Feira de Santana

Após resultado de exame de DNA, DH Feira prende acusado de matar Bruna Santana

Ele tem passagens por estupro em Conceição do Jacuípe.

Andrea Trindade

Policiais civis da Delegacia de Homicídios de Feira de Santana (DH/Feira) prenderam, na madrugada desta terça-feira (19), Gilma Dantas dos Santos, 41 anos, acusado de matar a adolescente Bruna Santana Mendes. A garota desapareceu após sair do Boulevard Shopping e foi encontrada morta no dia 21 de fevereiro dentro de um saco em um terreno baldio, localizado no bairro Jardim Cruzeiro.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

De acordo com o delegado Fabrício Linard, titular da Delegacia de Homicídios, o exame de DNA de Gilma Dantas deu positivo para o material coletado nas unhas da vítima. Ainda segundo o delegado, o acusado responde por dois casos de estupro em Conceição do Jacuípe e residia na mesma rua onde Bruna foi vista pela última vez. O nome dele como quarto suspeito do crime não foi divulgado para não atrapalhar as investigações.

Em relação aos demais suspeitos, que ficaram presos temporariamente, o delegado informou ao Acorda Cidade que as investigações continuam para que sejam totalmente descartadas as participações deles, caso seja comprovado que Gilma agiu sozinho, como suspeita a polícia.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

"Em momento algum abandonamos o caso. Ele foi a última pessoa com quem a vítima foi vista e com quem ela teve contato. Só isso aí já o tornou um suspeito em potencial. Ele estava sozinho no momento da abordagem à garota", disse o delegado em entrevista ao vivo no programa Acorda Cidade, destacando também o trabalho dos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT). 

Fio de cabelo

Sobre o exame de DNA do fio de cabelo encontrado no carro de um dos três primeiros suspeitos, e que tinha o mesmo padrão do cabelo da vítima, o delegado informou que o resultado deu como inconclusivo. Isto é, não foi possível extrair o material genético e não foi possível confirmar se o fio de cabelo era dela ou não. "Por isso ainda temos que confirmar com Gilma se ele agiu sozinho ou se teve a participação de mais alguém", explicou.

Foi feito exame com material coletado nas unhas de Bruna porque em um crime de suposta violência sexual é natural atos de reação usando as mãos. Segundo o delegado, o resultado deste exame teve 99,9%  de acerto. 

Tentativa de estupro

Gilma confessou o crime e detalhou para a polícia como foi praticado. Ele disse que não chegou a consumar o estupro, mas que antes de sufocá-la, para fazê-la parar de gritar, chegou a tirar os shorts e a calcinha da vítima.

“Muito trabalho e muita dedicação durante esse período. Eram várias linhas de investigação. Tivemos a felicidade de em momento algum abandonar nenhuma delas, e uma apontava Gilma. Além de todas as provas subjetivas, que são as testemunhas, há as provas materiais, que são os laudos periciais, inclusive o exame de DNA. Tínhamos a informação de que ela esteve na porta da casa dele para perguntar se ele sabia do paradeiro dos familiares onde ela estava hospedada, e Gilma falou que não os conhecia porque morava há poucos dias naquele endereço. Ele emprestou o celular dele para ela tentar contatar os familiares, mas não teve sucesso porque o sinal da internet estava ruim e aí ele nos contou que ofereceu para ela entrar na residência porque lá o sinal do wi-fi era melhor e ela poderia conseguir. Foi nesta oportunidade que ele a agarrou, amordaçou e tentou estuprá-la. Segundo ele, não conseguiu consumar o estupro, apesar de ter tirado a calcinha, porque mesmo amordaçada ela gritava bastante e ele deu um mata leão nela, e terminou por sufocá-la. Ele disse que desistiu do estupro ao constatar que ela estava morta e dispensou o corpo dela”, relatou o delegado Fabrício Linard.

Segundo o delegado, Gilma usou um carrinho de mão para levar o corpo até o terreno baldio. “Ele trabalha com reciclagem, mais uma confirmação para o uso daqueles sacos de linhagem que encontramos”, disse.

Carro de mão onde Gilma carregou o corpo de Bruna (Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade)

“Como eu disse, foram várias linhas de investigação. Temos os outros suspeitos que cumpriram prisão temporária. Era outra linha de investigação, achamos pouco provável que as duas linhas se unam e tenham alguma relação, como se tivessem participado junto em uma tentativa de estupro coletivo. Não descartamos ainda 100% e vamos concluir a investigação até o final da semana para encaminharmos à justiça. A probabilidade mais forte é de que realmente Gilma tenha agido sozinho. A esposa dele mora com ele na mesma residência, mas passa a semana inteira na cidade de Conceição do Jacuípe onde trabalha na prefeitura municipal. Segundo ele, na noite do domingo em que Bruna desapareceu, ele estava sozinho em casa criando um ambiente favorável para o crime. Investigamos o mototáxi, o namorado, e esses três primeiros suspeitos, que todas as denúncias apontavam para eles, inclusive eles próprios inventaram álibis para se safarem de uma investigação. Havia os indícios materiais, como os sacos de linhagem encontrados na residência de um deles, e investigamos também Gilma, que já tem dois casos de estupros”, concluiu.

A prisão dele é preventiva, sem prazo para sair. 

Com informações dos repórteres Aldo Matos e Ed Santos do Acorda Cidade

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