Israel

Terapeuta feirense relata momentos de pânico vivenciados em Israel

A brasileira que atualmente mora na Espanha, estava a passeio.

Cláudia Bastos
Foto: Arquivo Pessoal | Caverna do Profeta Isaías

Susto, correria, medo e preocupação. Estes são alguns dos sentimentos vivenciados pela terapeuta feirense, Cláudia Bastos Lima, que está presenciando desde o último sábado (7), os ataques sofridos em Israel.

Atualmente morando na Espanha, Cláudia junto com o esposo, viajou para o país do Oriente Médio a passeio, mas nunca imaginaria que pudesse passar por momentos tão desafiadores.

Por telefone, ela contou à reportagem do Acorda Cidade como está a rotina do dia a dia.

Cláudia Bastos
Foto: Arquivo Pessoal | Antes da celebração da Festa de Sucot

“Eu não estou dormindo muito bem, primeiro por conta dos alarmes e segundo, que choca muito observar todas as imagens, os familiares desesperados, amigos aqui do hotel, pessoas que estavam envolvidas na festa e que estão desaparecidas e ninguém sabe o que aconteceu, pois eles estavam fazendo um verdadeiro massacre, eles saíam pelas ruas, pegavam quem estava nos pontos de ônibus, o que eles fizeram, realmente foi um terrorismo. Eu sou feirense, morei na Suíça por 27 anos, mas não deu para continuar por conta do frio, estou morando hoje na Espanha, já vai completar 7 anos e decidi vim pra cá por conta das minhas férias, então estou vendo com o consulado suíço, consulado espanhol, consulado brasileiro para que eu possa sair daqui, mas na realidade, a preocupação não é nem muito comigo, são com as pessoas que irão continuar aqui, até porque nós estamos comprando várias passagens em companhias diferentes, pois se uma cancelar, já temos um plano B. Está uma loucura tudo isso aqui, ninguém quer vim, e ainda se tratando de passagem, se cancelar, não te devolvem o dinheiro, mas fica como um crédito de até um ano, então eu até penso em repassar para outras famílias saírem aqui”, contou.

Israel
Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Cláudia, muitos brasileiros estão em Jerusalém, capital de Israel.

“Lá em Jerusalém, tem muitos brasileiros, pois é lá que está concentrada toda a fé, tanto que no dia que nós estávamos lá, chegaram muitos brasileiros de muitas paróquias, ainda brinquei, o avião veio só pessoas da igreja. No domingo, teria uma caminhada para Jesus, mas aí foram acontecendo as coisas. Eu só peço que o Brasil não deixem os brasileiros para trás”, declarou.

Israel
Foto: Arquivo Pessoal | Foto registrada na sexta-feira (6), antes dos ataques

Ao Acorda Cidade, a terapeuta contou que alguns moradores da região, já possuem um certo costume e a todo momento pedia calma.

Israel
Foto: Arquivo Pessoal | Foto registrada após os ataques

“Desde o começo forma mais de dois mil ataques, meu marido ainda consegue filmar as coisas, mas eu não tenho coragem, eu digo que sou baiana, não mereço passar por isso. Aqui não tem muita coisa funcionando, está tudo fechado, apenas para comida que está aberto. Então eu precisava comprar algumas plantinhas, pois como eu sou terapeuta e trabalho com a área da medicina alternativa, não trouxe remédios. Quando chegamos no local, todo mundo correndo, o pessoal falando hebraico e eu não sei falar, e eu ficava me questionando o que estava acontecendo, já estávamos desesperados e o pessoal me pedindo calma, calma. Eu ainda comentava, como é que se tem calma com uma loucura dessa? Teve uma pessoa que falava em espanhol, então ela conversou comigo, me pediu que ficasse tranquila, que eu tomasse um pouco de café na loja dela, então assim, as pessoas não te conhecem, mas elas te acolhem. É um momento que eu não sabia se corria, se me escondia, até coloquei no meu Instagram para que as pessoas não me ligassem, pois o meu celular precisava ficar carregado para uma eventual emergência. Nós dormimos já com a roupa de sair, a malinha a gente já deixa do lado, e são malas pequenas de mão, apenas com coisas essenciais, as vezes a gente leva dinheiro, joias, mas não tem como negociar, eles querem matar, não pode cair nas mãos deles, você pode até negociar com outras pessoas, como te esconder, facilitar a sua passagem, algo do tipo”, informou.

Israel
Foto: Arquivo Pessoal

Já encerrando a entrevista, a Cláudia Bastos enfatizou o desejo de retornar para a Espanha e que todos os governantes possam tomar uma decisão e ajudar a todos os povos.

“Nós temos sentimentos, nós somos pessoas, nós somos seres humanos, sabemos que religião não pode dividir pessoas, política não pode dividir pessoas, elas devem estar unidas. Nós pedimos aos governantes que tirem essas pessoas daqui, ajudem elas, pois não merecem. Ninguém sabe viver no pânico, isso ainda vai ficar como traumas durante toda a vida nas pessoas. Eu por exemplo, quero voltar para minha casa, minha família na Espanha, minha família na Suíça, todo mundo está desesperado, meu pai mesmo está a ponto de ter alguma coisa, peço que orem por mim, orem por todos e principalmente pelo exército, pois são jovens, são homens, são mulheres. Eu fico com um grande sentimento quando escuto, meu filho foi chamado, minha filha foi chamada, não sei se ainda terei a oportunidade encontrá-los, mas espero que voltem em paz”, concluiu.

Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

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