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Analista de Recrutamento dá dicas de como elaborar um bom currículo

Uma boa estratégia para impressionar favoravelmente o recrutador é relacionar as informações do currículo com o estágio pretendido e a empresa.

Acorda Cidade

No início do segundo semestre, muitos estudantes iniciam seus cursos superiores e logo se interessam pela conquista de um estágio. E logo vem a primeira dúvida: como um estudante com pouca ou nenhuma experiência profissional pode montar um currículo interessante? Com base na experiência do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee),  a dica é valorizar aspectos como atividades extracurriculares e voluntariado, lembrando sempre que a escolaridade, nesse caso, é o quesito que menos importa, pois os concorrentes serão muito parecidos.

 
Divisão

“Para não errar, a recomendação é dividir o currículo em quatro partes. Na primeira, o cabeçalho, que deve incluir os dados pessoais (nome, endereço, telefone, e-mail). Na segunda, detalhar a formação acadêmica (escola, curso e ano). Na terceira, relatar experiências práticas (se tiver, claro), sempre da mais recente para as antigas. Na quarta e última parte, adicionar informações, como conhecimento de idiomas e de informática, trabalho voluntário, etc. Para fechar, não é preciso assinar, basta colocar o mês e o ano”, ensina Lilene Ruy, analista de Recrutamento e Seleção do Ciee

 
De acordo com ela, uma boa estratégia para impressionar favoravelmente o recrutador é relacionar as informações do currículo com o estágio pretendido e a empresa. Como quase todos os estudantes têm pouca experiência laboral, é melhor citar as características de comportamento que diferenciem o candidato, como prêmios recebidos e atividades extraclasse. Por exemplo, atuação em diretórios acadêmicos (ter sido representante de turma mostra capacidade de negociação e relacionamento interpessoal) ou prática de esportes (indica disciplina, persistência, habilidade de atuar em equipe) contam pontos.
 
Atenção

Além disso, é importante atentar para estética e revisão do currículo, que não deve ter erros gramaticais. É recomendável ter cuidado na hora de enviar o documento pela internet. Ele deve ser endereçado para a empresa na qual o jovem tenha real interesse. “É desaconselhável enviar uma apresentação com a lista de destinatários visível, especialmente se for uma relação de setores de recursos humanos de diversas companhias”, alerta Lilene.

 
Para terminar, a recomendação mais importante: dizer sempre a verdade. Se o currículo for selecionado, todas as informações nele contidas serão checadas e um dado falso pode destruir qualquer possibilidade de conquista da vaga.

Evite mentir

No momento de elaborar um currículo, além de organizar as informações de forma correta, é importante que o candidato seja honesto para que o selecionador identifique os seus verdadeiros pontos fortes e fracos. Caso contrário, durante uma entrevista, o candidato pode até parecer excelente para preencher a vaga em aberto, mas na prática se mostrará inadequado.
 
Segundo Walquiria Ferreira, consultora de Recursos Humanos da Luandre, idealizar ou exagerar competências pode prejudicar a carreira de um profissional. Já a honestidade e verdade abrem portas.
 
Walquiria elaborou uma lista com as dez mentiras mais utilizadas pelos candidatos no momento de elaborar um currículo. Veja:
 
1 – Idioma
É aqui que aquele inglês do verbo to be – aprendido na escola durante o ensino médio – se torna intermediário ou aquele estudado por alguns meses em uma escola de idiomas vira um inglês avançado. O risco de mentir sobre o idioma é o de o candidato ficar em uma situação constrangedora, caso o selecionador decida conduzir a entrevista em inglês.
 
2 – Formação acadêmica
Ao citar que possui curso superior incompleto deve-se deixar claro se está cursando ou se foi trancado, pois a mentira não poderá ser mantida por muito tempo caso o selecionador exija um comprovante da universidade. Vale ressaltar que cursos de pequena duração e profissionalizantes não devem ser considerados MBA.
 
3 – Idade
Esta é uma questão que causa muita insegurança. Apesar de muitas empresas não fazerem restrições com relação a isso, muitos candidatos com medo de serem reprovados omitem a idade. “Presenciei casos de candidatos que mentiram a idade no currículo e na entrevista mencionaram uma idade diferente. Resultado: foram excluídos do processo seletivo não pela idade que tinham, mas pela mentira que contaram”, conta Walquiria.
 
4 – Cargos e funções
O cargo citado no currículo deve ser o mesmo da carteira de trabalho ou contrato. Não se deve criar um cargo. Um estagiário não deve colocar no currículo que foi assistente, por exemplo. Assim como não se deve exagerar nas funções realizadas mencionando mais atribuições do que realmente tinha. Aqui o ponto chave é a franqueza.
 
5 – Endereço
Nestes casos há muita omissão e muitas vezes mentira. O endereço de residência deve ser colocado no currículo mesmo que esteja concorrendo a uma oportunidade longe de sua residência O ideal é deixar clara a disponibilidade de mudança, mas nunca mentir sobre onde mora.
 
6 – Datas de entrada e saída
É muito comum vermos nos currículos candidatos mencionando “três anos de experiência em determinada empresa”. O ideal é colocar data de entrada e saída das empresas com dia, mês e ano. Isso é importante para saber quanto tempo o candidato está desempregado e qual foi à última empresa em que trabalhou.
 
7 – Participação em projetos
Dependendo do cargo e profissão, há pessoas que mentem sobre vários projetos que supostamente tenha feito parte, apesar de este ser algo mais difícil de descobrir, pois nem sempre é possível encontrar membros que tenham participado deste projeto. Ainda assim, se descoberto, deixará o candidato em uma situação complicada, pois o empregador perderá a confiança.
 
8 – Motivo do desligamento de empresas anteriores
Existem questões que são muito delicadas e pessoais que levam ao desligamento e nem sempre o candidato se sente confortável para falar sobre o assunto. Mas nestes casos, o ideal é falar que não estava sendo bom para a empresa e nem para o profissional. É comum o candidato citar em entrevista que saiu por corte, ou extinção do cargo. Neste caso, se o selecionador investigar poderá descobrir a mentira.
 
9 – Atribuições
Há casos de profissionais que são assistentes e na ausência de um gestor era ele quem respondia por algumas pendências, mas não é por isso que ele pode dizer que uma de suas atribuições era gerir uma equipe. Não se deve exagerar nas atribuições, pois mesmo que você consiga ser aprovado para a vaga, ao exercer a função, você poderá ser descoberto.
 
10 – Estado civil
Há alguns candidatos que acreditam que dependendo da função devem omitir o estado civil por acreditarem que isso irá refletir na aprovação do processo seletivo, assim como alguns dizem ser casados formalmente com a intenção de incluir o parceiro (a) como dependente. Isto não é necessário nos dias atuais, visto que se pode fazer um documento que comprove a união estável.
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