Daniela Cardoso
Muita confusão e reclamação foram registrados no pátio terceirizado da Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), localizado no bairro Novo Horizonte, durante o dia de ontem (29), quando motoristas tentaram retirar carros que foram apreendidos no período da Micareta, em Feira de Santana.
Fotos: Paulo José/Acorda Cidade
Os motoristas reclamam do péssimo atendimento no pátio. Segundo eles, poucos funcionários estavam disponíveis para atender a demanda. Os motoristas relataram também que não estavam conseguindo retirar o boleto para pagamento, além de outras dificuldades.
“Não consegui pegar nem o boleto para efetuar o pagamento da multa, sendo que meu carro foi apreendido na porta da emergência do hospital Emec. Eu estava em estado de urgência, estou com o atestado médico, sou prioridade, estou com a saúde debilitada e eles simplesmente não atendem. Estou de baixo de sol, sem água, sem banheiro. Não tem funcionário suficiente, um funcionário chegou aqui após as 15h enquanto tem pessoas que chegaram aqui às 7h. Falta responsabilidade”, reclamou uma mulher, que não quis se identificar.
A professora Priscila Lopes, que teve o carro apreendido na última sexta, também relatou a dificuldade para retirar o boleto. Ela reclamou ainda do tratamento dado pelos funcionários e dos transtornos causados, já que não foi permitido que ela retirasse objetos pessoais e documentos de dentro do veículo apreendido.
“Fui levar minha amiga no hospital, fiquei meia hora afastada, enquanto ela estava recebendo atendimento. Quando fui pegar o carro, já não estava mais lá. Isso aconteceu depois das 16h. O detalhe é que aqui ia ficar fechado das 14h de sexta até às 12h de segunda. Eles já sabiam de antemão que proprietários de carros não poderiam pegar nada dentro dos veículos. Minha amiga ficou sem poder entrar em casa, pois as chaves estavam no carro, além dos documentos”, relatou.
“A gente só pode achar que a apreensão foi feita para que nós tivéssemos que pagar pelo menos três diárias e mais o valor do guincho, que fica em torno de 400 reais. Eles não estão produzindo o boleto para que eu pague o valor e consequentemente tirar o carro. Se eles resolverem cobrar mais uma diária, isso é um roubo oficializado. Eu não estou me recusando a pagar, pois deixei o carro estacionado no local irregular. O problema é fazer isso, sem dá o direito do cidadão de consegui o seu bem”, acrescentou a professora.
Fotos: Paulo José/Acorda Cidade
Bruno Mendes da Silva disse ao Acorda Cidade que o carro dele não estava estacionado em local proibido. Ele afirmou que estacionou o carro em frente ao banco Itaú na Avenida Maria Quitéria e que quando voltou não encontrou mais o veículo. Segundo ele, havia agentes da SMT próximo ao local e quando ele pediu informações sobre onde estaria o carro, os agentes não o trataram bem.
“Disseram que quem tinha que saber do meu carro era eu. Eles nem informaram que meu carro estava em local proibido, apesar de existir uma placa informando que ali era permitido. O meu carro não estava parado em local indevido, porém os carros estacionaram na vertical e meu estava na horizontal. Tinha uma placa permitindo. Eles retiraram meu carro, com meus documentos e chave de casa. Eu vim aqui de madrugada e foi uma humilhação pra pegar as chaves e meus documentos pra não ficar como indigente. Quando cheguei aqui agora de manhã, tinha 52 pessoas na minha frente para imprimir o boleto e eles estão dizendo que se eu não consegui pegar o boleto hoje, vou ter que voltar amanhã, ou seja, vou pagar uma diária a mais por causa da incapacidade deles de não ter pessoas qualificadas para liberar o boleto”, reclamou.
A produção do Acorda Cidade entrou em contato com o superintendente municipal de trânsito, Maurício Carvalho, e ele informou que a situação foi atípica. (Leia mais aqui).
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade