Jefferson da Silva Pereira, natural de Feira de Santana, é professor de Física e atualmente leciona no Instituto Federal Baiano, Campus de Serrinha.
O educador foi selecionado para participar de um evento que aconteceu entre os dias 3 e 9 de setembro na Suíça, o Conselho Europeu para Pesquisas Nucleares (CERN).
Ele foi o único professor de Física do estado da Bahia a participar do evento. A reportagem do Acorda Cidade conversou com o profissional, que contou como surgiu a oportunidade de participar do processo seletivo.
“Este processo é divulgado via site, então é um link que é disponibilizado para professores de Física de todo o país. Fazemos a inscrição, precisamos preencher um formulário com inúmeras questões sobre sua atividade pedagógica, sobre algumas questões profissionais, então é um questionário bem extenso que faz parte desse processo seletivo, desta avaliação. Temos que anexar o nosso Currículo Lattes e escrever um texto explicando o porquê que eu devo participar deste evento. Este processo foi feito aqui no Brasil, o link é disponibilizado em vários países de língua portuguesa, então participam professores de física que falam a língua portuguesa, então são professores aqui do Brasil, professores de Portugal e também de alguns países da África e também da Ásia”, explicou.
Segundo Jefferson, motivação para participar do evento foi o que não faltou.
“Motivação aqui é o que não falta. Quando a gente fala de ir ao CERN, trata-se do maior centro experimental do mundo, só para vocês terem ideia, o CERN fica localizado na fronteira entre dois países, França e Suíça. O próprio acelerador de partículas fica a 100 metros abaixo do solo e tem um comprimento de 27 km, então a gente tem lá milhares de cientistas de vários países participando destas pesquisas, que buscam conhecer um pouco mais sobre o íntimo da matéria, sobre o íntimo do nosso universo, então o que não falta é motivação de você participar, de estar lá, conhecer as instalações e o dia a dia de um grande centro de pesquisa como este”, destacou.
Ao Acorda Cidade, o professor de Física contou que o grande objetivo de participar do evento, foi adquirir novas informações e ter a possibilidade de compartilhar com os estudantes.
“Meu propósito inicial foi ter acesso a todas essas informações de físicas de fronteira, na área da física de partículas, para depois fazer o que a gente chama de transposição didática, ou seja, levar todas estas informações para os alunos de lá do Campus do IF Baiano de Serrinha, do qual eu sou servidor, além disso, ter esta possibilidade também de divulgar tópicos de ciências de fronteira e outros ambientes. Nossa viagem foi fenomenal, a nossa equipe foi recebida de imediato e primeiro nós tivemos uma etapa em Lisboa, lá nós fomos recebidos pelos coordenadores locais do curso, que foi o professor Nelson Barrelo e a Isabela Maietto, que nos deram estas primeiras orientações e participaram do processo seletivo”, explicou.
Jefferson também contou algumas experiências que teve na Suíça.
“Foram várias experiências, dentre elas, nós conseguimos ter acesso a alguns dos aceleradores de partículas de lá, vê como funciona todo o processo. Uma outra experiência interessante, foi a visita que nós fizemos na fábrica de antimatéria, que é uma coisa assim, também que ainda se discute e que está em aberto na pesquisa, essa questão da quantidade de partículas de matéria e antimatérias no mundo. Então ter acesso a essas discussões, esses tópicos que estão sendo discutidos, experimentados e pesquisados por lá, trouxe assim realmente uma alegria muito grande a todos nós que participamos deste curso”, enfatizou.
De acordo com o professor, esta foi uma grande oportunidade para descobertas de novos assuntos dentro do campo da física.
“As discussões que tivemos lá, nos revelou dados e informações das quais eu ainda não tinha acesso, justamente sobre essa questão do mundo subatômico da forma que gente interpreta, por exemplo, a configuração do átomo, dos seus constituintes, como se dá estas interações entre essas subpartículas, então tivemos várias informações e que até então, pelo menos para a minha pessoa, eram desconhecidas. Então a gente volta com um novo olhar, com uma nova perspectiva em relação a todas essas questões”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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