Feira de Santana

Casal é preso acusado de comprar recém-nascido no estado do Ceará

A criança foi trazida da cidade de Fortaleza. O casal foi preso e autuado em flagrante na tarde desta sexta-feira (30).

Daniela Cardoso

Uma criança de apenas oito dias de nascida, da cidade de Fortaleza (Ceará), pode ter sido adotada de maneira irregular por um casal que mora em Feira de Santana. O bebê foi encontrado na casa onde residem Hailton Cerqueira Chagas, 39 anos, e a esposa Nocilia de Souza Rocha, 40 anos, na Rua C, Caminho 13, Conjunto Feira IV. Eles foram presos e autuados em flagrante na tarde desta sexta-feira (30).

De acordo com a delegada Klaudine Passos, a denúncia foi feita pela Polícia Federal, e a Polícia Civil recebeu a determinação do coordenador regional para que fosse feita uma investigação, de imediato, acerca de um casal que estaria com um recém-nascido da cidade de Fortaleza e que teria sido retirado da cidade após ser comprado por 5 mil reais.

A delegada afirma que o Conselho Tutelar também já tinha recebido a denúncia e quando a polícia chegou ao local o bebê já tinha sido retirado pelo Conselho, minutos antes. Alan Jonhii, do Conselho Tutelar, conta que a equipe chegou até a criança, após denúncias anônimas. Ele afirma que não tinha ideia de que o caso poderia se tratar de um sequestro ou adoção irregular, já que a denúncia era de que havia uma criança abandonada no local.

“Quando chegamos constatamos que existia a criança e pedimos que o Samu fosse prestar os primeiros socorros. A criança foi acompanhada por um médico e assim que tiver alta vamos institucionalizar e ela vai ficar à disposição da justiça. Vamos fazer um relatório detalhando a situação, e o juiz vai decidir como proceder”, afirmou.

Conforme a delegada, Hailton e a esposa alegaram, inicialmente, que a criança teria sido abandonada na porta da casa deles. Porém, ainda de acordo com ela, no decorrer da investigação, Hailton confessou que teria franqueado a passagem da mãe da criança de Fortaleza para Feira de Santana e, posteriormente, ele confessou que pagaria uma quantia de dois mil reais pelo recém-nascido. 

Klaudine Passos afirma que trata-se de uma adoção à brasileira, que consiste em um modo pelo qual a mãe ou a família biológica “dá” a criança para outra pessoa, à margem dos trâmites legais. “Isso é crime e tem pena de reclusão de dois a quatro anos”, afirmou a delegada.

Segundo Klaudine, o casal contou, em depoimento, sobre a participação de algumas intermediadoras, que já foram encontradas e vão prestar depoimento. Mas, de acordo com a delegada, não houve flagrante. “Vamos apurar se os intermediadores já fazem isso com outras crianças”, afirmou.

Já sobre a mãe do bebê, a polícia informou que ela é de Feira de Santana, mas estava em Fortaleza, onde deu luz. Klaudine disse que a polícia não conseguiu localizá-la, mas que vai continuar as investigações para saber se ela ainda está em Feira ou se já retornou para Fortaleza.

Em entrevista ao Acorda Cidade, Hailton informou que não teve contato com a mãe da criança. Ele contou que ficou sabendo que a mulher queria fazer a doação e que uma pessoa que o conhecia perguntou se havia interesse. Ele disse que aceitaria a criança, mas que precisava conversar com a mãe para saber se ela queria mesmo doar. De acordo com Hailton, o recém-nascido chegou até a casa dele através do intermédio de uma mulher. 

“A criança chegou através da minha irmã, uma mulher deixou na casa dela e ela deixou comigo, mas jamais imaginei que poderia ter essa confusão. O meu erro foi não ter relatado tudo antes ao Conselho Tutelar. Quando o bebê chegou ao meu poder já foi em um horário que não tinha condições de procurar ninguém e eu começo a trabalhar muito cedo, às 4h da manhã, retornando ao meio-dia. Eu ia procurar o conselho tutelar e a delegacia nesse horário. Eu fiquei muito emocionado ao ver a criança”, disse.

As informações e fotos são do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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