Feira de Santana

Sem ter onde morar, duas famílias se abrigam em viaduto de Feira de Santana

Eles levaram fogões, televisores, camas e colchões para o local.

Daniela Cardoso e Ney Silva

Duas famílias que residiam no bairro Pedra do Descanso em casas do aluguel social foram desalojadas e passaram a ocupar o viaduto do cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e João Durval. Eles levaram fogões, televisores, camas e colchões para o local. Com seis filhos, a dona de casa Deise Brito Pessoa reclama da situação.

“A gente não tem outra alternativa. O dono da casa onde a gente estava morando disse que a prefeitura não estava mais pagando e colocou a gente pra fora. Cortou a água, a luz, colocou a gente no carro e deixou aqui. Não tenho marido e tenho seis filhos. Agora está nas mãos de Deus. Temos que ficar aqui até essa situação se resolver”, afirmou.

Além de não ter lugar para morar, a família também não tem o que comer. Na tarde de ontem, quando foi produzida a matéria, eles estavam cozinhando pele para se alimentar. Deise Brito Pessoa tem seis filhos com idade entre 16 e cinco anos. “A gente está sem alternativa. Não temos o que comer”, lamentou.

Maria Nalva de Jesus também está morando no local em situação parecida. Ela tem 45 anos e tem um filho. “Morava há mais de um ano em uma casa do aluguel social. A minha casa saiu no programa Minha Casa, Minha Vida, mas até agora não entregaram a chave e vamos ficar aqui”, afirmou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Ildes Ferreira, explicou ao Acorda Cidade que o Programa Aluguel Social beneficia famílias por um período determinado de tempo de três meses, podendo ser prorrogado para seis meses.

“Passou o período e a casa do Programa Minha Casa, Minha Vida não saiu. Não podíamos continuar com o aluguel social. Ontem à noite uma equipe esteve no local e conversou com as famílias, tem crianças e dissemos que se continuassem ali o Conselho Tutelar vai pegar as crianças e levar para uma casa de acolhimento. Vou procurar o secretário Eli Ribeiro, da Habitação, para ver se tem alguma solução. Tem burocracia e temos que cumprir. Tentei prorrogar por mais dois meses esse aluguel social, mas eles disseram que não acharam uma casa dentro dos critérios necessários, com toda documentação que precisa”, afirmou.

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