Daniela Cardoso e Ney Silva
Moradores dos residenciais Videiras e Figueiras, unidades do programa Minha Casa, Minha Vida no bairro Mangabeira, estão muito preocupados com problemas estruturais que estão surgindo nos apartamentos. Infiltrações nos quartos, rachaduras internas e externas e até as janelas de vidro estão estourando.
Nos blocos 7, 9 e 23 esses problemas são bem visíveis e estão deixando os moradores apreensivos. A estudante de engenharia Natália Moreira Reis é uma das moradoras. Ela disse que há riscos de desabamentos do bloco onde mora.
“O bloco sete encontra-se com rachaduras, trincas e fissuras. O local está muito arriscado, as lajes estão saindo do local, e isso não é normal. Tem alguma coisa errada no prédio. Está havendo bastante estalos e depois aparecem as rachaduras. Eu acho que existe risco de desabamento e queremos socorro imediato”, afirmou.
A dona de casa Célia Ramos de Jesus está desesperada com as rachaduras interna e externa do apartamento onde mora. Segundo ela, até mesmo o local onde estão os tanques de água apresentam rachaduras.
“Desde que eu me mudei pra cá, essas rachaduras nas paredes começaram a aparecer e eles fazendo reparos. Porém, as rachaduras voltam a aparecer. Eu não consigo dormir direito, nervosa, com medo e está comprometendo minha saúde, pois tenho diabetes. Só está faltando desmoronar tudo na nossa cabeça”, disse.
O líder comunitário Ubirajara Borges explica como estão os entendimentos com a prefeitura municipal, a Caixa Econômica Federal e a empresa R. Carvalho, que foi a construtora do empreendimento, para se buscar uma solução.
“Tivemos reunião com a R. Carvalho e discutimos a situação desses empreendimentos. Relatamos tudo que está acontecendo com a estrutura do prédio e também sobre o emocional dos moradores, que estão preocupados com a situação. Tem moradores que já foram parar em emergência de hospitais. Também já fizemos um ofício e levamos à Caixa e notificamos a Defesa Civil”, informou.
O engenheiro Cristovão Cordeiro da empresa R. Carvalho contesta a informação dada por moradores de que existe possibilidade de desabamento de prédios. Ele disse que a empresa já verificou alguns problemas e está adotando providências.
“A empresa identificou que o prédio apresentava rachaduras incomuns para o padrão da obra. Iniciamos um trabalho de investigação com o apoio de consultores especializados para que diagnosticassem a solução do problema. Percebemos que houve em alguns prédios um problema de desvio na execução e vai ser necessário fazer um reforço para que o prédio não volte a apresentar essas rachaduras. Mas não há riscos de desabamento em nenhum dos prédios”, garantiu.