Câmara Municipal

Projeto que prevê cartão de identificação para pessoas autistas é adiado e mães protestam: 'Desrespeito'

O projeto de autoria do vereador Cadmiel Pereira foi adiado em cinco sessões.

Daniela Cardoso

Atualizada às 15h

Mães e pais de crianças autistas estiveram na manhã desta terça-feira (26) na Câmara Municipal de vereadores para acompanhar a segunda votação de um projeto de lei, de autoria do vereador Cadmiel Pereira, que prevê a criação de um cartão de identificação para crianças autistas em Feira de Santana. O projeto foi adiado em cinco sessões.

Cintia Souza, mãe de uma crinaça autista, afirmou que o adiamento da votação é uma falta de respeito com a população, especialmente pais e mães de crianças autistas. Segundo Cintia, um dos vereadores falou que o município não tem condições de arcar com os custos do cartão de identificação, pois para a criança ter acesso a ele, vai ter que ser assistida por uma secretaria, que vai dá o diagnóstico.

“Nós nos sentimos desrespeitados com o que aconteceu aqui. Não consigo entender se é levantada uma comissão de uma casa para avaliar projetos, para que sejam aprovados ou não, e um dia esse projeto é aprovado e no outro existe erro de interpretação e é retirado da pauta. Os vereadores que um dia antes votaram todos a favor, hoje todos votaram contra. Não nos sentimos representados por uma casa que diz que é casa do povo. Hoje ficou provado que o autista em Feira de Santana é desrespeitado”, afirmou.

Cintia Souza falou sobre a importância do cartão de identificação para os autistas. Segundo ela, as pessoas com autismo não apresentam caracterizas físicas e sim comportamentais, desse modo, o cartão seria importante para provar a condição da criança e desse modo, conseguir os atendimentos prioritários em instituições públicas e privadas de Feira de Santana.

“Esse cartão vai facilitar muito a minha vida, pois meu filho não apresenta fisicamente característica de uma criança que tenha qualquer tipo de dificuldade, de limitação, mas apresenta no comportamento. Eu chego hoje em uma clínica particular ou em um posto de saúde e a gente precisa desse cartão para que ele tenha uma identidade perante a população. Isso vai facilitar os questionamentos, os olhares e vai trazer informação para as pessoas”, destacou.

O vereador Cadmiel Pereira, que também é autor de uma lei que possibilita atendimento prioritário a pessoas autistas em Feira de Santana, destacou que o projeto que foi adiado nesta segunda já funciona em diversas cidades brasileiras. Segundo ele, Feira de Feira de Santana, de acordo com um cadastramento do ano de 2016, feito pela prefeitura municipal, tem mais de 700 crianças autistas.

“Eles precisam de garantias. Aprovamos uma lei dando direito a prioridade de atendimento das crianças autistas em estabelecimentos públicos e privados, mas a criança não leva escrito na testa que é autista. Pela característica física é de uma criança normal. O autismo é uma questão comportamental, então no momento em que a mãe necessitar de um atendimento e pedir a prioridade, as pessoas vão querer uma prova. A secretaria faria um cadastro, gerando um cartão de identificação, que seria apresentado no momento da solicitação da prioridade”, afirmou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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