Feira de Santana

Vigilante diz que estava sendo difamado por presidente de associação e o matou em legítima defesa

Manuel da Luz foi preso na manhã desta quarta-feira (30), por policiais civis, em uma casa lotérica, onde trabalhava como segurança, na Rua Desembargador Filinto Bastos.

Daniela Cardoso e Ney Silva

Difamação. Essa foi a causa principal alegada pelo vigilante Manuel da Luz Conceição, 39 anos, para matar a golpes de faca o presidente da Associação Antidrogas e Segurança do Trânsito de Feira de Santana, Liberato José de Souza, de 66 anos. O corpo de Liberato foi encontrado dentro da casa onde ele morava na tarde da última quinta-feira (24), véspera de Natal, por vizinhos que viram o carro dele com as portas abertas e a varanda com manchas de sangue. Eles acionaram a polícia que ao chegar encontrou a vítima morta com a faca cravada no pescoço.

Manuel da Luz foi preso na manhã desta quarta-feira (30), por policiais civis, em uma casa lotérica onde trabalhava como segurança, na Rua Desembargador Filinto Bastos. Ele não reagiu a prisão e contou que praticou o crime na noite do dia 23 de dezembro.

Ao ser conduzido à Delegacia de Homicídios, após ser preso, Manuel da Luz Conceição alegou legítima defesa para cometer o crime. “Eu estava no Whatsapp e ele mandou umas duas mensagens para um colega de trabalho dizendo que eu não estava de serviço no local devido e sim em outro lugar e levantou suspeitas sobre mim, afirmando que a pessoa que eu tinha deixado em meu lugar era um ‘mala’ (pessoa suspeita). Quem me conhece sabe que não faria isso”, afirmou.

Manuel acrescentou que ao ter conhecimento desse fato se dirigiu a casa de Liberato José Souza para conversar e que quando chegou na residência da vítima, ele o tratou mal. “Liberato foi a um balcão, pegou uma faca deu no meu peito e eu segurei a faca numa posição errada, que cortou minha mão”, disse. Ainda segundo o vigilante, ele acabou caindo e foi ferido com a faca nas pernas. “Eu estava perdendo a resistência e ele tentando me matar, foi quando ele escorregou e eu dei nele, apaguei a luz, deixei o portão aberto e fui embora”, relatou.

O delegado Jean Souza, titular da Delegacia de Homicídios, disse que o vigilante Manuel da Luz Conceição, tinha relação profissional com a vítima, que já tinha trabalhado como segurança para Liberato, tendo sido demitido há 15 dias. O delegado acredita que esse foi um dos fatos que motivou o crime, além de difamações que o autor alega que estava sofrendo.

O delegado informou também que dias após o crime, Manuel da Luz Conceição tinha sido ouvido na delegacia na condição de suspeito de praticar o homicídio, pois a polícia já tinha indícios de que ele  poderia ser o autor. “Foram colhidos no local do crime impressões digitais, pegadas, vestígios e depois foram ouvidas testemunhas que confirmavam que a vítima vinha sendo ameaçada por Manuel e que a pessoa que entrou na casa tinha características parecidas com as do vigilante”, disse Jean Souza.

Segundo o delegado, após juntar as provas, entrou com um pedido de prisão preventiva que foi decretada pelo juiz Armando Duarte Mesquita Junior da 1ª Vara Crime,  durante o plantão judiciário. 

O advogado Firmino Ribeiro, que foi constituído por Manuel da Luz Conceição, informou que vai pedir o relaxamento da prisão preventiva dele. “Como ele é primário, tem bons antecedentes criminais, vamos trabalhar isso. Ele é um homem trabalhador, um pai de família, eu acredito que a justiça vai revogar essa prisão preventiva”, afirmou. O advogado disse ainda que a vítima assume a autoria do crime, o que favorece ainda mais a revogação da prisão.
 

Leia também: Presidente de associação é assassinado dentro de casa em Feira de Santana

Fotos: Acorda Cidade

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