Andrea Trindade
Sem segunda parcela do 13º e sem salários e benefícios pagos, centenas de motoristas e cobradores do transporte coletivo urbano de Feira de Santana iniciaram nesta terça-feira (23), antevéspera do Natal, uma greve por tempo indeterminado. Os ônibus não saíram das garagens e os terminais de transbordo seguem fechados.
Táxis, mototáxis e até mesmo lotações clandestinas estão sendo as alternativas dos usuários do transporte coletivo que precisam se deslocar ao trabalho ou centro comercial.
“Fizemos de tudo para evitar essa greve. Ela não é boa para ninguém. Há 16 meses viemos alertando sobre esses problemas e deixaram chegar a esse ponto. Este é o nosso pior Natal. Quem poderia resolver esse problema não resolveu, que é o prefeito. Não vamos aceitar que os transportes clandestinos assumam o lugar do transporte público legalizado de Feira de Santana”, disse o sindicalista José de Souza.
“Vivo disso. Estamos precisando receber nossos salários, tenho três filhos, sou pai e mãe em casa, acordo uma hora da manhã para preparar o almoço antes de ir para o trabalho. Estamos com água, luz e fatura de cartão de supermercado atrasados e o dinheiro não sai”, disse uma cobradora de ônibus.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Feira de Santana, Alberto Nery, informou que foram realizadas, desde quinta-feira da semana passada, várias reuniões com a participação do Ministério Público, do secretário municipal da Fazenda, Expedito Eloy, e do prefeito José Ronaldo de Carvalho, mas não houve acordo.
Nery informou também que na manhã do último domingo (21) houve uma reunião com o prefeito e ele disponibilizou 500 mil reais para que as empresas pudessem pagar o 13º salário e o vale dos funcionários, mas as empresas alegaram que o valor era irrisório para o pagamento dos créditos dos trabalhadores, cujo valor total gira em torno de 1 milhão e 300 mil reais.
O sindicalista disse ainda que a greve não está sendo motivada apenas pelo não pagamento do 13º salário e os salários do mês de dezembro, mas que as empresas também não pagaram o plano de saúde, que venceu no dia 15 de dezembro, e 300 mil reais do vale alimentação.
Fotos e informações dos repórteres Paulo José e Ed Santos do Acorda Cidade