecimento, impactou no horário de funcionamento do shopping. Ontem eu estava aqui até meia-noite, e os caminhões já estavam chegando para começar a funcionar. Então tivemos que criar uma praça de alimentação que funcionasse quase 24 horas para atender. Vimos que lá não tinha banheiro, então nós criamos vários banheiros na divisa com o Centro de Abastecimento. Tudo isso só foi possível porque nós fomos construindo um shopping ao longo do tempo. Se a gente tivesse corrido com a obra e entregado, nós não tínhamos tudo isso funcionando. A gente tem que retirar o pessoal da rua de uma só vez, e colocar aqui dentro para ajudar o camelô a montar a lojinha dele”, continuou.
Boxes
Elias Tergilene informou ao Acorda Cidade que os valores dos boxes continuam os mesmos.
“O camelô está lá na rua com uma banquinha de 1,5m quando ele chega aqui, ele recebe um box de 5, 2m, ou seja, ele precisa pensar no mobiliário dele (e por isso teremos arquitetos aqui) e no estoque de mercadoria, porque aqui dentro ele vai vender muito mais. Os valores dos boxes continuam os mesmos. Os camelôs pagam R$ 80,00 o metro quadrado que foi o preço que a Afeva junto com Robson, Pedro e Luiz da Feira, na época, disseram que era um preço justo para o camelô pagar, porque era o preço que eles pagavam em um 1, 5m² na rua, agora o que aconteceu? O camelô chega aqui, o olho dele cresce, e ele quer 5m, então, em vez de ele pagar R$ 80 ele vai pagar 80 X 5m, então o valor total subiu. Subiu porque a área dele multiplicou por cinco, em vez de ele ter 1,2 como tem na rua, ele chegou aqui e pediu 5, 2m”, disse.
Segundo Elias Tergilente, a maioria dos camelôs cadastrados aderiu ao empreendimento e apenas uma pequena parte estava protestando. Ele informou também que mil boxes já estão montados.
O empresário disse que vai propor um acesso aos feirantes do balcão de cereais e do balcão de carne visando o fluxo de consumidores que circularão no Shopping Popular.
“Não utilizamos nem o balcão de cereais nem o de carne porque não entraram em nossas solicitações, mas eu quero propor aos feirantes dos dois mercados que a gente estude juntos um acesso para que os dois mercados se beneficiem do fluxo de gente que vai está no Shopping Popular, até porque os dois mercados são duas operações âncoras no Shopping Popular. Todo mundo que vai ao mercado passa pelos boxes do shopping popular, então nada mais justo que a gente ajudar o pessoal do mercado”, disse.
Ele declarou que para isso é necessário algumas melhorias no Centro de Abastecimento.
“Tem que melhorar a iluminação do mercado. Talvez abrir as paredes para ter uma ventilação melhor. Os clientes deles poderão se beneficiar com os nossos banheiros, colocamos duas esteiras rolantes para quem sair com as compras dos dois mercados tenham acesso ao estacionamento do Shopping Popular. Então tudo que a gente puder fazer para os dois mercados se tornem uma referência aqui na Bahia, nós vamos fazer”, declarou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade