Andrea Trindade
As dificuldades e desafios do Transporte Coletivo de Feira foram discutidos, na manhã desta segunda-feira (2), durante uma audiência pública na Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana (Acefs), promovida pelos deputados federal e estadual José Neto e Robinson Almeida e pelo vereador Alberto Nery, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs).
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Entre os principais pontos da audiência, as obras do BRT geraram diversos questionamentos, críticas e sugestões. O deputado federal Zé Neto declarou que foram detectados problemas gravíssimos. Entre eles, o de que os recursos para as obras do BRT foram usados de forma indevida, pois não chegam ao objetivo de levar pessoas dos bairros ao centro da cidade.
“Dois problemas que detectamos, que são gravíssimos, e que estão em alerta vermelho: a saúde municipal e o transporte coletivo de massa. Constatamos que infelizmente os R$ 96 milhões para o BRT que foi uma obra importante para a cidade, que iniciou lá com a gestão de Tarcísio Pimenta (nós colaboramos, tanto eu, quanto o ex-governador Jaques Wagner, para que os recursos chegassem a Feira de Santana) foram utilizados de forma indevida. Não chegaram ao objetivo de ligar os bairros da cidade ao centro. O transporte coletivo cai em qualidade. Hoje a última pesquisa que temos diz que apenas 14% da população pega ônibus ou transporte coletivo de massa, como vans. Isso é algo extremamente grave em um processo que vem evoluindo”, afirmou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Zé Neto disse também que as pessoas continuam reclamando muito do transporte, do preço da passagem e é necessário fazer intervenções para que haja melhorias no serviço prestado.
“Eu tenho caminhado muito nos distritos. Tanto eu como Robinson e Nery, no Mandado Itinerante, e o que mais ouvimos é essa reclamação. Ainda ontem (1º) em Tiquaruçu, as pessoas dizem que pegam o transporte, ficam no ponto de Feira Tênis Clube, e os ônibus não são integrados ao sistema. Eles pagam R$ 4,50, então essas coisas parecem ser pequenas, mas no dia a dia da cidade, compõe um problema grande para comerciantes, estudantes, trabalhadores, para a população de forma geral. Então a gente veio hoje, tem aqui várias representações da sociedade, para buscar diagnósticos mais precisos e também opiniões mais precisas sobre esse assunto, para que a gente possa também fazer as nossas intervenções no sentido de ajudar e melhorar esse sistema de transporte coletivo de massa, especialmente de ônibus e de vans em nosso município”, concluiu.
Governo do Estado e o BRT
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
O deputado estadual Robinson Almeida informou ao Acorda Cidade que o projeto aparentemente não atende a estrutura da cidade.
“O BRT, que é uma obra que se arrasta aí por muito anos. Eu espero, inclusive, que não se transforme na mesma situação de Salvador com o metrô no passado que era chamado de lenda urbana, todo mundo ouvia falar, mas ninguém nunca viu funcionar. Se a prefeitura não tomar conta, não resolver esse problema, eu creio que o Governo do Estado vai ter que intervir para ajudar o povo em Feira. O desenho que foi montado para o BRT, parece que não atende ao conceito do que é esse tipo de transporte de massa. A tradução de BRT que é uma sigla em inglês, é transporte rápido de ônibus, por isso que precisa de vias exclusivas que não tenham semáforos, que não tenha concorrência de outros carros nessa via para que ele possa sair e chegar rápido no destino. No caso de Salvador, esse modal não foi segregado, então chamar de BRT da forma atual com está as estruturas físicas na cidade, me parece que não está de acordo como conceito. É uma demanda, uma necessidade de urgência melhorar o transporte coletivo de massa em Feira de Santana por ônibus”, declarou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Providências
Robinson Almeida informou que o que foi debatido no encontro será encaminhado ao órgãos responsáveis pelo funcionamento do serviço publico e que as providências a serem adotadas serão cobradas. “A reclamação generalizada é que falta transporte, que as linhas são insuficientes, que o transporte é caro e há uma ausência de planejamento global para o funcionamento deste serviço (…). Nós estamos aqui para ouvir vários segmentos da sociedade civil, aqui está OAB, representantes de usuários de ônibus e sindicatos”, afirmou.
Estiveram presentes na ocasião o diretor da 3ª Ciretran, Silvio Dias, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Zé Grande, Átila Chagas, representante da Comissão de Transporte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), José de Souza, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs) e Ananci Miranda, representante do Sindicato dos Empregados do Comércio.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade