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A porta-voz do Unicef Marixie Mercado defende que crianças não tenham acesso a armas e que estejam o mais longe possível delas. A declaração foi dada nesta sexta-feira (19), durante coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça.
A afirmação foi feita ao ser questionada sobre declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre o porte de armas e suas sugestões de que pais precisam ensinar menores a atirar. Marixie ressaltou que o Unicef não vê tais ideias com bons olhos e foi enfática: "defendemos manter crianças o mais distante possível de armas”.
O candidato Jair Bolsonaro já foi flagrado ensinando crianças a fazerem o sinal de arma com as mãos durante campanha eleitoral. Em Araçatuba, São Paulo, ele pergunta para a criança vestido com a farda infantil da Policia Militar se ele sabe atirar. Em Goiânia, a cena também se repetiu. No Acre, o militar disse em comício que "ia matar a petralhada", em referência aos militantes do PT.
Segundo a porta-voz do Unicef, um eventual acesso precoce a armas de fogo seria um risco para toda a sociedade. De acordo com a Convenção dos Direitos das Crianças, de 1989, é necessário manter menores longe dos impactos da violência, conflitos armados ou hostilidades. Em um Protocolo Opcional, aprovado em 2000, a Organização das Nações Unidas ainda aponta que os governos têm o dever de proteger menores de hostilidades.