Feira de Santana

Shopping Popular de Feira de Santana terá espaço para eventos, creche e estacionamento gratuito

O shopping terá quatro escadas rolantes, oito elevadores e 600 vagas de estacionamento gratuitas.

Andrea Trindade

O presidente da Fundação Doimo e do Grupo Uai, Elias Tergilene, responsável pela obra do Shopping Popular de Feira de Santana, realizou uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (6), no auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL).

Ele esclareceu o episódio envolvendo a Derick Construtora (que registrou uma queixa alegando ter deixado de receber o pagamento para continuar a obra), e deu detalhes sobre a infraestrutura do empreendimento, que tem previsão de ser inaugurado em setembro de 2018.

Segundo o empresário, a obra está em andamento.

Estrutura

Além das 1.800 vagas em boxes para comerciantes cadastrados pela prefeitura, o Shopping Popular terá mais 400 vagas para instalação de casas lotéricas, bancos, praça de alimentação, entre outras lojas, e creche para as mães deixarem seus filhos enquanto trabalham no empreendimento, que possui 30 mil metros quadrados.

O shopping terá quatro escadas rolantes, oito elevadores e 600 vagas de estacionamento gratuitas. No período da noite, o estacionamento será liberado para eventos culturais e shows.

“Estamos disponibilizando estes 400 espaços extras para complementar o produto dos comerciantes, porque eles não podem ficar sem estes espaços, caso contrário eles morrem por lá. Hoje não tem tarifa para estacionamento, queremos que o estacionamento seja gratuito. Quanto mais gente lá melhor, meu foco é fazer o pequeno empreendedor ganhar dinheiro. Não é explorar o estacionamento para ganhar dinheiro. Eu quero que o consumidor venha de graça para fazer compra no shopping”, declarou o empresário.

Questionado pelo Acorda Cidade sobre onde os veículos ficariam estacionados à noite, uma vez que o estacionamento estará ocupado com a festa, ele destacou que existem outras opções:

“As pessoas de uma cidade como Feira de Santana não precisam se deslocar para festas em seus carros, tem Uber, táxis. Poderão ir para as festas com tranquilidade e movimentar a economia da cidade também no setor de transporte”.

Contrato desfeito

Segundo Elias, a empresa escolhida para fazer a obra já realizou outros trabalhos para o grupo, mas precisou rescindir o contrato por conta de dívidas que ela adquiriu.

“A empresa é uma empresa boa, tinha toda a condição de fazer a obra, se atrapalhou financeiramente, começou a não pagar as pessoas que ela devia, e eu cortei essa empresa imediatamente.

Assumi toda a dívida dela, estamos pagando os funcionários na Justiça porque eu não quero pagar fora da Justiça e depois ter mais problema. O Ministério Público do Trabalho esteve lá, fez algumas observações, quero agradecer ao órgão e tê-lo como parceiro porque segurança na obra é muito importante”, declarou.

A obra foi parcialmente embargada, mas já foi retomada após readequações.

“A obra não está parada. Paramos dois dias para fazer a readequação, foi muito bom, e vamos ter que fazer outra readequação quando iniciarmos a etapa 05 e 06 porque nossa preocupação é fazer uma obra com segurança e que não atrapalhe o centro de abastecimento. A Derick já trabalhava para a gente em outras cidades, como Belo Horizonte e São Paulo. Confiamos nesta empresa para fazer essa obra o mais rápido possível e com qualidade porque ela já demonstrou que sabia fazer, agora chegou aqui e se atrapalhou. Não sei se gastou na praia, veio para cá no deslumbre de ter uma representatividade maior que tinha em São Paulo, subiu na cabeça, e começou a gastar o que não podia gastar e não pagou o pessoal. Como a gente preza pelo ser humano ninguém vai ficar sem receber seu salário. Estou aqui para resolver qualquer problema. Ele quer que eu pague a ele, mas eu não vou pagar porque aí ele vai embora e não paga os funcionários. São R$ 80 mil, não estou falando de milhões, vai ali no banco e saca. Ele não depositou o FGTS, então a partir do momento em que a lei resguardar a Fundação de poder pagar diretamente aos funcionários e não pagar a empreiteira para ela não sair daqui dando rombo na praça, nós vamos pagar na hora. Já pedimos ajuda ao Ministério Público do Trabalho. Eu vim aqui esclarecer e falar a verdade. E se o MP vier aqui e dizer que estou autorizada a pagar a empresa, basta um clique no computador e pronto, pago todo mundo”, enfatizou. 

Preconceito com chineses pode ser negativo para a cidade

Formado por capital brasileiro (Uai), italiano (Fundação Doimo) e chinês (Max One), o grupo ganhou em 2015 a licitação para gerenciar a Feira da Madrugada, no Brás, em São Paulo, o maior shopping popular da América Latina. A vigência do contrato é de 35 anos e a administração será realizada em parceria com outras duas empresas que compõem o Consórcio SP (Fundo Talismã e RFM Participações LTDA.).

O grupo também possui empresas em Belo Horizonte, na Itália e na China.


Questionado pelo Acorda Cidade sobre a sociedade da empresa com chineses, o empresário declarou ter ficado chateado com o que ele chama de preconceito com estrangeiros. Ele disse que isso pode ser muito negativo para Feira de Santana, que só tem a ganhar com os investimentos que estão sendo feitos na cidade, inclusive com geração de empregos.


“Eu vejo com bons olhos a lei que impede estrangeiros ilegais, mas se estiverem legais e trabalhando honestamente, não há necessidade de ter este preconceito. Feira de Santana tem muitos empresários que têm condições de investir na cidade, mas quando a prefeitura abriu a liciação para construção do Shopping Popular, não acreditaram no projeto. Não acreditaram na cidade onde eles moram. Eu estou chateado com este preconceito porque eu sou brasileiro e tenho empresa na Itália e na China. Aqui estou sendo tratado como forasteiro, sendo que até o presidente Michel Temer busca parceria com chineses. Imagine se essa repercussão negativa de Feira de Santana chegue a nível nacional, quem de fora vai querer investir na cidade? Quem perde é a cidade. A Pirelli foi comprada pelos chineses, uma companhia aérea foi comprada por chineses, e estão aí gerando emprego e renda”, desabafou. 


De acordo com a Lei Municipal nº 042, os espaços (boxes) do Centro Comercial Popular de Feira de Santana destinados a pessoas físicas serão disponibilizados, exclusivamente, a brasileiros ou naturalizados, devidamente cadastrados junto à Secretaria Municipal do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (Settdec), e que estejam inseridos no projeto de requalificação do Centro Comercial de Feira de Santana.

Por outro lado, a lei não proíbe que a responsável pela gestão do empreendimento tenha capital estrangeiro.

O shopping, orçado em R$ 59 milhões, sendo R$ 13 milhões como contrapartida por parte da Prefeitura, fica na Rua Olímpio Vital, próximo ao Terminal de Transbordo Central. O projeto é fruto de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo Municipal e o consórcio.

O projeto da Prefeitura de Feira de Santana foi criado para ordenar o centro da cidade e revitalizar o Centro de Abastecimento, tirando das vias públicas milhares de vendedores ambulantes.

 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade  

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