Feira de Santana

Vendedores ambulantes fecham ruas em protesto contra o shopping popular

A ordem de serviço para construção do empreendimento, que ficará em uma área do Centro de Abastecimento onde estão situados diversos artesãos, foi assinada no dia 14 de outubro.

Laiane Cruz

Artesãos do Centro de Abastecimento e proprietários de barracas no centro comercial de Feira de Santana realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (22), em frente à prefeitura municipal, para protestarem contra a construção do shopping popular. Devido à aglomeração, o trânsito ficou travado durante algumas horas nas Avenidas Getúlio Vargas e Senhor dos Passos. 

A ordem de serviço para construção do empreendimento, que ficará em uma área do Centro de Abastecimento onde estão situados diversos artesãos, foi assinada no dia 14 de outubro. Segundo a prefeitura, o prédio terá espaço para cerca de 2 mil vendedores ambulantes que hoje estão espalhados por diversas ruas e avenidas da cidade, e vem com a proposta de reordenar o centro comercial.

A vice-presidente da Associação dos Artesãos de Feira de Santana, Lícia Maria Jorge, diz que é contra a retirada dos comerciantes do espaço em que eles trabalham há quase 30 anos para instalarem o shopping popular.

“O centro de abastecimento é uma cidade dentro de Feira de Santana com vida própria, trabalho e renda para milhares de pais de família, que tem as suas tradições e cultura. Ouvimos que vão nos retirar do nosso espaço. Estamos lá há 29 anos, legalizados. E temos um parecer técnico do Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) falando da importância do centro de abastecimento, da referência cultural para a Bahia, da relevância para a memória, e identidade cultural baiana”, declarou a artesã.

O vendedor ambulante Paulo da Silva Brito, que comercializa produtos em uma barraca na Senhor dos Passos, há 20 anos, diz que os camelôs são contra a construção do shopping popular no local escolhido pela prefeitura e a cobrança do aluguel, pois a estimativa é de que no primeiro ano 30% deles não vão suportar pagar o valor, ficarão inadimplentes e consequentemente vão perder seus pontos.

“Em Salvador, ACM Neto organizou os ambulantes próximos da Avenida Sete, colocou barracas padronizadas, sem ninguém pagar aluguel e essa forma que nós estamos correndo atrás. Eles organizariam mais o centro da cidade colocando barracas padronizadas, como tem o projeto da Sales Barbosa, que é o shopping popular a céu aberto, e que pode ser executado também na Senhor dos Passos e na Marechal Deodoro”, afirmou o comerciante.

Segundo Paulo Brito, no total, cada box do novo empreendimento custará R$ 632,75. “Eu pago R$ 15 por semana pra guardar minha mercadoria. O shopping popular a céu aberto foi apresentado pra gente no teatro da CDL e a gente apóia esse projeto”, enfatizou.

As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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