Educação

Professores da rede municipal entram em greve a partir de segunda-feira (11)

A greve será por tempo indeterminado, segundo Marlede Oliveira da APLB Feira de Santana.

Andrea Trindade

Os professores da rede municipal de Feira de Santana decidiram em assembleia, na tarde desta quinta-feira (7), entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (11). Segundo a presidente da APLB-Sindicato de Feira de Santana, Marlede Oliveira, o prefeito Colbert Martins Filho não respondeu a pauta de reinvindicação.

“A categoria decidiu por maioria absoluta que haverá greve porque o prefeito não deu resposta à nossa pauta. No dia 27 de novembro paralisamos nossas atividades e tivemos uma audiência com Colbert e ele nos pediu 15 dias para dar uma resposta, mas já estamos em 7 de março e o governo municipal ainda não respondeu. Precisamos da resposta sobre a reformulação do plano de carreira dos professores, sobre os diretores de escolas que recebem 176 reais de função gratificada, isso é vergonhoso, não temos mais carreira para professores da formação continuada, tem a questão do precatório, que pode negociar. O parecer do TCU não é uma decisão é um parecer. A pauta também é o enquadramento da carga horária de 20 para 40 horas, tem professores que desde 2016 ainda não foi contemplado, e tem a questão do reajuste 4/17. É uma pauta enorme, mas os principais são esses”, informou.

Melhorias para a educação

Além de ganhos salariais os professores também reivindicam melhorias na estrutura das escolas, protestando contra a falta de materiais de limpeza, a falta de merenda, carteiras, e professores, problemas que adiaram o início do ano letivo de 2019 em várias Escolas do Município.

“Queremos deixar claro que a responsabilidade pela interrupção das aulas é única e exclusivamente do Governo Municipal. A nossa responsabilidade é lutar por uma educação pública de qualidade e que nossos estudantes tenham acesso ao conhecimento, mas isso está sendo negado pelo Governo. Fundamental também é a luta pela melhoria das condições de trabalho e valorização dos profissionais”, afirma a APLB.

Agenda de mobilização

Segundo Marlede Oliveira, nesta sexta-feira (8), os professores participarão da passeata do Dia Internacional da Mulher. A concentração será na Praça do Nordestino, centro de Feira de Santana, às 8h.

Já na segunda-feira, primeiro dia de greve, categoria vai estar na Câmara Municipal de Vereadores às 8h, onde haverá uma assembleia.
 

Precatório

A APLB reivindica a distribuição entre os professores de 60% dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). No entanto, a Prefeitura Municipal de Feira de Santana informou, por meio de nota, que o Supremo Tribunal Federal considera improbidade administrativa a prefeitura fazer o repasse.

Sobre essa informação Marlede informou que prefeituras de outras cidades fizeram acordo com os professores mesmo após essa decisão.

Veja trecho da nota divulgada pela prefeitura:

“Exatamente em 15 de maio de 2018, o Supremo Tribunal Federal manifestou-se sobre o assunto, negando o pedido de segurança coletivo impetrado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará – SINTEPP, contra ato do Tribunal de Contas da União, que determinava a exclusiva utilização dos recursos nas ações de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública. Decisão que vale para todo o país.

Em sua justificativa, o ministro Luiz Alberto Barroso afirmou que entende “não haver qualquer previsão legal para a concessão de abono ou qualquer outro favorecimento pessoal momentâneo aos filiados do sindicato” (o sindicato em questão é a entidade que defende os professores em Belém, no Pará, que ingressou com mandado de segurança tentando a liberação do recurso dos precatórios para a categoria)”.

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