A Justiça arquivou processo contra os velejadores baianos Rodrigo e Daniel Dantas, que foram presos em Cabo Verde, no continente africano, em 2017. Eles foram acusados de tráfico internacional de drogas, mas a corte brasileira entendeu que eles não tiveram participação no crime.
Além dos dois baianos, o gaúcho Daniel Guerra também teve processo arquivado. Os três foram soltos há quase quatro anos, em 7 de fevereiro de 2019. Apesar de terem o mesmo sobrenome, Rodrigo e Daniel Dantas não se conheciam.
Os dois e Daniel Guerra se conheceram após encontrarem um anúncio que procurava velejadores para compor a tripulação do veleiro que tinha acabado de ser reformado em um estaleiro em Salvador. Tratava-se de uma oferta de trabalho de uma empresa internacional de recrutamento de mão-de-obra.
Como eram velejadores iniciantes, viram neste anúncio a oportunidade de atravessar o oceano Atlântico em direção à Europa, na Ilha de Açores, em Portugal, para acumular milhas náuticas velejadas e alcançarem a graduação.
Os velejadores brasileiros ficaram presos por um ano e meio e só foram soltos em fevereiro de 2019. O caso foi denunciado pela família dos três brasileiros à Polícia Federal, que iniciou uma investigação que apontou a inocência deles e constatou que a droga foi colocada no barco por dois ingleses, depois da própria PF ter fiscalizado o veleiro em Salvador e em Natal.
Dois ingleses que seriam donos do barco apreendido com velejadores brasileiros em Cabo Verde, na África, foram presos em 2018. Robert James Delbos foi detido em junho, na Espanha, já George Eduard Soul, que é conhecido como George Fox, foi preso em agosto, na Itália.
George Fox foi solto menos de um mês depois de ser detido. Na época, a Polícia Federal não soube informar qual a alegação da Justiça italiana para soltá-lo.
Acompanhe a cronologia:
- JUNHO DE 2017: Rodrigo e Daniel Dantas e Daniel Guerra viram o anúncio na internet e buscaram os responsáveis para fazer parte da tripulação que viajaria no veleiro;
- AGOSTO DE 2017: O veleiro onde os três viajaram passou por inspeções da Polícia Federal em Salvador e em Natal, e liberado sem irregularidades. Ainda no mesmo mês, o barco voltou a ser inspecionado quando passou pela Ilha de Mindelo, em Cabo Verde, na África. Lá, mais de uma tonelada de cocaína foi encontrada escondida em um piso de concreto e cimento na embarcação. Os três jovens então foram presos;
- DEZEMBRO DE 2017: Velejadores são colocados em liberdade condicional e presos novamente sem qualquer explicação da Justiça de Cabo Verde;
- MARÇO DE 2018: Velejadores são condenados a 10 anos de prisão;
- JUNHO DE 2018: Primeiro dono do barco, o inglês Robert James Delbos, é preso na Espanha;
- AGOSTO DE 2018: Segundo dono do barco, o também inglês George “Fox”, também é preso na Europa, mas na Itália;
- SETEMBRO DE 2018: George Fox é solto pela Justiça Italiana;
- FEVEREIRO DE 2019: Julgamento em Cabo Verde é anulado, velejadores são soltos e retornam ao Brasil;
- AGOSTO DE 2022: Processo é encaminhado ao Brasil para que velejadores sejam julgados pela corte brasileira;
- JANEIRO DE 2023: Julgamento é arquivado após Justiça entender inocência dos velejadores.
Fonte: g1 Bahia
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